Tentei convencer Tyler de que eu ficaria bem e ele não precisava ir até a revista comigo, mas lá estava ele andando na sua cadeira de rodas pelo piso de porcelanato marfim da Golden Peripécia. Ele olhava para tudo, os lustres, as luzes, os vidros e as pessoas, e é claro que as pessoas nos olhavam, quer dizer, elas me conheciam, sabiam sobre tudo o que rolou comigo e com Artur, e mesmo nunca tendo visto Tyler na vida, conseguiam distinguir que o cara de cabelo castanho claro com uma deficiência era ele, a pessoa que se envolveu na confusão em que o pai foi morto pelo meu irmão.— Já sabe o que vai dizer para ela? — ele perguntou, logo após eu diminuir os passos e esperar ele me acompanhar.
— Não. — engoli seco. Como sempre, meu coração estava acelerando mais e mais, e eu queria desistir. — Mas acho que desenrolo quando estivermos frente a frente.
— Você pode dizer primeiro que veio em paz. — sugeriu. — Para ela não fazer nada de ruim com você, entendeu?
— Acho que ela não faria isso. Não aqui. Não com tanta gente. — disse, olhei ao redor e respirei fundo para não dizer nada para os bisbilhoteiros que cochichavam e nos olhavam. Senti alguém esbarrar em mim e ouvi algumas coisas caírem no chão, Tyler chamando a sua atenção no fundo e olhei para ver quem era, um velho amigo, um inimigo ou um fofoqueiro qualquer. — Oliver?
— Chloe? — ele sorriu, enquanto se abaixava para catar a câmera e alguns papéis. — É bom te ver aqui, o que veio fazer? Você voltou?
— Vim apenas resolver umas pendências. — respondi, dei um passo à frente para continuar o meu caminho e não puxar muito papo com Oliver.
— Eu soube do que aconteceu, soube que o Caio estava no meio e é o suspeito de matar o Aaron Evans. Chloe, eu sinto muito... — ele continuou a falar e eu olhei para trás, não queria que Oliver sentisse pena ou sentisse algo, só queria que ele não existisse, que sumisse.
— Não preciso falar disso com você e não preciso que sinta muito. Os seus sentimentos nunca valeram nada, Oliver. Nem quando estávamos juntos, quem dirá agora. — sorri de canto e olhei para o lado.
— Quero que saiba que me pediram para fazer umas fotos do seu irmão, e por mais que eu quisesse que depois de tudo nossa relação fosse apenas profissional, eu levei para o pessoal, afinal, é o Caio. — ele desmanchou a cara de bonzinho, acho que minhas palavras feriram o seu coração... espera, que coração? Isso é ótimo! — Tudo o que aconteceu já passou, não precisa agir assim, feito uma...
— Uma idiota? Aprendi a ser como você, depois de tudo que passamos e... não, você não merece ouvir isso de novo porque eu não mereço me desgastar novamente com isso. Mas muito obrigada, não por mim, mas pelo meu irmão, você dessa vez pensou com a cabeça de cima, parabéns. — disse, o encarei e ele me olhava de lado, como se não entendesse a situação.
A real era: mesmo que Oliver fosse um babaca, eu estava nervosa por ir ver Abigail e ter o encontrado com Tyler do meu lado, estou entre os meus dois ex's e não sei como agir. Meu Deus, estou sendo babaca ou Oliver realmente merece isso?
— Mas, muito obrigada, Oliver. Eu desejo muito sucesso para você, que bom que ainda está aqui e fazendo o seu nome. Aliás, esse é o Tyler. Tyler Evans, herdeiro da revista. — falei, apontei a mão em direção ao Evans, que nos olhava envergonhado. — Tyler, esse é o Oliver, meu... meu ex namorado.
— O seu ex e primeiro namorado. — falou baixo e entredentes, forçado um sorriso, parecia nervoso, apertou a mão de Tyler enquanto inclinava o corpo. — É um prazer conhecer o senhor, senhor Evans.
— Tyler, por favor. — ele retribuiu o sorriso. — E só quero corrigir a Chloe, eu não sou herdeiro disso, tampouco me orgulho de carregar esse sobrenome, então eu acho a sua tremedeira na mão desnecessária.
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Meu Amado Vizinho
Romance• Livro 3 • Continuação de "Meu Inesquecível Vizinho" +18 Recomeçar depois de todo o cenário horrendo de morte seria uma tarefa difícil para todos os envolvidos naquela tarde. Mas apesar e depois de tudo, Chloe e Artur estavam juntos, finalmente. D...