6 - 𝓒𝔂𝓻𝓲𝓵𝓵𝓮

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⚠️ Atenção: Esse capítulo contém diálogos que podem ser gatilhos para algumas pessoas. Não é nenhuma cena explícita, mas será sinalizado o ínicio e o fim dessa conversação caso você queira pular.
Gatilhos: Abuso psicológico, violência doméstica, estupro. ⚠️

A voz da Mac Julia em Sofá, Breja e Netflix soava nos altos falantes da cozinha enquanto eu passava um café. Já faz três dias desde que eu me mudei e o Alarik estava totalmente certo quando me disse que nós não nos veríamos. No fim do meu primeiro dia aqui, logo depois de me mostrar todo o condomínio ele saiu para resolver sei lá o que e desde então nós nos vimos pouquíssimas vezes.

Duas vezes em três dias, não que eu esteja contando.

Eu já estou mais do que mal-acostumada com essa minha nova rotina, não que tenha mudado muita coisa. Eu continuo trabalhando e estudando a noite, mas não tem nada melhor do que chegar cansada e tomar um banho de banheira para relaxar ou aproveitar manhãs como essa onde eu ligo um som bem alto, preparo um café e finjo que os meus problemas não existem enquanto danço na cozinha.

– Se eu for te encontrar na cozinha de calcinha e sutiã todos os dias você pode morar aqui para sempre.

A voz grave me assustou e quase me fez derrubar a fatia de pão de forma que eu segurava. Nem precisei me virar para o Alarik para saber que agora ele estava com aquele sorrisinho idiota por ter me encontrado nessa situação e ainda ter conseguido me assustar.

Eu jamais aceitaria dar a ele o prazer de sustentar aquele sorrisinho, eu conheço essa música, sei exatamente qual é o próximo verso.

Não irei cair sem participar de uma boa briga.

Voltei a dançar lentamente como se não tivesse sido interrompida e comecei a cantar enquanto me virava para ele.

– Ver esse sorriso de canto, tô doida para dá pra você, tá merecendo demais...

Comecei a enrolar a letra e cantarolar baixinho para que ele prestasse atenção apenas nos meus movimentos e isso foi o suficiente para lhe tirar aquele risinho.

– Não brinca assim comigo, morena – ele disse com uma voz sofrida, como se realmente doesse – Se você continuar assim eu vou ser obrigado a te foder em cima desse balcão.

Estremeci me lembrando da nossa noite semanas atrás.

Território perigoso – tentei me lembrar.

Aquela noite foi a última noite em que eu estive com alguém, o meu corpo já está sentindo falta do carinho de outra pessoa e o Alarik, ele tem habilidades impressionantes.

– Eu aceitaria a sua oferta, mas isso iria levar um tempo que eu não tenho já que preciso ir trabalhar.

– Você aceitaria?

Ele perguntou surpreso, nós fomos bem claros sobre as regras de não termos nada além de uma amizade sincera e sem interesses.

– Quer café?

Mudei de assunto, estendendo uma xicara para ele.

Alarik começou a caminhar em minha direção e, ao contrário do que eu pensei, ele não pegou a xícara da minha mão. Ele abraçou a minha cintura me puxando com força e colou a boca na minha, a primeira reação que tive foi soltar a xícara na pia e passar os meus braços sobre o seu pescoço aprofundando o nosso beijo.

Ele me puxou para mais perto, me fazendo entrelaçar as pernas no seu corpo.

Eu me arrepiei quando senti o mármore gelado do balcão entrar em contato com a pele das minhas pernas. Ele me beijava com urgência, como se tivesse imaginado isso tanto quanto eu nesses dias em que não nos vimos.

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⏰ Última atualização: Nov 29, 2021 ⏰

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