Capítulo 13

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Olá! Sei que muita gente ficou surpresa com o rumo da história, não é? 

Desde o início foi assim. Ela tinha seus traumas e medos, o que achava ser maldição de família. Na hora da dor maior, se castiga com isso.

Quantas pessoas hoje se refugiam nos vícios para fugirem da realidade? Será que o amor e a amizade podem ajudar a Jordana?

Se quiserem, no meu instagram tem uma live salva, que fiz com uma psicoterapeuta que trabalha há mais de 30 anos com pessoas viciadas, com adictos. Deeem uma espiadinha lá!

Beijocas!

Beijocas!

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Capítulo 13


Jordana


Meus olhos ardiam, a raiva estava a ponto de me sufocar. Foi assim que peguei o Uber para o apartamento em Botafogo. Ansiosa para chegar logo, para me livrar de tudo aquilo.

Queria ter dito mais coisas para Viggo, gritado com todas as minhas forças! Que direito ele tinha de exigir satisfações? De me pressionar daquele jeito? Ia se dar mal! Não mandava em mim! Eu era dona do meu nariz, das minhas escolhas! E logo ele perceberia isso!

Bufei, resmungando sozinha. Olhei para trás várias vezes, como se fosse vê-lo em seu carro, me perseguindo. Assim como encarei o motorista pelo retrovisor, cogitando que talvez estivesse me espionando a mando dele ou de Marquinhos. Quando parou o carro em frente ao prédio, corri para fora, odiando a tudo e a todos.

O coração disparava, eu parecia a ponto de ter um ataque. Ou uma convulsão. Minhas mãos e pés estavam gelados, fracos. A vontade de berrar sem parar era quase incontrolável. Entrei assim, correndo para o quarto, vasculhando tudo.

Em geral eu aguentava mais tempo sob o efeito desejado. Mas aquilo vinha sendo pouco, exigindo mais. Horas de intervalo não eram mais suficientes. Antes de sair para aquela reunião, tomei cuidados, fui preparada. E de que adiantou, se senti tudo com força, se Viggo me sacudiu daquele jeito?

— Merda! Merda! — Catei minha carteira, o kit. Tremulamente, espalhei no tampo da cômoda, afastando as coisas para o lado. Um abajur caiu no tapete, mas nem liguei. Fiz as carreiras brancas, aspirei. De novo. E de novo. — Isso, porra... assim...

Talvez não adiantasse. Deitei-me toda arrepiada, encolhida. Soquei o travesseiro, furiosa. Eu tinha controle! Só eu!

Taquicardia fazia o peito doer. Cabeça girou. Os minutos se arrastaram e então o torpor inicial veio devagar. Aquecendo o corpo, como se febre se espalhasse pela pele e a ardesse. Sorri, focando o olhar no teto. Sim. Tudo sob controle.

Logo eu me estabilizava, mais alerta, mais confiante. A raiva se perdeu em algum canto, nada me atingia. Por isso sentei, precisando de emoções novas, de hiperatividade. Afinal, eu podia tudo! Qualquer coisa.

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