Capítulo 37: Ela é tudo que eu tenho.

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Sai do elevador ao lado de Ethan, Eliot e Sawyer, sem conseguir parar de pensar em Amara e em tudo que ela havia dito. Ethan estava quieto, mas eu sabia que ele estava pensando nisso também, tentando decidir se ela estava falando a verdade ou estava apenas tentando brincar com nós dois. A Zona Hospitalar continuava da mesma forma que eu me lembrava, branca demais e com um ar deprimente.

—Queria ter estado lá pra ver isso acontecendo. —Eliot murmurou, soltando um resmungo baixo. —Não acredito que vocês enfrentaram o Neo. Aposto que ele ficou soltando fumaça pela cabeça, de tanta raiva.

—Ele ficou sim. —Sawyer concordou, soltando uma risada. —Foi um cena muito boa de se ver. Ele ficou tão frustrado e irritado depois que Cold se foi e não fez nada contra vocês dois. Acho que ele esperava que Cold os punisse por não acatar as ordens dele.

—Ele é um babaca. —Ethan resmungou, com aquela expressão fechada que deixava claro que ele odiava Neo acima de qualquer outra coisa. —Se um dia eu tiver oportunidade...

—Ethan. —Falei baixinho, segurando a mão dele e o fazendo parar de falar. —Não deixe Neo saber que suas ações nos afetam. Isso só vai deixar o ego dele maior do que já é. Ele vai receber uma lição em algum momento. —Lembrei de Gates, Thalia e Gia, comprimindo meus lábios na mesma hora. —Todos eles vão receber uma lição, mais cedo ou mais tarde.

—Quero estar comendo pipoca quando isso acontecer. —Eliot murmurou, nos arrancando uma risada, já que era impossível levar algo a sério quando ele estava por perto.

Parei na frente da porta do quarto de Tyler, erguendo a mão antes de dar uma batidinha nela. Quando ouvi a voz dele do outro lado, abri uma fresta e enfiei minha cabeça ali, olhando pra dentro do quarto e o encontrando terminando de se vestir, com aquelas roupas pretas da Zona Militar, que combinavam bem mais com ele do que branco. Ele olhou para a porta, abrindo um sorriso enorme assim que viu que era eu.

—Ei, Hannah, entra. —Ele gesticulou com a mão, saltando da cama para alcançar os sapatos. —Não precisava vir me ver hoje. Eu acabei de ter alta. Já estou voltando para o setor 5.

—Eu sei. Viemos buscar você, na verdade. —Abri a porta, deixando que Tyler visse Ethan, Eliot e Sawyer atrás de mim. Ele pareceu surpreso por um segundo, com os olhos se demorando no meu irmão mais velho e nos meus amigos, como se ele não soubesse como reagir aquilo. —Acho que você conhece Ethan e Sawyer, já que vocês dividem o dormitório. Mas Ethan é meu irmão e... —Eu apontei para Eliot, que abriu um sorriso brilhante e largo para Tyler, acenando com a mão como se os dois fossem grandes amigos já. —Esse é o Eliot.

—Que bom ver que você vai voltar, cara. É meio deprimente ter que dividir aquele dormitório com Ethan e Gates. Os dois estão sempre com cara de bunda. —Sawyer afirmou, fazendo meu irmão revirar os olhos, enquanto eu e Eliot soltávamos uma gargalhada. Tyler abriu um sorriso tão pequeno, que arrancou o sorriso do meu rosto, porque ele não soava tão confortável assim.

—Você está bem? —Me aproximei dele, o observando calçar os sapatos e ficar de pé na minha frente, balançando a cabeça que sim.

—Só estou cansado de ficar aqui. Estou louco pra sair correndo desse lugar. —Afirmou, voltando a sorrir quando aquilo me arrancou uma risada. Ethan se aproximou de nós dois, fazendo Tyler desviar os olhos de mim pra ele, com a expressão ligeiramente séria.

—Não tive a chance de te agradecer por ter protegido a minha irmã. —Ethan estendeu a mão pra ele, com a expressão sincera e um sorriso pequeno nos lábios. Tyler hesitou, mas estendeu a mão e segurou a do meu irmão. —Mas obrigado, cara. Ela é tudo que eu tenho, então eu tenho uma divida enorme com você por tê-la salvado.

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