Cold segurou minha nuca e me puxou para ele, com a língua mergulhando dentro da minha boca, querendo absolutamente tudo de mim. Meus dedos se enroscaram na camisa dele e eu ofeguei quando ele me pegou no colo, passando minhas pernas ao redor do seu quadril, antes de me prensar contra a parede com força.
Gemi quando senti uma fisgada na minha costela, onde Neo havia me batido. Cold passou a mão por ela, como se estivesse pedindo desculpas, enquanto a boca devorava a minha com uma necessidade que removeu todo meu fôlego. O gosto dele era viciante, assim como sentir o corpo dele contra o meu, com seu calor me envolvendo. Aquele elevador pareceu diminuir naquele momento, porque absolutamente tudo era apenas Cold e os lábios famintos dele.
Minhas mãos se ergueram e se enroscaram no cabelo dele, puxando os fios com força, arrancando um grunhido da sua boca. Cold afundou os dedos na minha cintura, fazendo círculos com o polegar na minha pele. Cada partícula do meu corpo reagia aquilo, se incendiando de dentro pra fora, até ele morder meu lábio com força e se afastar, com os lábios vermelhos e a respiração pesada.
—Foi por isso que você colocou meu nome naquela lista? —Sussurrei, engolindo em seco quando mão dele envolveu minha garganta, mantendo meu rosto contra a parede do elevador. Cold se inclinou nesse momento para clicar em um dos botões dali, fazendo o elevador parar de se mover, antes do rosto se aproximar do meu.
—Quer saber porque eu coloquei seu nome naquela maldita lista? —Ele abaixou a cabeça, apertando a minha garganta até eu inclinar a cabeça para trás. Sua boca encontrou meu pescoço na mesma hora, me fazendo estremecer em seu colo, sentindo-o se esfregar em mim, enquanto sua boca provava minha pele sensível que parecia ferver em contato com a sua boca. —Porque fiquei pensando em você depois que foi embora. Fiquei pensando em como você parecia entediada com a sua vida. —Um gemido escapou pelos meus lábios quando ele me mordeu, os dedos entrando pela minha calça até ele apertar minha bunda. —E como eu gostaria de deixá-la menos entediante com todos os pensamentos sujos que surgiram na ninha cabeça.
—Cold... —Eu arfei em busca de ar, puxando o rosto dele até sua boca esmagar a minha. Seus lábios engolindo o gemido que escapou pela minha boca, enquanto meu coração martelava dentro do meu peito.
—Eu sou tão egoísta, Hannah. —O beijo dele me deixou a beira do abismo, enquanto eu sentia uma eletricidade varrer meu corpo sempre que o corpo de Cold se esfregava no meu. —Porque quis você só pra mim no momento que deixou aquele terraço.
Mais beijos, com sua mão deixando minha calça para segurar minha nuca, afundando nos meus cabelos enquanto sua língua se entrelaçava com a minha. Já tinha beijando antes. Uma única vez. Não havia sido daquele jeito. Tinha sido esquisito. Mas isso era uma faísca, ficando cada vez maior a ponto de virar um incêndio.
Cold se afastou de mim quando um barulho chamou nossa atenção. Ele me manteve presa contra a parede, enquanto enfiava uma mão na jaqueta que usava e puxava um comunicador. O calor que eu estava sentindo diminuiu quando ouvi o chiado saindo dele, antes de Cold o levar para perto da boca.
—Sim? —Cold murmurou, sem tirar os olhos de mim, enquanto eu tentava regular minha respiração pesada.
—Senhor, Andrews? —Uma voz masculina indagou do outro lado, parecendo hesitante. —Perdoe-me, senhor. Mas vimos o senhor entrando no elevador e que agora ele se encontra parado. Está tudo bem? Precisa que mandemos alguém...
—Não, está tudo bem. —Cold cortou, soltando uma respiração pesada. —Não precisa mandar ninguém.
—Tudo bem, senhor.
Cold guardou o comunicador, me colocando com cuidado no chão, antes de clicar no botão do elevador para ele voltar a se mover. Nenhum de nós dois se moveu, ficando com os olhos grudados um no outro, como se não conseguimos parar de pensar nos últimos segundos. O gosto de Cold ainda tomava conta da minha boca, assim como o cheiro tomava conta de todos os meus sentidos.
Foram segundos até o elevador parar e as portas se abrirem. Isso fez nossos olhos se desconectarem pela primeira vez, quando Cold se virou, bem a tempo de encontrarmos o presidente em carne e osso ali, esperando. Meu rosto se incendiou quando ele olhou para o filho e depois pra mim, franzindo a testa como se pudesse ver nos nossos rostos o que estávamos fazendo naquele elevador.
—Eu estava procurando por você. —O presidente murmurou, olhando diretamente para Cold, com uma sobrancelha levemente erguida.
—Eu não sabia que vinha, se não, teria ficado esperando. —Foi a resposta de Cold, enquanto o corpo dele se transformava em uma estátua, com os ombros ficando rígidos e a expressão séria.
—Vim falar sobre alguns assuntos de extrema urgência com você. Estava indo até o seu apartamento, mas não imaginava que estaria com companhia. —O presidente olhou pra mim, enquanto eu desejava sumir naquele exato momento. Me enfiar em uma cova tão funda e puxar a terra com minhas próprias mãos, por ter me metido naquela situação.
—Eu e a Srta. Hawking só estávamos resolvendo algumas questões de treinamento. —Cold afirmou, indicando na minha direção com a cabeça. —Mas eu já havia a liberado. —Cold olhou pra mim de relance ao sair do elevador, me obrigando a segui-lo. —Pode ir, Hawking. O treinamento continua amanhã.
—Sim, senhor. —Engoli o nó na minha garganta, me esforçando para fazer o meu papel. O presidente sorriu pra mim, exibindo os dentes perfeitos, que de alguma forma fizeram meu estômago se revirar, porque não conseguia ver nada de Cold nele.
—Srta. Hawking, é uma honra revela de novo. —O presidente murmurou quando fiz menção de passar por ele. Parei, apertando minhas mãos atrás das costas quando olhei pra ele e me forcei a sorrir.
—Senhor presidente. —Acenei com a cabeça, antes de seguir pelo corredor, com o queixo erguido e o corpo tão duro que meus músculos chegaram a doer a cada passo que eu dava. Senti os olhos de Cold e do presidente na minha nuca quando eles entraram no elevador, antes das portas se fecharem e eu finalmente relaxar, soltando o ar com força, assim como minhas mãos caiam imóveis ao redor do meu corpo.
[...]
Ethan iria me matar. Assim que ele soubesse o que havia acontecido entre eu e Cold, ele iria me matar. Não podia nem aparecer no dormitório dele essa noite, porque tinha certeza que ele veria a omissão exposta no meu rosto. Eu disse a ele que havia aprendido a lição. Eu disse a ele que eu e Cold estávamos mantendo distancia. Mas esqueci de tudo isso no momento que as mãos de Cold encostaram no meu corpo e sua boca devorou a minha, como se ele quisesse fazer isso a muito tempo.
Fui direto para o meu dormitório, sentindo algumas fisgadas nas minhas costelas, me lembrando de Neo e da armação dele. Ficava feliz em saber que Cold já havia dado um jeito nele, mas ficava decepcionada porque eu queria muito por minhas mãos nele e acabar com aquela expressão presunçosa dele. Nunca senti tanta raiva de alguém como senti dele. Nem mesmo Gia, que havia colocado aquela faca na minha garganta e me ameaçado, havia me deixado tão irritada quanto Neo.
—Ah, merda, merda... —Exclamei, quando entrei de supetão no dormitório, dando de cara com Eliot completamente nu. Ele soltou um grito quando me viu, se virando e me dando uma boa visão de todo ele. Fechei meus olhos na mesma hora, fazendo uma careta, enquanto tentava apagar a imagem do meu amigo pelado da minha cabeça.
—Caramba, Hannah, você não sabe bater? —Eliot grunhiu, enquanto eu ouvia a gargalhada de Laís, que eu vi de relance na cama e que, felizmente, estava embaixo das cobertas.
—É o meu dormitório! —Eu me virei de costas, mesmo que estivesse de olhos fechados. —Vocês não tinham outro lugar pra fazer isso? Já pensou se Gia ou Thalia entram aqui? Elas iam ter uma bela visão da sua bunda!
—A coisa mais linda que elas provavelmente iriam ver na vida. —Eliot afirmou, enquanto eu soltava uma risada descrente, negando com a cabeça, ouvindo o som da calça dele. —Você já pode virar, apesar de já ter visto tudo mesmo.
Soltei um suspiro e me virei, vendo Eliot se escorando em uma das muletas e se esticando para pegar a outra, enquanto Laís estava deitada confortavelmente na cama. Ela ergueu as sobrancelhas pra mim, como se me desafiasse a dizer alguma coisa sobre o que eu havia acabado de ver. Pensei em como eu estava com Cold no elevador minutos anos e que não deveria mesmo dar pitaco naquilo.
—Eu vou tomar um banho. —Apontei para a porta do banheiro, desviando de Eliot, que deu uma risadinha. —Hm, podem continuar o que quer que estavam fazendo.
Continua...
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Em Destruição
General FictionO mundo sucumbiu as guerras e os países se tornaram ruínas. Agora, décadas depois, as pessoas precisam viver em zonas de contenção no subsolo, impedidas de ir além dos muros que cercam o complexo em que vivem. Cada um tem um papel crucial nessa nova...