Capítulo 8.

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Algumas semanas depois...

— Sei lá, Artur. Agora que está tudo bem, eu sinto a necessidade de uma mudança. — falei, enquanto segurava a Jade no colo e olhava pela janela do carro. Finalmente não havia acontecido nada de estranho desde as últimas duas semanas, o processo estava em andamento, a senhora Evans voltou para a empresa, a recuperação de Tyler estava sendo um sucesso e eu e Artur estávamos mais do que bem. — Estamos em paz e juntos, eu vou dar um jeito na minha carreira, mas queria começar por algo simples, algo que eu nunca fiz antes e que me torne uma nova pessoa, sem mudar minha essência, entendeu?

— Sim, entendi. — balançou a cabeça e permaneceu olhando para a estrada. — Acho que você precisa fazer sexo anal.

— Nossa, você é um nojento e insensível. — revirei os olhos e levei a mão até a testa. — Talvez eu mude o corte de cabelo ou até mesmo a cor, anunciando uma nova fase, o que acha?

— Eu acho que você odeia mudanças e iria se arrepender. Mas, continuaria linda.

— Preciso de uma opinião, Artur. E se eu ficasse ruiva? Ou, ou... melhor! E se eu cortasse o meu cabelo estilo chanel? — perguntei, entusiasmada e tirando o celular do bolso, já estava pesquisando uns cortes na internet.

— Você ficaria linda ruiva, até de cabelo verde. De cabelo curto, cacheado. Já sei, você pode realmente cortar o cabelo.

— Não, não. — dei de ombros. — Acho que vou iluminar.

— Você sempre pede a minha opinião e faz o contrário. — ele balançou a cabeça negativamente depois de perceber que a sua opinião era em vão.

— Eu estava pensando... — falei, levei uma das mãos até a sua orelha e comecei a acariciar, deixando o lóbulo entre meus dedos, olhei para o sol se pondo bem na nossa frente e respirei fundo. — Já que tudo está se encaixando, por que não ficamos aqui?

— Em Nova York? — perguntou, me olhou logo em seguida.

— Você disse que indo para Pembroke iríamos morar em uma casa que nós dois gostássemos. Então, nós gostamos da casa da sua avó. — sorri de canto, estava torcendo para que ele concordasse.

— Não é uma má ideia. Nunca pensei nessa possibilidade porque... — ele parou um pouco e o seu olhar ficou distante, depois voltou para o modo on. — Sempre estive preocupado em ter a casa mais moderna, o melhor carro e impressionar as pessoas. Você já viu como a madeira daquela casa range e a maresia corroeu os móveis? Artur Evans jamais moraria ali.

— Você sabe que não me importo com isso.

— Eu não moraria ali se eu fosse a mesma pessoa de dois anos atrás, mas agora... depois de morar naquele prédio e viver em uma cidade em Gales, percebi que o mais caro nunca é o mais aconchegante.

— Você só precisa se sentir em casa, querido. — o encarei, apertei as bochechas e tentei dar um sorriso que parecesse acolhedor.

— Sim, e você faz eu me sentir em casa. — ele segurou a minha mão e deu um beijo demorado.

— Então... vamos ficar? — perguntei.

— Vamos viver. O aqui, o agora, que tal nos desligarmos do futuro? Não vamos complicar, hoje o dia foi ótimo.

— Você tem razão. — suspirei e senti a brisa do mar bater em meu rosto, ele logo entrou na garagem velha e cheia de tralhas, desci do carro correndo e fui até porta dos fundos, esquecendo de vez que ela estava emperrada, deixei a Jade no chão e dei meia volta para entrar pela porta principal, que Artur não estava com pressa nenhuma para abrir. — Vai, Artur. Eu preciso fazer xixi.

Meu Amado VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora