Capítulo 13: Tirania Truculenta

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Cinco meses depois... numa grande assembleia

Onze horas e 35 minutos da manhã.

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Logo numa manhã fresca e frugal, o clima aparentava estar calmo, fresco e aparentemente bastante solene. Não havia muito ruído, não havia grande movimentação e nem um clima tenso nas redondezas. Tudo aparentava estar fleumático e cordial, como deveria ser numa assembleia geral. Um órgão supremo que decidia sobre as políticas que deveriam ser seguidas globalmente num futuro muito próximo. Uma espécie de parlamento sigiloso, recôndito dos olhares comuns e dos malfeitores, para que os "santos" do mundo pudessem conversar e decidir pacificamente o que iria acontecer ao redor do globo nos próximos meses, tanto nos países dominados como nos países que estavam prestes a ser invadidos pelas tropas imensamente poderosas, belicosas e ardilosas da cosmocracia. 

O homizio dos reis consistia em um pequeno aposento, com dois lustres dourados no teto, cujas velas emitiam labaredas ígneas com tons intensos de laranja, quadros lindíssimos em todas as quatro paredes e 10 tronos radiosos e dourados, com veludo branco e 20 metros de altura ao redor de uma mesa retangular de 30 metros de comprimento e 15 de largura. Os tronos, com 119 anos de existência, foram feitos única e exclusivamente para os líderes do Governo Global sentarem-se neles e conversarem sobre os mais diversos assuntos que envolviam a sua própria cosmocracia e o planeta inteiro, que já estava praticamente nas mãos angelicais deles. Os tronos foram construídos com ouro puro, e adornados com centenas e centenas de diamantes, sárdios, esmeraldas, safiras, turmalinas, crisoprásios, topázios, ametistas, berilos, jaspes, crisólitos e calcedónias. No topo de cada trono, havia estatuetas esculpidas em ouro de um dragão prestes a levantar voo, acompanhado de um pequeno leão no seu lado esquerdo e de um pequeno tigre no seu lado direito. Essas estatuetas douradas incrivelmente detalhadas foram esculpidas pelos melhores escultores que a cosmocracia conseguiu encontrar no mundo. 

Esta conferência importantíssima ocorria mensalmente, na vasta maioria dos casos, e nunca terminava com divergências graves ou num alarido estridente e incontrolável. Os líderes executivos respeitavam-se mutuamente, obrigavam-se uns aos outros, sem interferência externa, a ter um respeito profundo e incondicional por si próprios e pelos outros líderes, porque todos eles tinham o mesmo nível de poder político e militar. Nenhum deles poderia tomar decisões ou dar ordens sozinho, nenhum poderia ser um déspota prepotente a fazer tudo autonomamente e a mandar nos outros regentes de modo altivo. Os ditadores não poderiam ser sovinas em excesso a ponto de justapor ou centralizar todo o poder em si próprios. Tinha que haver moderação, tinha que haver temperança para reinar o mundo, caso contrário, só o caos, o medo, o desespero e a soturnidade imperariam. Dias lôbregos perpetuariam sem ter qualquer fim remotamente previsível.

Os imperadores do planeta estavam a adentrar calmamente na assembleia, num silêncio virtualmente absoluto, que só era perturbado e momentaneamente interrompido pela ressonância calcada dos múleos puníceos com tacão alto dos líderes, ornados com cinco cabochões de diamantes irradiantes na ponta, e pelas joias rutilantes da coroa que carregavam, que eram levemente chacoalhadas devido aos movimentos singelos do corpo. Nas suas mãos, os reis do mundo estavam a empunhar os tradicionais e usuais cetros e orbes, feitos de ouro e alindados com figuras ornamentais e rútilas de dragões, uma das criaturas que simbolizavam a cosmocracia na sua totalidade. No caso dos orbes, existia uma figura egrégia e escultural de um dragão feito de ouro em cima deles, com dezenas de safiras e de rubis a rodeá-los. No caso dos cetros, havia decorações com 400 diamantes, 32 rubis, 19 esmeraldas, 9 safiras, 7 espinelas e 2 ametistas compostas. Eles pesavam 2 kg e tinham 94 centímetros de comprimento. Eram outra insígnia de luxo, que também custou muito caro para ser confecionada. 

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