Capítulo 1

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Harry Styles com 12 anos não era um exemplo de simpatia.

Descobri isso no dia que conheci ele.

A maioria das pessoas tinham tirado nota ruim na prova de matemática, e eu estava me tremendo para saber minha nota então quando o professor chamou meu nome foi meio que como em um filme de terror.

- Louis Tomlinson, venha buscar sua avaliação. - O professor disse.

Quando me levantei da cadeira a sala pareceu ficar muito mais longa e minhas pernas ficaram bambas, mas mesmo assim caminhei devagar até a mesa do professor. Ele me olhou com desgosto e me entregou a prova que tinha um enorme 0 do lado direito.

- Harry Styles, venha pegar sua avaliação.

Eu ainda estava ocupado demais olhando para minha prova e imaginando a reação da minha mãe quando visse aquilo. Não escutei quando o professor o chamou, mas escutei perfeitamente quando ele disse "Parabéns foi a melhor nota da sala."

Quando ele passou por mim eu gentilmente coloquei a mão no seu ombro, chamando sua atenção.

- Ei, quanto você tirou?

Ele não respondeu e também não olhou para mim, apenas voltou para sua cadeira me deixando no vácuo.

Fiquei altamente indignado com aquele ato, então comecei a lançar olhares mortais toda hora para ele pelo resto do dia mas o desgraçado nem se importava, apenas me lançou um olhar vago que durou três segundos. Acidentalmente acabei olhando demais e reparando em como ele parecia desconfortável naquele lugar, como se não quisesse estar ali perto daquela gente tão superficial que falava com ele apenas por interesse. Então comecei a reparar nele todos os dias e adorar tudo que ele fazia.

Adorava o modo como seu cabelo
sempre estava uma bagunça porque
estudávamos de manhã e ele tinha
preguiça de arrumar, adorava o jeito
reservado dele, adorava o fato dele
passar a aula todinha desenhando
e ainda assim tirar notas melhores
que as minhas, adorava o perfume
dele, adorava sua voz, adorava o
jeito como ele era paciente por ficar
esperando seu pai vir o buscar até
os alunos da tarde chegarem. O que
me impressionava era que sempre
que o pai dele se atrasava, ele não
ficava mexendo no celular ou fingindo que estava lendo como a maioria das pessoas que também estavam esperando, ele apenas se sentava ao lado dos portões e observava as pessoas por trás das grades e ficava lá por horas vendo todos irem embora menos ele. A minha mãe sempre se atrasava também mas mesmo assim eu sempre saia mais cedo que ele, nunca vi o pai dele chegando para o buscar.

Eu tinha acabado de fazer 12 anos naquela época e era criança demais para entender que aquele calorzinho no lado esquerdo do peito era paixão, então confundi aquilo com ódio.

Quando ele passava por mim eu sempre colocava o pé na frente para ele cair, jogava bolinhas de papel nele durante a aula, criava apelidos horríveis para ele, nunca o escolhia para o meu time na educacão física, sempre dava um jeito de acertar a bola na cara dele, jogava chiclete no seu cabelo, dedurava ele para o professor e etc. Mas nunca conseguia o fazer perder a calma ou deixar de me olhar com aquela cara de tédio.

Isso até o dia do passeio escolar para
visitar o museu da uni.

A professora nos colocou em grupos de 4 e me nomeou como o líder do meu grupo, Styles ficou no grupo em que eu liderava e eu meio que não avisei quando chegamos no museu para ele, então ele ficou dormindo no ônibus por mais da metade do passeio. E foi aí que eu finalmente consegui alguma reação vinda dele.

Estava na sala das estátuas gregas
quando Harry veio marchando até mim, seu cabelo estava mais
bagunçado do que o de costume e sua cara estava marcada de sono.

Efêmero - [adaptação larry]Onde histórias criam vida. Descubra agora