Remexendo-se na superfície confortável, Zahrah aos poucos desperta naquela manhã, logo abrindo os olhos por completo ao recordar-se da situação em que se encontra, um sequestro.
Olha ao redor, porém não visualiza nenhum sinal de movimentação aparente. Senta-se naquele colchão coberto por bons lençóis e encolhe-se em um canto, a mente com um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo. Sua gravidez, esse maldito sequestro e logo o pensamento vai até Zlatan e seus pais. Como eles estão? Passados três dias de seu desaparecimento eles com certeza devem estar desesperados.
— Meu Deus… — Passa as mãos pelo rosto nervosamente, ao passo que tenta pensar em alguma forma de fugir dali, mas logo afasta as ideias para longe. A quem queria enganar? Sabia que não tinha possibilidades de fugir, pois além da tenda onde ela está presa estar rodeada por vigias à espreita de qualquer movimentação estranha, ainda tinha os perigos do deserto que Zaid havia lhe dito no dia anterior.
— Ahh… sei que possivelmente irá tentar fugir daqui, não aconselho a sair sozinha pelo deserto, isso por três simples razões, querida: a primeira, por causa da tempestade de areia, acredite quando digo que os grãos de areia cortam a pele e a dor é insuportável, o segundo motivo é que pode perder-se e cair em alguma areia movediça, você será sugada pela areia e pode morrer sufocada, além de, é claro, os perigos de tribos de beduínos que gostam de sequestrar mulheres sozinhas para vender como escravas sexuais em bordéis. Há também bandidos impiedosos por todo deserto, podem fazer coisas terríveis com você, acredite. Então, ruim ao meu lado, pior longe de mim.
— Bom dia, senhora, lhe trouxe algumas frutas, espero que goste de tâmaras. Também trouxe suco. — A mesma funcionária a quem conheceu no dia anterior surge em seu campo de visão com uma enorme bandeja em mãos, bandeja esta cheia de coisa comestíveis.
— Não estou com fome. — Diz séria, não lhe dando atenção alguma e logo virando o rosto. Sabia que a senhora à sua frente não tinha culpa de absolutamente nada que estava lhe acontecendo, contudo sua raiva é tão grande que acaba por descontar em qualquer um que surgir a sua frente.
— Mas, senhora, são ordens do senhor Zaid, ele não irá gostar nada de saber que não está se alimentando. — Ela diz, com receio, pois sabia que o patrão não iria gostar nada daquilo e ainda sobraria para ela.
— Não me importo, ele não manda em mim. — Zahrah diz séria e lhe dá as costas, seguindo para o espaço fechado da tenda onde havia sido levada na noite anterior. Ali encontra uma grande bacia com água limpa, e objetos de higiene que poderia utilizar. Lava o rosto e escova os dentes com uma escova nova que havia encontrado e passa os dedos por entre os longos fios negros de seu cabelo a fim de desembaraçá-los um pouco, porém desiste ao perceber que não estava conseguindo nada. De alguma forma seu cabelo estava mais ondulado naquela manhã, dessa forma apenas o prende em um coque no alto da cabeça, a tempo de visualizar o motivo de seu ódio adentrar o espaço onde se encontra.
— Zoraide me disse que você não quer comer. — A voz de Zaid soa atrás de si em tom cortante e ela não faz movimento algum para encará-lo, o ódio não permite.
— Não estou com fome. — Limita-se a dizer.
Escuta um longo suspiro frustrado vindo dele.
— Por mais que possa parecer, não quero seu mal, Zahrah, pelo contrário, jamais iria querer o mal de alguém que amo. — Tenta se explicar.
— Que forma estranha de demonstrar amor, não é mesmo? — Ela diz com sarcasmo e ri sem humor.
— Foi a única forma que consegui de tê-la para mim. — aproxima-se e senta-se à frente dela, que imediatamente afasta-se. Não queria qualquer tipo de aproximação com aquele homem. — Eu não iria desistir de fazê-la minha, Zahrah.
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Depois de Você| Zlatan Ibrahimovic ✅
FanfictionSendo CEO de uma multinacional que distribui produtos para 95 países, as maiores preocupações de Zahrah Al-Mim, uma árabe radicada nos Estados Unidos são: continuar mantendo sua empresa e patrimônio em constante crescimento, permanecer estampando a...