19. Aaron

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Saí daquele bar como um alucinado, sem me importar com os chamados de Eliot. Porra! Eu precisava desesperadamente vê-la. A mulher que dominou meus pensamentos desde o dia em que a conheci. Eu precisava estar em Miami ainda naquela noite. Telefonei para o piloto que sempre me acompanhava e pedi desculpas, mas que precisaria dele naquela mesma noite. Eu sou um filho da puta por tirá-lo da família numa noite como essa, era natal, porra, mas eu lhe daria uma bela de uma compensação financeira. O tempo de voo entre Nova York e Miami era de pouco mais de três horas, mas como eu iria no meu jatinho o tempo diminuía pra duas horas e trinta minutos.

Assim que cheguei em frente ao prédio de Gabrielle, quase perto da meia-noite, meu celular começou a tocar e na minha ilusão pensei ser ela, mas era a minha mãe. Eu sabia que a senhora Janet estava preocupada comigo, nunca fiz nada parecido. Nunca deixei de comparecer a nenhuma festa de família nem nenhum natal. Eu precisava falar com ela.

- Oi, mãe.

- Oi, mãe? - ela repete e eu dou uma respiração profunda. - É isso que você tem a me dizer? ISSO NÃO SE FAZ, AARON JORDAN! - ela grita. Ouço sua respiração e espero até que se acalme. - É natal, Aaron. - ela está tentando parecer mais calma. - Você sabe como o natal é importante pra nós. - escuto pacientemente. - É momento de você estar com a sua família, então eu exijo que você venha pra casa agora mesmo.

- Não será possível, mãe. - falo calmamente.

- COMO NÃO SERÁ POSSÍVEL? - se descontrola de novo fazendo-me afastar o aparelho do ouvido. - SUA FAMÍLIA ESTÁ AQUI. - ela diminui novamente o tom da voz. - Sua mãe está esperando por você, Aaron. Você quer me matar de desgosto? - reviro os olhos, sempre exagerada. - Eu, seu padrasto, sua irmã, seu cunhado, seus sobrinhos, sua prima, seus tios e a Ingrid também. - reviro os olhos em menção à mulher que minha mãe quer que eu tenha um relacionamento.

 - reviro os olhos em menção à mulher que minha mãe quer que eu tenha um relacionamento

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- Eu convidei a Ingrid por sua causa. - ela fala mais baixo, como se estivesse querendo não chamar a atenção de alguém.

- Eu nunca pedi que você a convidasse, mãe.

- Isso não importa. Venha pra casa agora mesmo. - fala comigo como se eu ainda fosse um menino, mas isso não me incomoda, é minha mãe, afinal. - Pedi aquele seu amigo Eliot e ele nem pra ter a decência de te encontrar.

- Não estou em Nova York.

- O QUE? - ela grita.

- Estou em Miami. - falo calmamente. - Vim atrás da mulher que amo.

- QUE HISTÓRIA É ESSA, AARON?

- Exatamente o que a senhora ouviu, mãe. Preciso desligar. Feliz natal, mãe.

Desligo sem esperar resposta. O telefone volta a tocar, mas ignoro-o.

Preconceitos (em ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora