Allegretto

Prólogo

Era uma manhã fria, consideravelmente fria, o colégio aos poucos se enchia, as conversas nos corredores e nas salas aos poucos se tornavam mais frequentes. Aos poucos as mesas se enchem e os mestres se dividem para entrarem nas salas, com um breve soar do alarme e uma reverência por parte dos alunos, as aulas começam chamando atenção de todos, inclusive da garota sentada próxima a janela, com olhos atentos ao ambiente.

Hinata não era uma garota ignorada, ou exilada na escola, apenas reservada. Sem grandes ressaltas ou garotas más. Quando havia trabalhos era incluída em algum grupo de qualquer maneira e tinha um bom relacionamento com os colegas. Não se destacava e tão pouco era ignorada, apenas uma garota comum, em uma sala com colegas e um bom relacionamento. A garota fazia parte do clube de música da escola e se destacava no mesmo com sua grande paixão pela música.

Durante o intervalo as colegas juntam as mesas da sala para compartilharem o almoço juntas, conversando entre si com as garotas do clube, mas sempre atenta aos comentários e gostos das garotas da sala. Sorria com graça para elas e procurava se apresentar prestativa a elas, apesar de não ser tão falante. Uma hora após toda a cena, o sinal toca dando início as aulas da tarde, as quais se esforça para aprender o conteúdo e ter tempo para adiantar seus deveres para evitar perca de tempo.

Assim que o sinal bate as cinco da tarde, ela eleva seus olhos perolados ao tempo e o encara. Estava nublado, tão claro que lhe doía os olhos, mas tão calmo que se sentia completamente equilibrada, seria uma ótima noite.

Se despede das colegas de sala e vai em direção ao clube, afim de pegar o violoncelo e ir para o metrô, hoje era sexta, o dia de folga de tudo, o dia que o pai não a cobrava ou sufocava, o dia que para as amigas tinha de correr para casa, e para sua família sairia com as amigas.

Com o grande instrumento nas costas, Hinata abraça o próprio corpo para espantar a rajada de vento frio que encontra a faze se encolher quando o trem passa, procurando se sentar perto da porta, respirando fundo e observando as pessoas que a acompanhariam nas próximas sete paradas.

— Conseguiu pegar o metrô cedo hoje — comenta a loira abrindo a porta lateral do bar para garota que congelava do lado de fora — Entra — diz dando espaço e levando as mãos ao instrumento dela — Eu sempre me choco com o quão leve isso é, apesar de parecer tão pesado.

— O da escola ainda é leve, mas ele consegue conectar na caixa de som — comenta deixando a mochila em cima do bar e tirando os sapatos — Posso tomar banho de uma vez? — pergunta a encarando, que apenas aponta para a porta de serviços e a garota segue por ela.

— Os meninos não chegaram ainda, você está bem adiantada na verdade, não tinha atividades do clube hoje? — comenta trancando a porta e a seguindo.

— Não, está tranquilo hoje, mamãe Temari — diz sorrindo a fazendo suspirar — Eu já disse, está tudo bem, não me atrapalha nos estudos — finaliza passando para o quarto pessoal da loira e seguindo ao banheiro. Temari era uma garota que havia conhecido há alguns anos. Dona de um bar bem localizado e frequentado na cidade, apesar de nova tinha muito conhecimento e era muito aplicada em sua gerencia, fazendo dali um lugar atrativo e sempre cheio.

A mais velha se sentava no sofá do grande quarto, que contava quase como sala e quarto, esperando a mais nova terminar o banho, aproveitando para mexer nos livros dela, nos cadernos e passar a ler a matéria que ela estava estudando. Apesar de muito inteligente, ela havia saído da escola no segundo grau, e por conta do rumo que a vida a levou, nunca surgiu tempo para que formasse, o que a fazia ser sempre muito cuidadosa em relação aos estudos de Hinata e procurar sempre a estimular a concluir a escola.