Único: crianças legais como nós, somos únicos e poucos assim.

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morden!au | school!au

Fischl pulava a cada dois ladrilhos da calçada do colégio, olhando sempre para o chão e contando quanto demorava para chegar até a biblioteca do local — já que havia apostado com Razor que conseguia chegar em menos de cem passos —. As pessoas do seu entorno nem ao menos notavam sua presença, agradecia aquilo, há um tempo até se sentiria triste, mas atualmente sabia ser melhor daquela forma.

— Princesa! - Lisa, a bibliotecária, lhe cumprimentou com um grande sorriso, suas bochechas coraram e seus olhos quase se encheram de lágrimas, mesmo que ela lhe chamasse sempre assim — talvez por pedido de certo alguém —, ficava emotiva quando alguém lhe tratava daquela forma, tão caloroso. — Alguns livros novos do seu gosto chegaram, fiz questão de deixá-los em seu cantinho.

— A senhorita é sempre tão dedicada. - Elogiou envergonhada, querendo de coração agradecer. — Um belo trabalho feito como sempre. - A mais velha apenas balançou a mão e soltou um riso doce, ela lhe entendia do seu jeito.

A loira não demorou muito tempo na recepção, desviando de alguns estudantes que estavam conversando e pegando livros, até os fundos daquela enorme biblioteca. Um cantinho bem escondido que Fischl havia arrumado e deixado confortável com suas próprias mãos — e almofadas feitas por Lisa —.

— Fischl! - Se assustou ao encontrar Bennett e Razor sentados ali, não era do costume e da rotina chegarem tão cedo. — Tentei te avisar que nossas aulas foram canceladas, mas esqueci que você só pega no celular após vim aqui. - O de olhos esverdeados comentou coçando a nuca. — Mas se te incomodar, nós podemos dar algumas voltas e retornar de tarde.

— Vocês podem... Ser a minha companhia de leitura hoje, é algo bem importante. - Tossiu levemente. — Vou ficar mais atenta ao celular pela manhã. - Sussurrou.

— Não se preocupe com isso, venha! Lisa deixou alguns livros aqui, disse serem novos. - Fischl sentou entre os dois, pegando delicadamente os três livros grossos que Bennett segurava, olhando bem seus títulos.

— Vai ler em voz alta? Adoramos quando você lê. - Razor segurou levemente em seu ombro, eles sempre pediam aquele tipo de coisa para Fischl, alegando ser intenso a forma que ela recitava cada frase.

— Se vocês desejam isso... Se acomodem. - Ambos comemoraram e se aconchegaram mais próximos da garota, ouvindo cada palavra recitada de forma intensa e tão única, tanto Bennett quanto Razor não eram muito fãs de literatura e nem ao menos liam antes de conhecerem Fischl.

Claro que demorou para que ela se sentisse confortável para ler em voz alta para ambos, porém, desde que tinha se habituado a isso, parecia que a relação deles tinha dado mais alguns passos. A garota não poderia reclamar da amizade, seu coração ficava quente com aqueles dois ali consigo, finalmente junto de pessoas que podia chamar de amigos, daqueles que andariam juntos sempre.

— Oh! - Razor levantou de uma vez, assustando os outros dois. — Lembrei... - Caçou algo em seus bolos, tirando três tickets. — Ganhei isso naquela sorveteria. - Mostrou os papéis que mostravam que o garoto havia ganhado três sorvetes do tamanho que quisessem. — Podemos ir lá depois daqui, o que acham?

— Ótimo! - Os dois garotos olharam para a loira esperando uma resposta positiva, essa que apenas sorriu e acenou timidamente. — Será que pode ser aquele tamanho família?

— Aquilo vai te dar dores...

— Eu aguento, Fischl, sou totalmente forte. - Colocou as mãos na cintura, a loira não deixou de anotar na mente que deveria avisar a Kaeya, irmão mais velho do Bennett, o quê ele havia comido para passar mal. — Você pode continuar a leitura? Estou curioso com o que acontece com a princesa. - Ela sorriu, voltando mais uma vez para sua interpretação impecável, enquanto era admirada por aqueles dois.

Mais tarde, quando finalmente tomaram o sorvete, era previsto que Bennett passaria mal com tanto doce ingerido, Razor tenha recusado tomar o seu, pois, tinha cismado em testar um novo sabor — e não havia gostado —, e Fischl sentia que não poderia ser melhor que aquilo. Com amigos legais e que lhe deixavam confortável, não importava o que fizessem.

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