SPICY • PJM + JJK | ABO|

Prólogo • Difíceis demais

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Boa leitura:

A água leva embora o sangue que escorre pelo alfa sem vida no terreno baldio ao lado de um bar na beira da estrada de terra batida e Jungkook acende o terceiro cigarro do dia antes de suspirar e virar para seus homens perto da camionete, dando-lhes as coordenadas.

A missão daquele fim de tarde acabou. Finalizando também, a vida de um alfa escroto.

Apesar de merecida, não diminuía o sentimento amargo em seu peito. Jungkook as considerava difíceis demais comparados as outras missões.

Inconscientemente - ou não, todo o ser de Jungkook repudiava tirar vidas, no entanto não havia escolhas, afinal, o que poderia fazer? Nada. Não foi uma escolha sua estar ali. Seus planos eram totalmente opostos a isso... sonhava tanto em se mudar para Busan, cuidar da fábrica de laticínios, comprar uma fazenda cheia de animais e viver tranquilo com alguém especial ao seu lado. Mas, antes mesmo de concluir o curso, seu tio faleceu. Colocando sobre suas costas uma responsabilidade enorme e errônea. Assim, nem mais, nem menos.

Ele seria mesmo um garoto especial? Hoseok falava a verdade? Jungkook não sabia. E por mais que ouvir esse tipo de elogio vindo de seus amigos lhe trazia acalento, ele queria ser aceito, não só pelos homens da máfia, mas também por si mesmo. Acreditar ser capaz de fazer o que for, sem medo ou receios, mas com racionalidade e empatia, no entanto tinha medo. Logo, empurrava para o fundo de seu âmago todo seus contrapostos e receios, submetendo-se a infeliz vida de líder sem escrúpulos que desejavam.

Mesmo que isso significasse estar matando-se aos poucos.

- Ei...tudo bem? - Taehyung ao seu lado, indaga gentil, pressionando-lhe o ombro.

- Hm?... Ah, estou bem. Não se preocupe. - Mordeu a boca fina repetidas vezes num gesto ansioso, antes de sorrir fraco - ou pelo menos tentar. Taehyung o conhecia como a palma da mão, sabia que algo o atordoava, mas iria respeitar seu silêncio. Assentindo, ele adentrou o veículo, juntando-se a Jungkook no banco traseiro.

A chuva lá fora aumenta e o mafioso se apressa em colher uma lágrima solitária que escorre por sua face inexpressiva, o veículo adentra as dependências da máfia enquanto os vidros fechados são ricocheteados pelas gotículas de água. O limpador de para-brisa levanta e abaixa no vidro da frente enquanto no rádio tocava alguma música qualquer. Os homens nos bancos de trás conversam escandalosamente e Lee dirigia vez ou outra cantarolando as músicas que tocavam na Van.

Jungkook recosta a cabeça no banco do carona e suspira. Se sente frustrado. É realmente tão necessário matar? Por que não dar uma lição? Sem mortes?! Sentia que sua cabeça iria explodir a qualquer momento;

- Senhor?... Nós chegamos. - diz Lee, pigarreando para chamar sua atenção após todos, exceto o líder, deixarem a Van.

- Ahn?... sim, quer dizer, certo! Pode ir. Ficarei um tempinho aqui. - Adiantou-se à falar. Adotando um rubor adorável nas bochechas quando o beta deixou escapar uma risada devido a afobação do mais novo.

- Sim chefe, tenha uma boa noite.

Jungkook observou o beta se curvar e sair. Só assim notando, que este estava já do lado de fora, não fazendo ideia de quantas vezes havia chamado sua atenção até tê-la.

Que patético. Pensou aborrecido. Nunca o respeitarão se continuar agindo feito um alfa filhote e imaturo.

Sozinho, ele adentrou a mansão, retirou os sapatos molhados e os deixou no cantinho reservado. Seokjin e Hoseok trocaram um olhar cúmplice e suspiraram. Tão previsível.