Sua Estupidez

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Feliz natal atrasado queridos!

Temos aqui Brasital, uma junção estranha de Brasil e Natal. O que quer dizer que os Drarry vão passar natal aqui no Brasil!

Espero que gostem dessa loucura que foi a história, favoritem, comentem, e compartilhem!

E feliz ano novo!
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Harry tinha um péssimo gosto para destinos de viagem. E por isso acabamos em um calor infernal em pleno mês de dezembro. Me arrependo amargamente do momento em que achei que seria uma excelente ideia deixar a escolha do local onde passaríamos nossas férias nas mãos do meu brilhante namorado. 

O moreno distribuía sorrisos, se sentindo muito confortável nos mais de 30 graus, trajando uma regata de tom alaranjado que estava praticamente ensopada de suor. 

A cidade que visitávamos tinha diversos extremos. Extremamente populosa, extremamente barulhenta, extremamente poluída. Era uma tremenda bagunça, e esse era um dos motivos para que o Brasil não fosse minha primeira escolha em destinos para o Natal. 

Potter parou na frente de uma loja repleta de bugigangas, tagarelando sobre como deveríamos entrar e gastar nosso dinheiro em objetos inúteis. A decoração do local me provocou uma careta; esse povo acha mesmo que um pinheiro de plástico enfeitado com mais plástico é o ideal para esse calor dos infernos? 

—  A 25 de março não é fascinante? Podemos encontrar de tudo aqui! O senhor Weasley iria adorar! 

A voz do moreno estava extremamente alegre, e seus olhos passavam freneticamente de um lugar para o outro, tentando absorver cada detalhe. Eu não conseguia ver nada de tão fantástico, e se eu dissesse isso para ele, seria chamado de ranzinza.

Encaro a placa com o nome da loja que estava um tanto enferrujada. Eu deveria acrescentar a possibilidade de pegar tétano na minha lista de motivos para nem sequer pisar nesse país novamente. 

— Nós temos que nos apressar. Tem o tal show de Natal naquela avenida famosa. Como é o nome do cantor mesmo? 

O moreno finalmente focou sua atenção em mim, sorvendo toda a água de uma garrafa plástica que eu não me daria o trabalho de perguntar como ele arrumou.

— Roberto Carlos? 

Harry resmungou pensativo, os olhos brilhando ao avistar um vendedor de doces que gritava escandalosamente o preço de algo chamado cocada. 

— Duas cocadas por seis pilas? Draco, cadê minha carteira? 

Devo lembrá-lo que o tal do: Robert? Ronald? Rodrigo? 

Ah! Que se dane o nome do velho. 

Vai se apresentar daqui a uma hora?

— Você nem sabe o que é essa tal de “tostada”. 

— Cocada! E é por isso mesmo que eu vou comprar!

O moreno arrancou minha carteira do bolso, correndo feito uma criança atrás do idoso vendedor de doces. Apenas pude revirar os olhos, torcendo para não ter que correr para um hospital com Potter depois dessa tal “moscada”. 

Observei o céu, me assustando ao sentir uma respiração em meu pescoço. Arregalei os olhos para a mulher, que me comia com as orbes castanhas.

— Chip da Tim, moço? 

Quem diabos é Tim? E para que eu precisaria de um chip dele?

— Achei o metrô, Dray! Vamos chegar na Paulista rapidinho! 

Harry voltou, segurando uma sacola. O canto da boca dele estava um pouco sujo, deveria ser por conta do doce de nome peculiar. A moça do “chip do Tim” observava o moreno com interesse, me fazendo ficar mordido de ciúmes. 

— Quem é essa? 

Potter parou ao meu lado, analisando a mulher vestida em tons de azul. Enrosquei meu braço na cintura dele, franzindo o nariz com o cheiro de açúcar que estava grudado na pele morena.

— Ela tá oferecendo chips de um tal de Tim. Isso na sua boca é o que? 

As orbes verdes me olharam confusas, a língua do homem serpenteou para fora, tentando coletar o que pareciam ser migalhas em seu queixo. 

— Panetone. Tinha uma moça em uma barraquinha dando amostras de graça, peguei um pedaço pra você. 

O homem não me deu tempo o suficiente para sequer perguntar o que era o tal do “pantone”. Puxou-me, em passos rápidos, até um prédio alto e bem mal-conservado. 

— Isso é o metrô?

A construção estava velha e bem suja. A única coisa que indicava ser o transporte público daquele lugar era a placa, indicando que estávamos na estação São Bento. 

— Sim! Dei uma estudada no mapa e teremos que fazer uma baldeação para chegar onde queremos.

Enquanto tagarelava sobre as linhas de metrô, Harry me conduzia entre as pessoas e se acomodava em um dos muitos trens lotados. Nossa viagem foi tranquila, mesmo com aquele aroma azedo de suor no ar. Quando chegamos na estação chamada Brigadeiro, o moreno voltou a me puxar pela multidão, até a brisa abafada bater em meu rosto. 

A avenida estava interditada, e algumas pessoas faziam fila em frente ao grande palco montado na rua. Deveria ser ali o show. 

— Isso vai ser incrível! 

A exclamação animada do homem me fez rir desacreditado, principalmente ao ver a imagem do velho que iria cantar para gente, estampada em um cartaz ali perto. 

— Esse homem deve ser mais velho que Dumbledore. 

Meu resmungo incrédulo foi abafado pelas primeiras notas de alguma música, e meu namorado começou a acompanhar de forma desafinada. 

Eu deveria começar uma lista de motivos para visitar este país novamente, e o primeiro motivo seria: 

1 - Gostei da música desse cara.
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Draco gostando do Roberto Carlos, não vai durar nem um natal.

Espero que tenham gostado! E tenho tudo para agradecer agora.

Obrigada ao dezdrarry pela maravilhosa oportunidade de postar minhas loucuras aqui. Espero estar com vocês ano que vem!

Obrigada a missugarpurple por betar isso aqui viu, adorei seus xingos no docs hahaha

Obrigada a ruchiaad pela capa lindíssima! Superou novamente minhas expectativas!

E agora vão conferir no perfil da potterfoy galera!

Feliz 2022 para todos!!

Brasital - DRARRY Onde histórias criam vida. Descubra agora