capitulo 26

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Enrico

Cada dia traz uma nova vitória. Minha visão finalmente voltou por completo, e depois de tanta terapia, recuperei também minha voz. Agora estou frente a frente com minha Sophia, observando cada detalhe dela, mas ela ainda não sabe que posso enxergá-la perfeitamente. Quero fazer dessa descoberta uma surpresa, algo que celebre o quanto superamos juntos. Ela está mais linda do que nunca, mas de um jeito diferente... mais madura, mais mulher. Há uma profundidade em seu olhar, uma força que antes não existia. A maternidade, os desafios que ela enfrentou, tudo isso a transformou. E eu... ainda não conheci nosso filho. Dói admitir isso, mas entendo quando ela diz que não quer trazê-lo para cá, com sua imunidade ainda frágil. Ela é tão cuidadosa, tão protetora com ele. Saber disso me enche de orgulho. Mesmo de longe, posso ver que nosso filho está em mãos seguras, nas mãos da mulher incrível que Sophia se tornou.

Recentemente, ela me contou tudo o que aconteceu com seus pais e sobre o quanto Vicente esteve ao lado dela durante todo esse tempo. Quando mencionou o nome dele, seus olhos brilharam, e um sorriso suave apareceu em seu rosto. Nesse instante, o ciúme me atingiu com uma força que eu não esperava. Eu sabia que ele era apenas um amigo, alguém que a apoiou quando eu não estava presente... mas não consegui evitar o amargo aperto no peito. A maneira como ela falava dele, tão à vontade, tão grata, me corroía por dentro. Tentei esconder, porque o que eu poderia fazer? Estive em coma por 12 longos meses, e foi graças a ela, à sua persistência e amor, que estou vivo hoje. Mas, mesmo sabendo disso, não posso ignorar a sombra do ciúme que cresce quando penso em como ele esteve ao lado dela enquanto eu estava ausente.

— Sophia.

Chamo seu nome, mas minha voz sai baixa e rouca. Vejo seus olhos se arregalarem de surpresa, e logo ela está diante de mim, ainda sem acreditar.

— Nunca vi uma mulher tão linda.

Ela sorri, mas o sorriso logo se mistura com lágrimas que escorrem por seu rosto. Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, ela sobe na cama, posiciona-se sobre mim e me beija, como se quisesse compensar todo o tempo perdido. Sinto o calor de seu corpo, e minha garganta inflamada parece insignificante diante da sensação de tê-la tão perto.

— Quando você começou a falar? — ela pergunta, entre sorrisos e lágrimas.

Eu sorrio também, embora cada palavra seja uma pequena tortura.

— Alguns dias — murmuro, tentando não demonstrar a dor na voz.

Ela franze o cenho, me repreendendo suavemente:

— Você escondeu isso de mim, Enrico.

— Não foi fácil, princesa. Não gosto de esconder nada de você — confesso, sabendo que isso a magoa.

Por um momento, o olhar dela se torna distante, uma tristeza que não consigo compreender passa por seus olhos, mas logo ela relaxa e volta a sorrir. É aí que percebo algo: seus seios estão maiores, assim como o restante do seu corpo. Ela parece mais plena, mais radiante. Levo a mão até seu decote e toco suavemente, admirado.

— Eles estão maiores.

Ela sorri, mas de forma tímida.

— Sim, é por causa da amamentação.

O corpo dela mudou tanto, e essas mudanças a deixaram ainda mais deslumbrante. A gravidez parece ter moldado cada curva, como se tivesse esculpido a mulher mais perfeita que eu já vi.

— Seu corpo também está diferente — digo, minha voz carregada de admiração.

Ela franze a testa, e por um instante vejo insegurança em seus olhos.

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora