Capítulo 6

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Quando você tem 12 anos, você quer ser um adolescente, só que você não sabe como é ser um adolescente então presume que é igual aos filmes que passam na TV.

E esse é o maior erro, porque você está criando uma ilusão. A verdade é que ser adolescente não é legal como na TV, ser adolescente é ter o coração partido milhares de vezes, é ter crises existenciais, é querer ficar no quarto e dormir pelo resto do dia, é descobrir que a vida não é a maravilha que você achou que seria.

E eu descobri o que é ser adolescente cedo demais.

No dia 19 de maio, eu beijei Harry Styles.

No dia seguinte eu finalmente soube o que era ter um coração partido, achei que nunca mas o viria ou o tocaria.

E hoje aqui estou.

Dia 15 de dezembro.

E eu estou o beijando novamente.

Uma bomba de felicidade explode em meu peito. Os lábios de Harry tem gosto de pastilha de menta e cigarro e eu os lambo docemente. Ele abre ligeiramente a boca e a minha língua recebe a tão esperada permissão para beijá-lo melhor. Quando eu sugo sua língua, ele solta um pequeno gemido sôfrego, e todo meu corpo se estremece. Abrimos mais nossas bocas, nossos dentes raspam e Harry retribui o beijo calmamente muito diferente de mim que estava totalmente desesperado.

Eu não queria mais beijá-lo como quem queria um prato de comida depois de uma manhã sem comer, eu o queria como quem quer um copo d'água depois de três dias sem beber.

Queria viver ali para sempre.

Quando finalmente rompemos o beijo, ele segura meu rosto com seus dedos tremendo e eu o olho só para comprovar que aquele desgraçado estava sorrindo com aquela boca desgraçadamente linda.

- Agora só falta você dizer que não me odeia.

Ele se lembrava.

٭

Acordei, com algo que aconteceu pouquíssimas vezes desde que me mudei para Londres, com cheiro de carne de soja e ovos invadindo meu quarto. Pulei da cama e desci as escadas em disparada, atordoado ao ver minha mãe em sua velha cadeira de rodas e Niall trabalhando no fogão.

- Mamãe! - Pulo em seu colo e a mulher de cabelos grisalhos apenas abre os braços e me recebe em seu colo com os olhos marejando. - Senti tantas saudades suas, achei que não iria vir me visitar nunca mais.

- Meu Deus, minha criança está tão crescida. - Ela diz e desgruda nossos corpos, passando a mão pelos meus cabelos.

- Eca, vocês podem por favor esperar eu sair para serem melosos? Sou alérgico a demonstrações de carinho. - Niall diz um pouco alto me fazendo finalmente olhar para ele.

- Mamãe, me fala como você suporta esse garoto a tanto tempo assim. - Reviro os olhos quando ele pega um bacon da frigideira e faz questão de comer na minha frente de boca aberta.

- Anos de prática. - Ela ri baixinho.

- Vocês me amam que eu sei.

- Quanto a Louis eu não sei, mas sei que você ama ele. - Ela diz ajeitando seus óculos e fazendo Niall corar - Você deveria ver Lou, ele ficava perguntando o tempo todo "Quando vamos visitar o Louis?", " Quero ver o Louis".

Olho para Niall que está mais vermelho que pimentão debaixo do sol e começo a rir feito uma hiena, não por maldade mas porque a cara dele estava realmente engraçada.

- Obrigado por me fazer pagar esse mico, tia.

- De nada, querido.

Puxo Niall pela gola do casaco e espremo ele em um abraço junto com Mamãe.

Efêmero - [adaptação larry]Onde histórias criam vida. Descubra agora