[👑] Lyra

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A noite estava linda, com o céu enfeitado de pontos brilhantes e uma enorme Lua cheia para iluminar a escuridão.

Jimin novamente vigiava o mundo através da janela de sua torre, com o fiel companheiro Libe e o bonito telescópio que ganhou de presente de Kangdae, seu pai. O príncipe estava silencioso naquele dia, conversou pouco e não quis gastar tempo com as suas atividades diárias, brincou brevemente na sala de música e no ateliê e depois foi para o quarto tirar uma soneca durante a tarde, seu humor estava péssimo e ele não sentia vontade de fazer nada.

Libe também estava quieto, deitadinho na cama e observando o dono de longe, com os luzeiros verdes e brilhantes e as orelhinhas em alerta, captando os ocasionais murmúrios do ruivo. O animal parecia saber quando o seu humano não estava bem, ficava em seu cantinho e não atazanava o juízo do Park, era um bom menino e não queria chatear o papai e nem ser alvo de sua raiva.

Jimin odiava aquilo, ficar bravo ou triste, acabava descontando nas outras pessoas ou no próprio amigo e morria de chorar no travesseiro depois do surto emocional. Lágrimas manchavam o rostinho redondo e ele sequer percebeu que estava chorando, tão encantado e fascinado pelo céu estrelado que esqueceu do resto do mundo. O coração jovem batia em ritmo agradável e uma tristeza melancólica irradia através do peito todo, subindo pela garganta em soluços baixinhos e curtos e escorrendo pelas bochechas em forma de gotas cristalinas e salgadas, estava tão triste e nem sabia o porquê.

Mamãe foi maldosa e disse que ele jamais sairia do castelo, que ficaria trancando em sua torre para sempre até morrer de velhice ou desgosto. A rainha Misun era uma mulher cruel e arrogante, gostava de esbanjar o seu glamour e beleza pelo reino para esconder o interior frio e podre que guardava debaixo dos trajes de realeza e de seu rosto de boneca. Era uma bruxa, Jimin não gostava dela e estava com muita raiva, quis puxar os seus cabelos pretos e gritar com ela, porém, tudo o que fez foi ficar em silêncio e correr para o quarto, ouvindo as palavras ruins ficarem cada vez mais distantes, longe o suficiente para não machucá-lo.

Misun foi realmente péssima e o filho ressentia cada coisa dita por sua boca bonita.

"Você não pode sair lá fora, Jimin, é muito perigoso."

"Esse assunto está fora de cogitação, você nunca vai sair do castelo. Nunca!"

"Eu não me importo com o que você quer. Você vai fazer o que eu mandar e pronto."

"Eu me preocupo com você, querido, por favor, escute a mamãe."

"Você está sendo um garoto ruim, Jimin."

"Perdoe a mamãe, eu não quis gritar com você."

"Você está fora de controle, eu deveria te trancar no seu quarto pelo resto da semana e te deixar sozinho, sem a porcaria do seu gato pra te fazer companhia."

"Não chore, amor, a mamãe não fez por mal, eu só quero o seu bem."

"Você é um garoto doente, Jimin."

"Você nunca vai sair desse castelo, ouviu?! Nunca! Vai ficar trancado aqui até quando estiver velho."

"Engula o choro, está sendo um marica."

"Me desculpa, eu te amo, querido."

"A primeira e última vez que você sairá desse castelo será no dia do seu enterro, Park Jimin."

Jimin a odiava. Com todo o seu coração pequeno e frágil. Sua mãe era a pior pessoa do mundo, mas ele a amava, porque era a sua família, a pessoa que cuidava dele e queria o seu bem acima de tudo. Era o que Misun sempre dizia, no fim das contas.

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