Missing You
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Era mais uma festa chata.
Mesmo sem vontade alguma, eu precisava sair. Precisava espairecer, beber um pouco – ou talvez muito.
Com toda a preguiça do mundo, eu me levantei e me arrumei. Não muito, apenas o suficiente para não deixar óbvio que estava a dias, talvez semanas, sem ter uma boa noite de sono.
E então rumei até o endereço que fora me enviado por mensagem.
Assim que cheguei, pude ver a casa de tamanho médio com luzes coloridas, um som super alto e dezenas de jovens embriagados espalhados pelo grande jardim. Alguns conversavam, outros bebiam ainda mais, fumavam, casais, e alguns trios ou grupos, se pegavam e tinham até aqueles que haviam bebido além da conta e já estavam apagados.
Nem estava tão tarde assim, eram apenas 23h18 da noite.
Desviei de alguns que estavam no caminho e entrei na residência. O som ainda mais alto e o conjunto de luzes coloridas logo me atingiram, assim que pisei na sala.
Alguns conhecidos me cumprimentaram rapidamente, outros alegaram estar surpresos com a minha presença no local. Bem, até eu mesma estou me surpreendi por ainda estar ali. Em outras épocas, já teria metido o pé assim que visse o jardim, ou sequer tinha saído de casa. Mas como eu disse, eu precisava sair.
Ficar em casa estava me sufocando. Tudo me trazia lembranças dolorosas, tudo me fazia chorar, me fazia perder o sono, a paciência, tudo me estressava.
Eu estava surtando.
Senti a vontade de chorar me atingir levemente apenas por ter um rápido pensamento da minha situação atual, então me apressei a ir até a cozinha e pegar algo pra beber.
Assim que comecei, não consegui mais parar.
Bebi litros e mais litros de cerveja, algo que eu detesto, mas não estava na posição de reclamar ou exigir alguma outra bebida, já sentindo minha cabeça rodar e meus olhos pesarem.
E como se tivessem adivinhando os meus pensamentos, vi três rapazes chegarem na cozinha com dezenas de caixas de garrafinhas de vodka, colocando-as no freezer enorme.
Eu conhecia aqueles homens.
O primeiro, e mais velho, era branquelo, medianamente alto, tinha os cabelos castanhos e covinhas fofas. O segundo era mais baixo e o mais forte entre os três, ele tinha os cabelos escuros e um sorriso brilhante. Já o terceiro, e último, era mais alto, cabelos semelhantes aos do segundo e tinha olhos afiados. Lembro que o último havia sido o meu crush por algum tempo, até ele aparecer.
Eram eles, Christopher – ou Chan –, Changbin e Minho.
Os três conversavam alto enquanto guardavam as bebidas. Até Minho perceber que eu estava os encarando.
Ele acenou levemente de longe e pegou uma das garrafas, vindo até mim.
Sem dizer nada, ele apenas colocou a garrafa no balcão onde eu estava sentada e me lançou um sorriso. Um sorriso calmo, reconfortante, daqueles que diz "vai ficar tudo bem". E então deu as costas, retornando para onde estava.
Mal consegui devolver o sorriso, ou sequer agradecer pela bebida. Senti meus olhos encherem de lágrimas, meu coração acelerar e a garganta secar, mesmo depois de beber tanto.
De novo não.
Agarrei a garrafa e sai apressada do local, passando direito pelo caos que estava na sala, saindo da residência.
Me sentei num canto do jardim, onde não havia muita gente e, principalmente, não havia fumantes por perto.
É melhor evitar que minha alergia ataque. Já tenho problemas demais para me preocupar.
Analisei a garrafa de bebida por um tempo antes de abri-la. O gosto era forte, mas como eu já não pensava muito certo, não me preocupei com a ressaca que teria no dia seguinte. Me permiti relaxar, aproveitando o vento frio da madrugada e o ambiente, quase, calmo.
Porém, meu sossego não durou muito.
Um casal apareceu discutindo atrás de mim, poucos metros de distância.
A mulher chorava enquanto dizia que o homem parecia não se importar mais com o relacionamento deles e o homem rebatia, falando que ela estava o sufocando demais.
A discussão durou mais alguns minutos e, em algum ponto, eu acabei vendo eu e ele naquela briga.
Lembro perfeitamente daquele dia em que tudo desmoronou e ele se foi.
Lembro do rosto dele molhado de lágrimas e o nariz vermelho, depois de tanto chorar.
Lembro de vê-lo arrumando as malas, enquanto soluçava alto.
Lembro do som da porta batendo forte, após ele sair de casa, da nossa casa, com uma mala grande, uma mochila e o pequeno cachorrinho no colo.
Lembro de ter ligado e mandado várias vezes, mas sendo ignorada todas as vezes.
Tudo havia acabado.
Assim como o relacionamento do casal que estava discutindo agora pouco.
O homem saiu, com o rosto molhado, do mesmo jeito que ele, e a moça desabou no chão, chorando desesperadamente, sem se importar em estar no meio de várias pessoas.
E, assim como ela, eu também já estava chorando.
Do mesmo jeito que estava naquele dia.
Meu coração doía. Principalmente de saudade.
Saudades dos momentos que nós dois passamos juntos.
Saudades dele.
Eu amava os sorrisos enormes e brilhantes ele tinha.
Amava os cabelos sedosos, o rosto bonito e o corpo esguio dele.
Amava os beijos surpresas.
Amava quando ele me abraçava e ficava parecendo um bebê coala.
Amava quando ele se empolgava demais com qualquer bobeira, com qualquer coisa, e ficava super animado com aquilo.
Amava os momentos de drama dele.
Amava os momentos em que ele fazia algo de errado sem querer e me olhava com aqueles olhinhos escuros e brilhantes, pedindo desculpas.
Mas também amava a forma como ele me ajudava e cuidava de mim, principalmente em meus piores momentos.
Amava a sua compreensão e preocupação comigo.
Amava a forma como ele me amava.
E eu amava ele.
Eu ainda amava ele.
Mesmo depois de tanto tempo.
Ainda amava tudo naquele homem.
Mas agora, infelizmente, tudo era apenas saudades.
Tudo era lágrimas, dores e saudades.
Era apenas o que me restava dele.
Mas, mesmo depois de tudo que aconteceu, mesmo depois de tanto tempo distantes um do outro, eu ainda amava o Hyunjin como se ele ainda estivesse aqui.
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I Still Love You • HHJ
FanfictionE mesmo depois de tanto tempo, eu ainda sou capaz de te amar como se você ainda estivesse aqui. One-Shot com Hwang Hyunjin.