pele "nojenta" do ser humano

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Desde já desculpo-me por quaisquer erros ortográficos que possam existir, e pela revisão que não existe de todo. Desta vez, deixei que a emoção deixasse tomar conta da racionalidade, e ver o que ela me trazia, por mais imperfeito e cru que fosse.

A escrita sempre foi o meu bem mais precioso, e vai continuar a ser, até o meu cérebro deixar de me ajudar, e deixar de ter a capacidade de pensar por si e pensar pelos dedos. É ela que nestes momentos de solitude singular, de destruição massiva me ajuda a cooperar quando o que eu desconheço, com o que eu tento perceber mas nunca consigo e isso só me deixa confusa. A sensação de sentir um vazio dentro, que provoca um choro oco e frágil, que a cada música que ouve não encontra paz nem a cada palavra motivacional não encontra o porquê do mundo continuar a girar. O senso de justiça grita para perceber quais as razões do amanhã vir e se valerá a pena vivê-lo. Essa tristeza arrebatadora que tras um batalhão consigo e causa uma destruição de um tamanho incomum que honestamente até a mais alta, a mais suportada torre cairia. E o pior de tudo é realmente saber que esta angústia foi fruto de algo que o ser humano é muito bom - a criar expetativas irrealistas, a criar impressões totalmente descabidas e erradas de alguém que nem sequer conversou com, e se conversou, ora pois, então continua no erro de permanecer errado, isto porque não tentou quanto o ser que sente isto tentou para se mostrar bem e se mostrar envolvido. O ser humano é bem complexo, tanto para o bem e para o mal, e nossa, o mal tem as suas nuances tão definidas que todo o bem vai parecer subjetivo e calhado... o mal por sua vez pode parecer tão intencional que vai acabar por ser lhe atribuido um objetivo e vai ser objetivo. O simples virar de costas, a simples arrancada de um objeto de mão da forma mais bruta...

Esta sensação de insatisfação quando a recompensa do esforço acaba por ser mais cara e sofrida do que realmente deveria ser. Ou esta sensação de desprazer quando sente que a sua presença incomoda o mais simples do andaime, esse que traz um ódio desproporcional a um motivo que nem o mesmo saberá o que é... a simples existência e partilha de espaço traz um desespero tal que o ser humano adoece de pensar o que podera ter feito para que tanto odio lhe seja pregado, para que o seu rosto seja imaginado em tantas poses de sofrência e dolor. Ou quando fala, sente que o som rebate para todos os cantos, menos para os ouvidos daqueles que fingem ouvir e não escutam. Por isso pergunto, será que é mesmo frescura? Ou uma forma extrema de precaução que a pessoa toma para si? Ou será o acumular de tantos males que nem da pessoa são, exteriorizados, mas que a pessoa assume para si, e quando vai a ver, a fala torna-se grito e as suas ações tornam-se desesperadas. O isolamento, o silêncio, a seriedade quando passa por sorrisos e não nutre energia nem para mirar ou contemplar os momentos curtos e caricatos da vida, pérolas da vida cuja repetição é impossível ou cuja re-interpretação é falha, porque o mero replay numa cabeça tão abatida por demónios mandados a comando dos outros nunca vai ser tão completo quanto desejaria ser. aquele 100% ou 110%, aquele prazer de ouvir uma música no background enquanto vai recapitulando alguns momentos, nunca vai ser tão prazeroso enquanto estiver, no fundo da sua mente, a pensar, sempre que existem silêncios e tempos mortos, que está e vai ser comido por lobos, quer eles tenham pele de inveja, pele de "odeio a tua existência", pele de "odeio o teu ar" ou pele de "a tua carne, a tua face, os teus traços, a tua roupa, o que vestes, o que fazes, o que dizes, como dizes, és imperfeito e eu odeio-te". essa pele.

essa pele nojenta e suja que o alvo tem de ver e interiorizar a sujeira como se fosse sua! quando na verdade só vive em si e para si, e o outro teima em criar o mais sujos dos pensamentos e as mais sujas das ideias para tirar do ser humano qualquer humanidade que haja e sugar qualquer vertente amistosa que possa demonstrar.

sim, o ser humano é complexo. implacável. frágil. e no mais, desaprendido.

O desaprendido de ter qualquer humanidade pode aprender a ter humanidade até com o mais fechado dos seres, até porque muitos cuja amedontração é a fala encriptam em si a mais valente das histórias e o mais sincero conhecimento. passe o ser humano a dar valor e pódio a quem nao so chega lá em primeiro lugar, mas também quem chega ao décimo ou décimo primeiro, pois a posição de nada valera se o caminho para obtenção da mesma não valeu a pena para a essência da pessoa. que passemos de igual forma a dar lugar, empatia e humanidade ao sujeito que nao providencia discurso mas sabe muito bem que seria capaz de entregar, se o outro se esforçar para captá-lo nos seus sentidos, um discurso do porque que esse sujeito deve ser valorizado! talvez seja por isso que a maldade esteja tão bem entregue e tenha sempre, quase sempre ou muitas vezes o mesmo tipo de destinatário.

esse odio injustificado e inexplicável é doentio. é a doença do ser humano, uma epidemia que cresce e se espalha através de cochichos ou falsos rumores. uma doença que mesmo que lhe seja entregue um diagnóstico (neste caso, qualquer explicação ou qualquer pergunta direta sobre o PORQUE de odiar tanto assim alguem) nunca vai ser resolvida, porque nao tem fundamento, e esse ser desperdiça o seu tempo a encontrar razões, mesmo que essas razoes nasçam das próprias histórias que inventa

ele acaba por obter o que deseja muitas vezes, o nascimento da calamidade em quem não observa com bons olhos, de facto, sim... sejamos sinceros... mas essa tristeza que eu sinto, que tu sentes, é sempre algo a ser aprendido e a ter como reflexão e sim, não há como colocá-la de melhor maneira que nao esta. se estivermos a fugir dela, afundamo-nos mais... então coloquemos as coisas de forma a que nos valorizem e nos entreguem mais, BEM MAIS, do que o outro nos entrega a nós mesmos

que passe de não ter nada, a ter fundamentos, a ter aprendizagens, a ter conteúdos que possamos utilizar para sermos mais belos de espírito e de ser!

tambem nao quero terminar sem fundamento, portanto, que eu possa utilizar o vazio que neste momento sinto (e espero que amenize) para deixar alguma compreensão e tocar em alguem.

o meu desejo nem seria obter visibilidade, porque é bem improvável que isso aconteça, mas sim a partilha do humano, da parte mais escura e funda, sem romantização, para que possamos nos sentir compreendidos, vistos e ouvidos, até mesmo lidos!

grito para o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora