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Oi pessoal! Olha eu aqui com uma one novinha...
Fui desafiada pela @Melloishy a escrever uma one onde o Izuna senta no colo do Tobirama pra tatuar o peito dele... Aqui está espero que gostem e me perdoem por qualquer erro.

...

Não conseguia acreditar que estava mesmo na calçada esperando um Uber. Se amaldiçoou tantas vezes nas últimas horas, simplesmente por ter cedido a chantagem emocional de Hashirama. Duas semanas atrás ele surgiu do nada com essa conversa de “tatuagens iguais”, para simbolizar a irmandade e amor que tinham um pelo outro. Tobirama se perguntava desde então onde seu amor havia se enfiado, por que só conseguia pensar em enfiar a cara de Hashirama no concreto para que ele parasse de enchê-lo com essas coisas. Tobirama culpava o namorado de seu irmão por isso, desde que o irmão mais velho fez a primeiro rabisco na pele, por influência de um certo Uchiha mal encarado, que não parou mais, era seu novo vício: plantas, crossfit, café, livros e agora tatuagens. “Ah! Se papai estivesse vivo…”, nessas horas Tobirama só conseguia imaginar os ossos de seu pai chacoalhando dentro da sepultura.

O carro estacionou e o albino entrou sem demora, murmurando um bom dia desanimado, agradeceu internamente pelo motorista ser um cara silencioso, caso contrário receberia umas respostas bem atravessadas, e quanto mais pensava sobre a idiotice que estava prestes a fazer, mais zangado ficava. Mas havia prometido, e não era de quebrar suas promessas, o desenho que escolheram era a marca de sua família, ou como dizia seu falecido pai, de seu clã e sempre que o velho falava sobre isso tinham que ouvir as longas explicações sobre a diferença de clã e família.

Chegou no endereço em poucos minutos, parado diante da vitrine viu o irmão mais velho conversando com o namorado, mas é claro que ele estaria lá, não só para apoiar Hashirama, também para ver se o segundo Senju ia amarelar ou chorar. Por que eram assim, afinal, dois briguentos que não perdiam a chance de se alfinetar. Nunca se deram bem e a coisa ficou pior quando, no Natal passado, Madara o flagrou aos beijos com seu irmão mais novo, Izuna Uchiha, dentro da dispensa. Tobirama culpou o vinho, a insistência de Hashirama para que ele tomasse “só mais uma taça” levou todo o crédito. O Uchiha mais velho já era chato e rabugento por natureza, mas quando alguém se aproximava demais do seu irmão mais novo a coisa tomava proporções bélicas.

Depois da confusão toda Tobirama decidiu afastar-se completamente de Izuna, aos poucos foram deixando de se falar, de curtir e comentar as postagens um do outro nas redes sociais, as mensagens no WhatsApp também foram sumindo até não existirem mais. Depois de quase um ano do incidente na dispensa, ele achou que teria se resolvido, aceitado que o que sentia por Izuna era só fogo de palha, mas quem disse que conseguiu esquecer dele de vez? Ainda dava uma stalkeada básica nos seus perfis de vez em quando, e sentia um estranho alívio ao ver que o status de solteiro não mudou.

Entrou no estúdio com o cenho franzido, cumprimentou os dois brevemente e esperou um convite para sentar-se com eles. Ainda faltavam quase vinte minutos para o horário marcado.

— Está animado, Tobi? — Hashirama deu uma risada após perguntar.

— Não muito. — Respondeu com um suspiro desanimado. — Espero que tenha escolhido um ótimo profissional, anija.

— Mas é claro! — O Senju mais velho riu alto, depois deu um tapinha na perna do irmão e continuou. — Tenho que certeza que você vai gostar.

Pela cara torcida de Madara, Tobirama ergueu uma sobrancelha, com certeza havia caroço nesse angu.

A porta da sala abriu e por ela passaram duas garotas, logo atrás surgiu uma figura esguia vestida de preto da cabeça aos pés, o cabelo em um coque alto bagunçado, mas estiloso, a franja emoldurando o rosto e mesmo com uma máscara cirúrgica cobrindo do nariz ao queixo, Tobirama o reconheceu e imprecou na hora, empacado como um burro na subida da ladeira. Hashirama era mesmo um puto, e quando é que Izuna havia virado tatuador? Quando ele havia voltado para Konoha? Enxugou as mãos suadas na calça jeans e engoliu a saliva, na pobre tentativa de amenizar a secura em sua garganta. Izuna tirou a máscara e cumprimentou Hashirama primeiro, ganhando um abraço apertado e uma piada divertida, mas ele continuava lá sentado na cadeira, as pernas enraizadas no chão, e se não fosse assim teria saído correndo. Quando os olhos negros de Izuna pairaram sobre ele, o mundo parou. Tudo ficou em câmera lenta, a carreira de dentes perfeitos num sorriso desconcertante, conhecia tão bem o gosto daqueles lábios, mesmo depois de tanto tempo a maldita memória estava intacta na sua mente. Obrigado Hashirama, odeio você, pensou. Ficou de pé e o cumprimentou da forma correta, estendeu a mão e até sorriu, queria perguntar tanta coisa, principalmente se Izuna ainda mantinha as mesmas lembranças ou sua chama havia se apagado, mas era melhor evitar tais assuntos no momento, por que Madara estava quase rosnando ao seu lado, o aperto de mão estava demorando mais que o necessário.

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