Anjos da Noite

Capítulo 51 - A Primeira Flecha de Eros

- Como assim Phi? - Intoch piscou algumas vezes tentando entender o que o sênior a sua frente estava dizendo.

- Eu também não estou entendendo... - Kao sussurrou atordoado para seu pequeno. - Ela disse que tem uma filha... Será verdade ou seria algum tipo de delírio? - O rapaz estava tão confuso como o menino ao seu lado. - Nós nunca soubemos sobre uma criança... - O jovem se lamentava. - E, não havia nenhum vestígio de uma criança no acidente, a polícia teria notado, certo? - Ele estava quase em estado de choque.

- Phi... Venha. - Intoch puxou o mais velho pela mão. - Não se aflija iremos resolver tudo quando ela acordar. - O menino o confortou arrastando ele para fora do hospital, uma vez que o médico os comunicou que a manteriam sedada até a manhã seguinte para que descansasse. - Vamos você precisa respirar ar puro. - Intoch se direcionou para o Café onde Win e Team os aguardavam.

- Uau... Isso é... Nossa... - Win ficou sem fala ao ouvir as novidades sobre a prima do amigo. - Tipo se isso for real... Essa criança pode estar em qualquer lugar... - Ele mordeu a língua percebendo que não estava ajudando a melhorar o ânimo de Kao.

- Não se preocupe P'Kao, quando obtivermos mais informações ajudaremos a encontrá-la. - Team garantiu ao seu mais velho, com um sorriso tranquilizador.

- Por hora é melhor você descansar, Phi. - Sugeriu Intoch.

- Nós vamos deixá-los em casa, P'Pruk e P'Dean já partiram e, a Patinho ficará conosco essa noite. - Team informou depois de ver a mensagem que recebeu de Manaow.

- Fico grato, Nongs! - Kao agradeceu se levantando como os demais.

Eles pagaram a conta no café e seguiram para fora do estabelecimento, estavam silenciosos em respeito a angústia de Kao. Caminhavam lado a lado tranquilos , quando ouviram vozes exaltadas vindas de algum canto do estacionamento, o que fez os dois menores ficarem alertas, eles trocaram olhares significativos. Team fez sinal para que os mais velhos continuassem andando até o carro, mas ambos sussurram que não, entendendo o que eles pretendiam fazer. Intoch fez um muxoxo contrariado e, enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta que vestia e tirou de lá dois socos ingleses (soco-inglês é uma arma branca utilizada em combate corpo-a-corpo, com quatro orifícios para se encaixar aos dedos como anéis. ), colocou um e, entregando o outro ao Kao que o olhou surpreso.

- Se o Phi vai nos seguir melhor se previnir. - Intoch sussurrou para ele.

- Fiquem atrás de nós! - Team orientou em voz baixa. - N'In de a volta com P'Kao, nós iremos pela frente ver o que está acontecendo. - O pequeno organizou as duplas, Intoch acenou positivo e se afastou com cautela pelo lado oposto. - Pronto para atuar Phi? - Team olhou triste para seu sênior, não queria que Win se envolvesse demais em seu mundo, mas naquele momento não tinha como impedi-lo. - Vamos andar normalmente como se nosso carro fosse casualmente próximo de onde está o problema. - O Nong explicou como fariam e, Win ficou surpreso como seu pequeno pensava rápido em uma estratégia.

As duplas seguiram o plano, os mais velhos estavam ansiosos e apreensivos, mas não iriam deixar os Nongs enfrentarem o que quer que fosse o problema sozinhos, eles queriam de todo coração ajudá-los de alguma forma. Depois de dar alguns minutos de vantagem para a primeira dupla, Team e Win adentraram no estacionamento de forma despreocupada, seguindo o som das vozes. Quanto mais chegavam perto podiam identificar o que as vozes estavam falando, era uma briga entre um homem e uma mulher, era sério, pois de onde avistavam parecia que o cara estava torcendo o braço da mulher.

Homem: - Você não tem escolha, você é minha propriedade, fará o que eu mandar! - aos berros.

Mulher: Por favor me deixa ir ... Eu não aguento mais... - choramingando.

Homem: - Não esqueça que isso foi escolha sua! - ele a sacudiu.

Mulher: - Suas promessas eram muito diferente, seu porco imundo. - acusou ela recebendo de volta um tapa na cara, tão forte que a fez se desequilibrar e cair no chão.

- Meu senhor há algum problema aqui? - A voz de Team soou firme e próxima ao casal , fazendo o homem agressivo se virar em direção a eles.

Homem: - Não se metam fedelhos... a não ser que vocês queiram pagar os serviços dela, o que acham, faço um desconto para os dois? - o cara riu malicioso com a oportunidade.

Mulher: - Eu já disse que não quero mais fazer isso. - ela esbravejou do chão entre os soluços.

Homem: - Desde quando um lixo como você tem querer? - Ele gritou chutando a mulher no chão. - Você deve fazer apenas o que eu mando sua vagabunda. - Ele se abaixou puxando-a pelo cabelo e arremessando o rosto dela contra o carro próximo a eles, com a força do impacto a mulher desmaiou.

- Meu senhor pare com isso! - Win gritou com o cara, seu sangue ferveu ao presenciar tamanha violência. - Se afaste dela! - Ele exigiu.

Homem: - Quem vocês pensam que são para falar assim, seus fedelhos de merda? - o cara se virou para eles com raiva. - Vamos ver do que os bebês são capazes! - Ele sacou uma arma fazendo Win parar em seu lugar.

- Calma Sr. vamos conversar... - Team ergueu as mãos mas não parou de caminhar em direção ao casal. - Não precisa fazer isso, só queremos voltar para casa com tranquilidade, podemos resolver isso... - O Nong continuava falando mantendo a atenção do cara persa nele.

Enquanto o homem tinha sua atenção para os rapazes a sua frente, apontando a arma para o menor que insistia em vencer a distância, ele não reparou nos dois que se aproximavam sorrateiros por trás dele. O homem engatilhou a arma e, estava pronto para atirar quando foi atingido nas pernas o fazendo ceder ao chão, Team foi rápido prendendo a mão com a arma para cima enquanto atingia em cheio um soco no rosto do cara. Intoch que havia chutado o joelho do homem, deu lhe um soco nas costas enquanto o irmão torcia o braço dele para desarma-lo. Os irmãos desarmaram e nocautearam o homem em minutos.

- Verifiquem a mulher! - Team gritou para os rapazes que se encontravam em estado de choque.

- Ela está desacordada, mas está respirando. - Afirmou Kao após verifica-la e ajudar Win a colocá-la no colo.

- Oh... Não pode ser... - Intoch arregalou os olhos ao ver o rosto da mulher.

- O que aconteceu, Nong? - Team perguntou ao irmão confuso.

- É a minha mãe... - Intoch respondeu ríspido com seu sangue borbulhando. - Jamais esqueceria esse rosto. - Ele bufou com raiva .

- Ok ... Vamos leva-la para o hospital... - Team tentava raciocinar depois da notícia. - O Nong espera aqui com P'Kao, vamos mandar os policiais do hospital vir recolher esse cara... Depois você decide o que fazer sobre isso. - Ele abraçou o irmão para conforta-lo. - Aguenta firme que já volto. - Ele sussurrou no ouvido do pequeno. - Cuida dele para mim P'Kao, já voltamos. - Team pediu preocupado e quando Kao afirmou, ele saiu com Win em direção ao hospital.

- Você está bem?- Kao puxou seu pequeno para um abraço, o Nong tinha permanecido em silêncio desde sua revelação e, agora que os guardas já haviam levado o cara como prisioneiro, eles poderiam conversar tranquilamente. - Você pode se abrir comigo... posso não ser um de seus irmãos, mas eu, também, te amo e, quero muito o seu bem. - Confessou Kao beijando a testa de seu menino e, Intoch sentiu um calor reconfortante crescendo em seu interior que o fez transbordar em lágrimas. - Tudo bem... Eu estou aqui com você e, não vou te soltar. - Kao acariciou as costas do Nong para acalma-lo.

- Phi disse que me ama? - Um pouco mais calmo Intoch quis confirmar o que ouviu.

- Sim! - Kao respondeu com um sorriso Tímido, se afastando o suficiente apenas para olhar o Nong nos olhos. - Talvez esse não seja o momento certo, mas eu quero que saiba que esse sentimento é verdadeiro e, que não espero que me responda de imediato, só pense se você acha possível que algum dia possa Me aceitar como seu namorado. - Kao jogou direto e, aproveitando o que talvez fosse sua única chance ele tomou os lábios do Nong.