1. Game night.

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História não revisada!
Boa leitura.

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— Quer jogar um jogo? — Falei com o tom de desafio, vendo-o me olhar com receio.

— Na última vez que isso aconteceu não acabou muito bem... — Ele falou coçando a nuca e me olhando com súplica. Eu amo esse olhar de medo e incerteza, é o meu favorito depois do olhar de pavor.

— Ah, tudo bem. Se você não quiser jogar comigo eu posso chamar outra pessoa... Sem problemas. — Fiz o meu melhor semblante triste, como o de um cachorrinho nos seus minutos conscientes em vida.

— Espera! Eu quero jogar sim, só com um pouco mais de cuidado dessa vez... — Senti sua mão no meu ombro e logo meu sorriso satisfeito surgiu, acompanhado de um sorriso preocupado dele. Eu sabia que ele temia a vida, e sabia que ela estava no meu controle. Isso não é incrível? Eu o tenho na palma da mão o tempo inteiro, não vejo como ser melhor.

— Vamos fazer assim: você coloca essa venda e joga essa faca na parede. Eu vou ficar parado ali no meio. — Entrego os objetos, sentindo suas mãos trêmulas e o seu olhar de pavor vindo. Ah, isso é incrível. — Vamos testar sua mira!

Me posicionei na parede e esperei que ele tomasse um ar antes de colocar a faixa sobre os olhos e mirar a faca em minha direção. Vi o seu peito subir e descer em um suspiro longo, antes de uma lágrima descer por baixo do pano e uma contagem em forma de sussurro começar.

— 1, 2, 3... — E no silêncio se pôde ouvir o objeto voando em minha direção, batendo na parede e caindo ao meu lado, no chão. — Vicent...? Tudo bem? Vicent?!

Comecei a rir e fui até ele, tirando a venda e ganhando um abraço apertado e trêmulo.

— Errou. Não sei se fico feliz ou triste. — Falei rindo e acariciando suas costas. — Vamos pro próximo jogo!

— Vicent! — Ele segurou meus braços, que logo ficaram rígidos e me olhou chorando. Essa é a parte ruim: o medo excessivo. — Você poderia ter morrido por... minha causa...

Rolei os olhos em tédio. Quem se importa em morrer ou não? Seria um ganho de qualquer maneira.

— Coloca a venda em mim e deixa sua mão na mesa. Vamos ver se você tem sorte de continuar com um dedo do mesmo jeito que eu continuei com a minha vida. — Me sentei na cadeira sob seu olhar temeroso. — Vamos, não tenho tanta paciência.

Ele acenou com a cabeça em concordância. Senti um nó fraco ser feito ao redor da minha cabeça e logo minha visão estava escura. Peguei a faca afiada e usei meu tato pra pegar sua mão e sentir onde estavam os dedos.

Respirei fundo em uma falsa preparação e acertei um de seus dedos propositadamente, escutando seu grito agudo logo em seguida, se misturando com a minha risada.

— Ganhei? — Perguntei enquanto tirava a venda e via o rastro de sangue e o dedo cortado, seguido do olhar de pavor. — Acho que ganhei. Bom, podemos acabar então. Quer ir no hospital?

O vi balançar a cabeça freneticamente, negando.

Não tem como ficar melhor.

Fui buscar a caixa de socorros básicos para acabar a noite de jogos. Já estou ansioso para a próxima.

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⏰ Última atualização: Oct 05 ⏰

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