Capítulo 4

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O trailer, meus amoresssss!!!!! Vou pôr também no início da história! Espero que gostem!! Boa leitura! ;)

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Os seus olhos chocam com os meus e ele parece tão espantado quanto eu. O meu coração bate furiosamente contra o meu peito quando o vejo caminhar na minha direção. Não, não, vai-te embora. Ele encosta a sua mão no vidro e eu analiso o seu rosto detalhadamente. Os seus olhos são tristes, a sua barba está por fazer e os seus lábios são desejáveis como dantes.

"Evy..." Os seus lábios formam a minha alcunha e eu sinto a minha visão ficar turva, fazendo-me piscar os olhos e deixar a lágrima cair para ter uma visão mais nítida.

Mas algo acontece. Quando eu abro os olhos, Zayn não está mais à minha frente, não está ali. A minha mão encosta-se ao vidro exatamente no sítio onde ele encostou do lado de fora. Eu alucinei, eu imaginei o Zayn ali, tão perto de mim. É a única explicação que encontro para o ter visto à minha frente e num abrir e fechar de olhos, ele já não estar lá.

Limpo as minhas lágrimas e viro-me de costas para a janela. Suspiro e pego no jarro, enchendo-o com água. Respiro fundo para me acalmar e caminho para fora da cozinha, em direção à sala. Forço um sorriso e sento-me ao lado de Liam, pousando o jarro ao meu lado. Sirvo-me e começo a comer em silêncio. Ainda não estou em mim.

"Está tudo bem?" Oiço Liam perguntar-me ao ouvido e eu assinto, forçando um sorriso para ele. Ele olha-me desconfiado mas assente, beijando a minha testa e continuando a comer.

Não sei se deva falar com alguém sobre esta alucinação. Não sei mesmo. Acho que se falasse com Harry ou Jade, eles iriam pensar que sou maluca e já me basta eu própria achar que sou maluca. Falar com Liam está totalmente fora de questão. Respiro fundo e saboreio o rolo de carne que a Karen fez com tanto carinho para nós, como ela faz sempre. Por mais que tente, a imagem de Zayn não deixa a minha mente e sinto-me descarrilar. Como se todo o esforço que fiz para superar todo o sofrimento pelo qual passei tivesse sido em vão.

"Evelyn?" A voz de Liam chama e eu abano a minha cabeça para afastar os meus pensamentos sobre Zayn, olhando para o homem ao meu lado.

"Sim?"

"O meu pai perguntou-te.como estavam as coisas na empresa." Diz e eu sinto-me muito chateada comigo própria por não ter ouvido.

"Claro, desculpe,Geoff." Peço.

"Ora, não faz mal." Assegura-me sorridente. "Mas como estão?"

"Estão ótimas, temos trabalhadores empenhados nas tarefas e o ambiente é descontraído." Explico e vejo-o assentir.

"O teu pai fez um ótimo investimento, Evelyn." Ele diz e eu perco totalmente a vontade de falar com Geoff.

Eu não quero falar do meu pai, ou melhor, Yaser.

"Pai." Liam grunhe e Geoff olha-me com atenção.

"Desculpa, Evelyn, eu não queria ser desagradável." Diz e eu balanço a cabeça.

"Não faz mal, Geoff." Digo e sinto Liam fazer-me uma carícia na minha perna. Olho para ele e recebo o seu sorriso tranquilizador, o que me faz sorrir de volta.

Geoff e Liam começaram a conversar sobre o jogo que vai haver de Inglaterra contra a França. Um jogo que eu não quero perder. Eu não gosto de falar do Yaser, essa conversa acaba sempre numa discussão sobre dar uma segunda oportunidade ao meu pai, ou ao Yaser. Isso implicaria voltar a vê-lo. Como eu não queria dar oportunidade nenhuma, Yaser quis oferecer-me uma empresa para gerir. Eu ao início não queria mas acabei por aceitar porque sabia que ele iria continuar a insistir e assim só teria de o ver uma vez por mês para lhe dizer como estavam as coisas na empresa. Ainda me lembro do momento em que ele me ofereceu a empresa.

Flashback On

O som da campainha lá em baixo soa e eu rolo os olhos para a pessoa que esteja do outro lado da porta. A voz da minha mãe soa mas eu não percebo as suas palavras, estou demasiado afogada no buraco negro. Oiço passos nas escadas e cada vez mais estes se aproximam do meu quarto. Não, eu não quero falar com ninguém, a não ser que seja Liam. Um toque na madeira soa e eu dou um pequeno salto, não estando à espera.

"Ev?" A voz da minha mãe chama e ela abre a porta, a sua cabeça espreita. Emito um som para a informar que a estou a ouvir e ela prossegue. "Está aqui uma pessoa para falar contigo." Diz e eu suspiro. Não é o Liam, se fosse ele, a minha mãe estava com uma expressão mais feliz. Sento-me na cama e assinto, fazendo com que ela empurrasse a porta e me permitisse ver o corpo escondido pela mesma. Porém, eu gostava que ela não o tivesse feito.

"Evelyn..." Ele chama e eu sinto as lágrimas nos meus olhos ao lembrar-me dele.

"O que é que estás aqui a fazer?" Pergunto muito baixo e ele põe um pé dentro do meu quarto.

"Só quero falar." Responde.

"Eu vou deixar-vos." A minha mãe diz e fecha a porta, deixando-me sozinha com a pessoa a quem eu deveria chamar pai. Será que deveria mesmo?

De qualquer das maneiras, porque raio foi a minha mãe deixá-lo entrar?

"Eu queria fazer-te uma proposta." Ele vai direto ao assunto quando vê que eu não vou dizer nada. Uma proposta? Que tipo de proposta?

"Quê?" Pergunto e se não estivéssemos ambos quietos, nem eu teria ouvido a minha voz.

"Eu quero que fiques numa empresa que eu vou criar quando acabares o curso." Explica e eu ergo a sobrancelha.

"Eu não quero nada teu." Nego a sua proposta mais ou menos indiretamente.

"Evelyn, por favor, se não me deixas ser teu pai, deixa-me assegurar o teu futuro." Tenta e eu suspiro.

"Se eu disser que sim, tu vais-te embora?" Pergunto.

"Depois de te dizer que temos de nos encontrar uma vez por mês para falarmos dos progressos na empresa, sim, vou." Diz e eu não me mexo, apenas penso se isto será boa ideia.

Se eu não disser que sim, o Yaser vai ficar aqui até que eu aceite. Como ele fazia. As lágrimas, que entretanto desapareceram, voltam a formar-se e picam os meus olhos. Porque é que tudo vai parar a ele? Respiro fundo para acalmar o sofrimento e engulo o choro.

"Está bem." Aceito.

"Está bem?" Pergunta, não percebendo o que eu queria dizer.

"Eu aceito a tua proposta." Especifico.

"Ótimo, então eu depois apareço na empresa para falarmos. Até acabares o curso, eu tomo conta da empresa." Diz e eu assinto, respirando fundo para ganhar coragem para o que vou fazer a seguir.

"Obrigada." Murmuro mas sei que ele ouve.

"Obrigado eu." Diz e eu espero impacientemente que ele saia por aquela porta e me deixe chorar até ao fim do dia. "Espero que estejas a recuperar." Acrescenta e eu rio-me, um riso irónico.

"Recuperar? Recuperar do quê? De seres meu pai e de isso ter estragado uma das coisas mais importantes da minha vida?" Cuspo e ele suspira.

"Desculpa, filha." Pede e eu sinto o meu estômago revirar-se dentro de mim.

"Não te atrevas a chamar-me isso." Digo e ele baixa o seu olhar para o chão e levanta-se, caminhando até à porta. Abre a mesma e sai. Deito-me e encolho-me numa bola, deixando as lágrimas abandonarem os meus olhos e o sofrimento consumir-me.

Flashback Off

Olá! Espero que gostem! Beijinhos!

Without You |Z.M| - Sequel Of "I Don't Believe That... I Love You"Onde histórias criam vida. Descubra agora