Capítulo 16

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Nat: Bom dia...

Eu: Arruma suas coisas, você vai voltar para o Rio.

Nat: O que? Por que? – me olhou assustada.

Eu: Acabei de ligar pra minha mãe e ela vai falar com seus pais. Estou devolvendo o problema deles pra eles.

Nat: Priscilla sobre ontem...

Eu: Não tem que me explicar nada. Você não está aqui de férias. Se você queria ter ficado na cidade até tarde, ok? Existe um negócio chamado telefone e eu sei que você tem, e olha só – tirei meu celular do bolso – Eu tenho um também. Você poderia ter mandado uma mensagem, ou ter ligado. O final de semana é seu e você faz dele o que quiser, exceto chegar caindo de bêbada em casa pegar rodovia completamente bêbada até aqui a meia noite, colocando a sua vida e a vida de outras pessoas em risco. Seus pais mandaram você pra cá, pra aprender a valorizar o dinheiro o trabalho coisa que você nunca fez e achei que nessa primeira semana apesar de quase ter destruído minha fazenda e quase ter matado meus cavalos, você tivesse aprendido um pouco alguma coisa, mas você não aprendeu nada. Então a Luíza vai ver uma passagem pra você e ainda essa semana você volta pra sua casa e se vira com seus pais. – subi para o meu quarto. Liguei meu notebook, chequei alguns e-mails e logo desci. O Rodrigo estava chegando com duas malas enormes e logo uma pessoa vinha com mais duas malas grandes atrás e de óculos escuros.

XX: Oi senhorita Pugliese quanto tempo – sorriu.

Eu: Mentira... – coloquei a mão na boca.

XX: Surpresa, sua nova nem tão nova assim, veterinária. – eu a abracei forte. Daniele Mello, uma das minhas melhores amigas e da Laura. Depois que a Laura faleceu ela saiu do país e nos falávamos apenas por rede social quando eu tinha tempo.

Eu: Não estou acreditando que você está aqui – eu ainda estava em choque.

Dani: Cheguei no Brasil a 2 meses, ainda estava na casa dos meus pais me enlouquecendo dia e noite então eu estava em busca de um apartamento e de um emprego. Ai falei com a Valéria e ela disse que você estava procurando uma médica e uma veterinária também, então falei com a Luíza e ela não pensou duas vezes e me contratou. Eu precisava sair da casa dos meus pais antes que eu enlouquecesse de vez – rimos.

Eu: Então, seja bem vinda de volta.

Dani: Obrigada. Preciso de um banho e estou morrendo de fome.

Luíza: Vou te levar para o seu quarto e o almoço já está quase pronto. – a ajudamos com as malas dela, e ela tomou banho e logo desceu para almoçar. Natalie tinha saído para caminhar e não tinha voltado e eu também não fiz questão de saber dela ainda estava com raiva do que ela fez e não queria olhar pra ela de tanta raiva da inconsequência dela. Estava feliz por ter a Dani de volta. Logo sentamos para almoçar, a Rose fez tudo que ela amava. Ela contava das aventuras dela fora do Brasil, falava dos incontáveis namorados que teve. Ela não seria ela, se não namorasse mil pessoas.

Eu: Já temos veterinária, agora falta o médico de família.

Luíza: Já temos.

Eu: Oi?

Luíza: Chega no próximo domingo. – sorriu.

Eu: Quem é?

Luíza: Surpresa...

Eu: Tenho medo das suas surpresas.

Luíza: A Dani foi uma e você está brilhando mais que o sol. E eu precisava de alguém rápido e de confiança, vai que quando chegar a hora do meu bebê nascer, não tem um médico aqui? Ai a Dani teria que fazer meu parto.

Dani: A menos que de dentro de você saia um bezerro, nada feito – rimos. Rodrigo saiu da mesa nervoso. – O que deu nele?

Luíza: O idiota do pai do meu filho não quer ser pai.

Dani: Por que?

Luíza: Por causa das nossas três perdas. Eu perdi, saiu do meu corpo, eu senti além da dor emocional, a física, e ele está querendo mandar na minha psique. Então não tem casamento e esse bebê é só meu.

Eu e Dani: Nosso... – nos olhamos e rimos.

Dani: Sozinha você não vai ter.

Eu: Já falei isso pra ela. Pronto. Seu bebê tem três mães.

Luíza: Vocês são demais sabia? – sorriu. Deixamos a Dani descansar um pouco eu também fui descansar. No fim da tarde tomei um banho e desci, não vi a Natalie o dia todo. Luíza estava na varanda sentada com a Dani. Ela bebia seu vinho amado e a Luíza tomava suco. Eu peguei uma taça pra mim.

Dani: Luíza estava me contando da sua hóspede.

Eu: Do problema que minha mãe arrumou pra mim que você quer dizer né?

Dani: Ela é patricinha de cidade grande que vive de balada e dinheiro dos pais. Nunca teve controle, você queria que ela já mudasse em uma semana Priscilla? Lembra como eu era no colégio? Eu era a garota mais fútil do colégio e eu levei muito na cara pra ser que eu sou hoje Pri. Uma pessoa sem frescuras, sem amarras, que ama animais que participava de competições de equitação, que prefere a calmaria de uma fazenda do que uma noite numa balada. As coisas mudam, mas levam tempo.

Eu: Meus animais estão em risco, tenho medo de uma hora ela explodir até meu galinheiro – elas caíram na risada. Logo a Natalie apareceu chorando muito.

NATIESE EM: A FAZENDEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora