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Wanyin estava exausto. Deitado na cama de bruços, com uma tigela de sopa apoiada diretamente sobre o colchão, tentava tomar cuidado com os hashis. Tinha puxado o lençol azul-claro pra se cobrir mas se moveu tanto que agora só parte do tronco e cintura estavam protegidos do frio. Inspirou fundo o calor da sopa torcendo pra que não adoecesse, ou deixaria A-Ling de castigo, com certeza! Se aquele moleque não tivesse ido pra parte funda do lago... Bom, talvez o castigo devesse esperar, já que o garotinho também não se sentia bem. Ele deitou ao lado do tio, sob um lençol lilás, enrolado como um sushi, e tremia levemente mas a febre já tinha passado. Por não ser grave, ele não entendia ainda o motivo de Jingyi ter vindo deitar ao lado do outro, mas eram só crianças, e estavam tão fofos. Não que A-Cheng fosse dizer algo assim em voz alta, de jeito nenhum. Ainda estava se acostumando ao garotinho, e ainda assim, sempre que tinha que levá-lo de volta pra Lanling, sentia que uma parte de si ficava junto. Antes que ele ponderasse mais sobre um castigo, a porta do jingshi abriu quase com violência, e Xichen entrou como um furacão.

— Wanyin, você- vocês estão bem? Eu acabei de ouvir...

— Xichen-ge! — ao se virar pro namorado, esbarrou o braço na tigela e um pouco da sopa voou de encontro com seus braços e peito. Wanyin resmungou um palavrão, alcançando o lençol mais próximo pra tentar limpar aquilo, agora a pele ardia pela leve queimadura — você não viu isso.

— Você está bem? — Lan Huan alcançou o lençol já sujo e tentou aparar mais das manchas, de joelhos no chão perto do namorado. Quando viu que ele não tinha se queimado, se permitiu rir, mesmo que baixinho. Isso não passou despercebido pelo mais novo, que assumiu uma expressão da mais pura raiva, cruzou os braços e revirou os olhos.

— Vá embora, não durmo com quem ri de mim.

Lan Huan estava com sérios problemas em conter o riso. Quase nunca acontecia, mas a cena estava se repetindo na própria mente, e ver o homem fazer birra era sempre divertido – hoje mais que o normal. Ele cobriu a boca com as duas mãos, o rosto avermelhado e pequenas pontinhas de lágrimas brilhando no canto dos olhos. Jiang Cheng respirou fundo e descruzou os braços, puxando um cobertor limpo pra colocar sobre o sobrinho e a si mesmo.

— Está se divertindo, líder Lan? Você parece se divertir bastante. — enquanto falava, dava as costas ao que continuava de joelhos. Jin Ling abraçou a cintura do tio, nada tinha abalado o sono dele. Xichen tentou se recompor algumas vezes antes de finalmente conseguir.

— Vou ajudar você agora. — o líder terminou de juntar os tecidos sujos de sopa, bem como a tigela e a bandeja de comida que estavam ali. Levou tudo pra fora, demorou longos minutos antes de voltar, e ao fazê-lo, segurava a mão de um outro pequeno. Jiang Cheng sorriu e acenou pra Jingyi. — ele não quer dormir sozinho, disse que vai ficar de olho em Jin Ling, se você deixar.

O namorado exibia o sorriso gentil de sempre, mas Jingyi parecia milhares de vezes mais adorável que o normal. Sandu Shengshou estava cedendo outra vez pra crianças fofinhas. Só torceu pra que não se arrependesse mais tarde. Lan Huan veio, segurou Jin Ling no colo e se retirou outra vez. Quando voltou, levou alguns minutos se despindo e soltando os cabelos antes de finalmente deitar atrás do outro e abraçá-lo – gesto que não foi apreciado como normalmente. Jiang Cheng segurou e afastou a mão dele. Ouviu um muxoxo e se virou pra cima, tendo o mais velho no campo de visão mas não cedendo completamente.

— Os dois já estão cochilando. Jin Ling não tinha nenhum sinal de febre, então acho que só foi realmente ruim... pra você. O que foi que aconteceu mesmo?

Cheng fechou os olhos antes de responder, lembrar de como o sobrinho se arriscou o deixava nervoso. Calmamente explicou que foram até uma das lagoas mais afastadas, ao pé das cachoeiras de lá, mas a água era fria e Jin Ling se distanciou demais. Um pequeno acidente. O rosto dele foi tocado com carinho, e ele abriu os olhos pra ver o sorriso que tanto admirava.

— Que bom que estão bem. Pena que você parece resfriado. Sua garganta incomoda?

— Não incomodou ontem quando quis que eu colocasse tudo na boca, porque incomodaria agora? — o tom casual que cobria a resposta ousada fez o rosto do líder Lan arder. Ele riu baixinho e tentou abraçá-lo novamente, dessa vez, o braço na cintura alheia não foi negado. Cheng desceu a mão direita pra acariciar a do outro.

— Danadinho. Você tem que descansar, sua expressão... quem sabe, com o cuidado certo, talvez amanhã acorde melhor.

— E talvez amanhã eu acorde gripado de vez. Sabe do que eu queria que você cuidasse? — antes da resposta, o mais novo empurrou levemente a mão que o abraçava pra baixo, pra que sentisse o volume sob a seda escura. O sorriso do líder mudou, não parecia tão gentil agora.

Não esperou pra ver se era sério ou não; rapidamente a mão deslizou pra baixo do tecido e começou a masturbar o namorado. Este que, de novo com os olhos fechados, respirava devagar, esquecendo qualquer birra que queria continuar. Agora entregue a ele, arqueou o joelho e inclinou suavemente o corpo pra ter mais contato, o quadril se movia lentamente quase como se não percebesse. A mão hábil que o estimulava mantinha movimentos rápidos e curtos. Xichen afastou a roupa que Cheng ainda usava e subiu por seu peito com a ponta dos dedos. Ao chegar no pescoço do menor, o apertou. Se aproximou um pouco mais e lambeu parte da cicatriz em seu peito, parando ao alcançar o mamilo. Enquanto o masturbava bem mais devagar, mordiscava e chupava o peito dele. Jiang Cheng sentia o coração acelerado, os gemidos cada vez mais parecidos com súplicas, até alcançar o próprio limite. Puxou o maior, as unhas arranhando sua nuca, e o beijou. Mordia a língua alheia enquanto sentia o líquido quente se espalhando em sua barriga.

Como sempre, agora mais calmo, não conseguia se concentrar o suficiente pra tentar irritá-lo ou ser teimoso, então Cheng continuou exibindo seu sorriso satisfeito. Se limpou com a camisa que usava antes e deitou em cima do namorado, distribuindo beijinhos pelo rosto dele.

— Desistiu de ficar irritado com tudo? Jin Ling escapou do castigo?

— Hm... — Cheng sorriu e tomou os lábios dele pra um beijo mais demorado — castigo? Não sei do que está falando. Não vou sair daqui tão cedo. 

Temporada de GripeOnde histórias criam vida. Descubra agora