Amália
Não sabia o que acontecia, não sabia o que estava havendo, a única coisa da qual sabia era que estava jogada nesta cela há três meses.
Com pouca comida, pouca água, não sabia ao menos o motivo de estar presa aqui.
Só sabia de algo, os guardas da minha mãe a traíram, me jogando aqui dentro sem o seu conhecimento.
Mas, mas tudo mudou quando aquela porta pesada de ferro fora aberta.
— Está livre. -disse o guarda.
Eu me ergui.
— Onde está a minha mãe? -questionei.
— Vou levá-la até ela. -ele disse.
Eu saí para fora da cela, o seguindo pelos corredores úmidos do calabouço, estava tudo tão quieto, tão estranho.
Tudo não passava de quietude e silêncio sepulcral, por que estava tão quieto? Por que eu não ouvia o chorar dos presos ou os arrastares das correntes? Por que eu não ouvia nada disso?
Sob a montanha nunca fora tão calado como agora.
Estava tudo tão quieto que chegava a ser torturante, não ouvia ao menos o som dos empregados desesperados para fazerem os caprichos e ordenares de minha mãe.
A grã-rainha.
— Por que está tudo tão quieto? -quis saber.
— Verá. -disse ele.
Eu não sabia o que esperar, tentei invadir a sua mente, mas estava tão fraca que ao menos conseguia quebrar aquele escudo fraco e vagabundo que protegia a sua mente.
Merda.
Nós subimos até a claridade dos corredores do castelo e finalmente pude suspirar.
Mas novamente, por que tão quieto?
Não havia ninguém, ninguém, não havia empregados, ou guardas, só aquele que me escoltava, me perguntava se minha mãe ainda estava escravizando aquela humana a qual queria quebrar a maldição.
Eu não tinha noção nem ao menos do tempo, eu estava mesmo presa há três meses? Eu não tinha noção dos dias ou das horas, apenas que estava lá, trancafiada, tendo que libertar meu poder em doses pequenas, para que eu não destruísse esse lugar.
Minha mãe ficaria puta se eu o fizesse.
Nós adentramos o grande salão do trono, esperei vê feéricos, os grão-senhores presos, mas não, não havia ninguém, estava vazio.
Assim como o trono onde deveria haver a grã-rainha repousada.
— Não entendo. —falei— onde está a minha mãe? -questionei o encarando.
Ele ficou diante de mim, apontando para trás de mim.
Eu lentamente me virei, e o que eu vi... O que eu vi...
Eu sufoquei um grito alto, caindo de joelhos no chão.
— Não, não. -sacudi a cabeça, as lágrimas caindo.
Eu gritei de novo levando as mãos a boca, chorando alto.
Encarando o esqueleto do que um dia fora uma feérica forte, apenas o que estava intacto por milagre da mãe, eram as grandes madeixas ruivas fogo como as minhas, mas mesmo assim, estavam caindo aos poucos.
— Mãe! -soluçei.
O que haviam feito... O que haviam feito.
— Quem fez isso com ela? Quem a matou?? -soluçei abraçando meu próprio corpo.
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Corte De Almas Perdidas
FantasyAmália, uma jovem feérica fruto de um sacrifício por um povo tem sua vida virada de cabeça para baixo ao descobrir a morte de sua mãe. a jovem feérica desolada e sem ter para onde ir, busca algo que ela jamais pensou em fazer. O seu pai, já ouvia mu...