Unicórnios e Amor - Sillie

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P.O.V Millie

A minha vida estava maravilhosamente perfeita, nunca pensei que eu fosse gostar tanto assim do estilo de vida que estava levando com a Sadie e a Anna, nem sonhava que a vida que eu criticava era emocionante, estava sentindo que as coisas com a Anna estão progredindo e muito.

Os dias estavam passando de presa, e junto, todo o meu tempo livre que estava sendo dedicado a cativar aquela pestinha fofa. Ela era um amor, mas não parava quieta um minuto, era difícil alcançar o ritmo dela, Anna tinha a mesma sintonia que a mãe, as duas eram fantásticas e um tanto quanto complicadinhas, mas eu adorava essa complicação toda.

As coisas com a Sadie não podiam estar melhores, tanto no trabalho como em casa, não tinha nem o que comentar. O feriado estava chegando, e nós realmente iriamos passar naquela pousada, cinco dias inteiros de pura farra, ou quase, já que a criança vai junto, quero só vê o que isso vai virar.

Como eu não sou tão boba assim, vamos passar um melzinho na boca da Anna, um agrado aqui, um presente lá, tudo para ela se lembrar que eu sou uma ótima pessoa e me deixar aproveitar bastante a mãe dela. Anna podia ter muitas qualidades, mas a bichinha era ciumenta, ela deixava se aproximar só ate um certo ponto, se extrapolasse muito ela esquecia toda a nossa amizade e partia para agressão.

- O que acha dessa? - pergunta Noah apontando para uma boneca - é bonita.

- É chata.

Estávamos na loja de brinquedos, procurando alguma coisa para conquistar o coração daquela menina, o problema era que eu odiava esses brinquedos, bonecas, panelinhas, casinhas, era tudo muito rosa, não sentia nenhuma conexão com esses brinquedos, como alguém pode gostar disso?

- E essa? - pergunta apontando para outra - é uma fada, olha, tem asas, qualquer menina de três anos amaria isso aqui.

- Olha o preço disso - digo horrorizada - o que essa porcaria faz? Só de olhar eu fiquei entediada.

- Isso não é pra você, crianças gostam, se não, não estaria em uma loja de brinquedos.

- Nem todos os brinquedos são legais, e ela tem um monte de coisas inúteis nesse estilo.

- Deve ser porque ela gosta - diz como se fosse obvio.

Ignoro sua opinião, andando pelos corredores da loja, indo para uma sessão mais animadora, com coisas mais interessantes, encontrando um dos brinquedos que eu tinha na minha infância, um dos meus preferidos.

- Noah, lembra disso? - falo pegando duas arminhas de laser, daquelas pequeninhas e vagabundinhas que acabava a pilha rápido.

- Nem sabia que isso ainda existia - diz pegando uma das minhas mãos - eu tinha uma dessa, as luzes nunca acendiam direito.

- Eu vou levar essas!

- Jura? A Sink vai dar com isso na sua cabeça.

- Que nada - digo nem ligando - é para menina defender a galáxia, vai que quando ela crescer ela não quer ser sei lá, presidente de marte?

- Por que me chamou para vir junto se não iria seguir meus conselhos?

- Porque eu não queria vir sozinha - digo pegando duas arminhas e indo pagar.

Anna iria gostar, ela estava precisando de uma visão diferente, ela já me fez decorar o nome de todas as princesas, eu não aguento mais princesas, vamos começar brincar de coisas diferentes, algo mais ativo antes que essa menina me leve a loucura com aquelas bonecas, as vezes eu tenho a sensação que aqueles "monstros" vão levantar um dia e me matar.

Saímos da loja e ficamos fazendo hora por ai, pondo o papo em dia, aproveitando um pouco o tempo. Noah estava me contando como andava suas conversas com Jack, que estava tendo sua evolução, mas não sabia se iria vingar uma coisa seria, já que Jack era um turista nessa cidade, toda semana aparecia uma viagem nova, uma sessão de fotos, um desfile, um convite irrecusável, o Grazer era um cara do mundo, acompanhar o ritmo do trabalho dele não era para qualquer um, ainda mais para alguém que procura um relacionamento serio, que pelo andar da carruagem era exatamente o que Noah estava procurando, o que era uma super novidade para todo mundo.