Capítulo 3

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Anália

Isso aqui poderiam ser terras invernais, mas com clima quente, não é?

Corte invernal, porém ser um verão, um solzinho, puta que pariu.

— Ô lugarzinho gelado do cão. -falei tremendo.

Estava longe da corte noturna? Com toda a certeza.

Eu atravessei de novo, peneirando pelas cortes, isso estava me deixando exausta, muito.

Eu ofeguei baixinho caindo nas terras crepusculares, como eu sabia? Dava para sentir o clima e cheiro de cada corte, já havia sentido o cheiro de thesan, e essa corte tem parte de seu cheiro.

Eu conversava com os grão-senhores quando estavam presos, seja para lhes atasanar ou fazer companhia.

Posso dizer que sou a melhor amiga do Helion e do Thesan.

Também fiquei com os dois, nada  além de uns beijos aqui e alí. Se ficar se pegando nos meus lugares secretos do castelo pode se chamar disso.

Mas eu nunca via Rhysand, não o via por anos, ele fez parte de minha infância até meus onze anos, e depois, sumiu, nunca entendi o motivo.

Eu suspirei, atravessando novamente, minha força já não é a mesma.

— Mas que inferno. -grunhi baixinho.

Eu fui ao chão, dolorida.

Não conseguiria, não conseguiria.

Eu atingi o solo de mais uma corte.

Corte diurna.

Chega, não vou aguentar.

Pelo menos eu estava em uma corte conhecida, com alguém conhecido.

— Helion. -murmurei.

Minhas costas queimaram, sombras despontando delas, e então, grandiosas e poderosas asas negras de morcego surgem, escuridão e estrelas rodopiando por elas.

Eu me ergui devagar, as asas pesando, a quanto tempo não as usava..

Vão ter de funcionar agora.

Eu as bati, uma batida poderosa que requeve esforço absurdo de minha parte.

Mais uma batida e a terra recuou, outra, e outra, meus pés foram tirados do chão, eu encarei as minhas asas batendo, os metros que me tiraram.

— Espero que ainda possam me levar para onde quero. -as encarei.

Então me lancei ao céu, como um raio vermelho pintando o mesmo.

Sentindo o vento bater em meu rosto com rajadas, como uma recepção ao meu retorno.

Eu inspirei fundo, me lembrando como se voava outra vez, eu relaxei, deixando meu corpo não passar de um peso morto enquanto minhas asas fazerem todo o trabalho.

Esqueci como é bom, voar, sentir isso cantando no peito, a tal da liberdade.

Eu me inclinei, dando um guinada no céu.

Não deveria estar tão longe do território onde ficava a cidade da corte diurna, muito menos o castelo de Helion.

Ele sempre me contava como ele era, belo, ele era de uma tonalidade branco marfim, repleto de detalhes feito pelos mais talentosos artistas.

Eu encarei abaixo de mim, vendo uma cidade, dourada, dourada como o ouro. Apreciei por tanto tempo aquele belo lugar que mal percebi que iria dar de cara com o grande castelo.

Corte De Almas PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora