Depois de você

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Já havia se passado um mês dês da última vez que eu tinha visto aquele lixo humano.

Antes dele sumir ele depositou todo o dinheiro que eu deveria ter ganho. Poderia ser até um milhão, eu não estava a fim de aceitar o seu dinheiro sujo de prostituição, mas acabei aceitando

Trinta mil dólares com a cotação de hoje.

Quando vi esse valor, não sabia se ria ou mandava de volta o xingando com mais uma dúzia de palavrões.

Pior de tudo isso é saber que eu estava gostando de estar com ele, estava gostando de todas as loucuras que nós estávamos fazendo juntos.

Pode falar, idiota! Pode falar, eu aceiro, fui mesmo.

Outro pensamento que passava na minha mente depois de receber esse dinheiro foi, eu valho apenas tinta mil?

Sou tão baixa assim?

Sou tão fácil?

Odeio essa frase, mas era o que toda hora fiquei pensando dês que terminamos.

Quando terminei com ele não contei a Agatha o motivo e nem o valor em dinheiro que ele havia me deixado, mas tudo estava me cortando tanto como se eu tivesse engolido cerol com caco de vidro.

A sujeira de tudo ainda pairava sobre mim e mesmo vendo os meses passando eu não estava mais conseguindo fazer as coisas de antes e só uma rotina de:

Casa — faculdade — trabalho

Casa — faculdade — trabalho

Casa — faculdade — trabalho

Sempre que possível minha mãe me perguntava o que havia acontecido comigo, por que eu não estava mais saindo mais como antes. Era sábado à noite e eu estava em casa estudando no meu quarto.

Não que eu sempre estivesse na rua, mas ela vivia me enchendo dizendo que eu não estava sendo "eu".

— Samanta posso entrar?

— Claro mãe, estou apenas estudando, não vendo pornô — brinco.

— Que bom — diz ela rindo.

— O que foi?

— Na verdade, eu que deveria perguntar isso a você não é mesmo? Você está andando tão estranha ultimamente querida — disse ela bem preocupada.

— Como assim estranha mãe? Eu estou bem, só estou focando mais nas provas finais e ainda tem o TCC — digo tentando não entrar no real motivo.

— Não estou querendo dizer que você não é uma pessoa estudiosa ou esforçada que sei que você é, mas até para você essa situação está um pouco estranha e você tem que admitir. Samanta hoje é sábado e você está aqui em casa, dês de quando você fica em casa em um sábado? — disse ela abismada.

Ela está certa, mas não dá.

A sujeira está pior.

— Sei que você está um pouco preocupada comigo mãe, mas juro para você que estou bem. É sério — digo tentando dar o meu sorriso mais verdadeiro a ela.

— Samanta você não acha que sou uma amiga para você? Você sabe que pode me contar tudo não sabe? — disse ela pegando um dos meus pufes e se sentando do meu lado.

— Sei...

Minha mãe tinha me colocado em uma encruzilhada nesse momento, sei que preciso tirar esse peso dentro de mim, tira essa sujeira do meu corpo e mente, mas o que será que minha mãe pensaria de mim?

A panteraOnde histórias criam vida. Descubra agora