0.1| a perda e o quase-ganho

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٬٬  ☃冫15 de dezembro ҂ 2020

o lamento cacofônico de hyejoo entregava mais uma vez o quão triste a familía de duas estava pela perda do bebê - que era a terceira a ocorrer. sua voz se quebrava mais a cada decibel e chaewon queria se manter forte pela companheira, mesmo estando prestes a chorar junto. park mantinha um olhar esmiuçado ao ver son no sofá, encarando a TV estática.

tentando não se deixar estranhar a idiossincrasia de sua esposa, park ajoelhou-se diante do sofá e segurou a destra de son.

− hye, você não quer assistir nada? ― chaewon ansiava por algo que distraísse a esposa.

− não. ― hyejoo respondeu.

− quer que eu pegue algo pra você comer? você vai acabar ficando doente se ficar o dia todo com fome. ― do ponto de vista da saúde mental, seu argumento era pouco coeso, de certo modo uma estultícia.

hyejoo libertou um suspiro fátuo, carpindo enquanto seus olhos enchiam-se de lágrimas. chaewon levantou-se e pegou um copo de água que acalmaria um pouco o execrável sofrimento de sua esposa. antes de entrar na sala, lembrou-se: era 15 de dezembro e ela ainda não tinha comprado nada para presentear a cônjuge.

entregou o copo a olivia e deixou o cômodo mais uma vez − para que son não ficasse desconfortável.

− onde você vai, park chaewon? ― hyejoo perguntou.

− no supermercado, pegar um refrigerante e uns biscoitos. ― park respondeu, colocando seu casaco antes de embrulhar o cachecol em volta do pescoço.

− tá bom. ― hyejoo decidiu pegar o controle remoto da televisão enquanto concordava ― se cuida, te amo.

/ /

chaewon deixara o seu lar, porém sua verdadeira intenção era pensar em algo que a amada gostasse e que distraísse-a da perda. apertou um dos botões ligados à chave de seu carro, abrindo a porta do ford fiesta 2014 cinza-escuro antes de poder entrar e secretamente colapsar enquanto dirigia ― o que era muito perigoso e certamente acabaria com os trinta e três anos de vida de park.

chegando próximo ao centro comercial de seu bairro, park estacionou o carro num estabelecimento destinado ao ato. desceu do veículo e atravessou a rua, entrando no centro. assim, vagava pelas vitrines e seus olhos almejavam encontrar o que seria um presente perfeito para hyejoo.

começou pela loja de número 101, a primeira ― da esquerda para a direita, seguindo também a numeração ― loja dos quase dois quilômetros por quais as decorações rubro-verdes e as grandes promoções natalinas se estendiam. observou os vestidos e, dado o tamanho certo, imaginou como eles ficariam em hyejoo; porém, já tinha dado vestidos de presente para son em épocas anteriores ― não somente no natal, tinha que ser outra coisa.

enquanto passava pelas vitrines, viu uma fonte de chocolate e isso a deu a ideia de levar naquele dia uma barra de chocolate para hye, para animá-la um pouco. mesmo que fosse algo infantil, quase chorou ao ver, numa vitrine em uma loja de brinquedos, uma boneca que se parecia muito com um bebê real; passou veloz pela sua mente a imagem de hyejoo e ela segurando o futuro filho ou filha delas que infelizmente nunca estaria em seus braços. chawon limpou uma lágrima que pendurava-se em sua pálpebra e voltou a olhar as lojas; viu estandes de comida, lojas de roupas, materias escolares e nada que realmente interessaria hyejoo; park acabou comprando um par de brincos enquanto não pensava em nada de melhor.

então, em uma forma de transe, continuou andando em linha reta, sem rumo, até perceber-se fora do centro comercial. olhou para trás e sentiu que um homem de moletom escuro e aparência sombria a seguia, então começou a correr muito mais rápido e entrou num lugar desconhecido.

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⏰ Última atualização: Dec 24, 2021 ⏰

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CHRISTMAS HAPPINESS AFTER THE STORM, hyewonOnde histórias criam vida. Descubra agora