c a p í t u l o - 6

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Edith acordou em um quarto formoso que exibia paredes decoradas em branco, dourado e prata

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Edith acordou em um quarto formoso que exibia paredes decoradas em branco, dourado e prata. Estava deitada em uma cama de cabeceira em formato circular, a qual exibindo opalas que brilhavam à luz das velas postas em candelabros de ouro. Vestia uma espécie de túnica que lhe proporcionava uma beleza maior, os cachos corriam soltos por suas costas. Sentia-se confortável e acreditava que talvez fosse este o propósito das vestimentas diferentes. Parecia uma deusa grega antiga.

Manchas roxas, azuis e avermelhadas se realçavam em sua pele branca e quando as tocava, amarelavam e então voltavam à sua cor. Observou a palma da mão, onde uma longa cicatriz exibia-se. O corte do vidro da janela. Seu corpo inteiro doía, ou seja, nada daquilo era um sonho. Estudando o quarto, percebeu uma janela alta e formosa e foi até ela. Podia ver a lua e as estrelas piscando atentas e um parque iluminado à direita. Alguém abriu a grande porta de carvalho, e a jovem virou-se ligeiramente, tendo uma pequena tontura.

Era o anjo louro que a havia defendido do tal Abbadon. Apesar de suas asas não estarem à mostra, Edith reconheceria aqueles lindos olhos safira em qualquer lugar do mundo. Ele a observou cauteloso e então sorriu. Não um sorriso falso, mas um espontâneo e contagioso. O anjo caminhou suavemente pelo cômodo de cor marmorizada.

— Estou feliz que esteja acordada — disse ele. Imagine só, um anjo salvo por uma mortal, apesar de ele ter achado irônico sendo o seu anjo protetor, não pôde deixar de admirar a coragem de Edith.

— O que... — Ela ia perguntar, mas não terminou a frase, esfregando os punhos nos olhos.

— Muita coisa aconteceu — Ele a fitou, compreensivo.

— Aconteceu mesmo? — perguntou ela, Grendow entendeu, seu olhar respondeu um sim e os olhos de Edith se encheram de lágrimas. Ele se aproximou. A dor no coração de Edith contagiava o dele.

— Perdi a única pessoa que eu tinha? — Grendow a abraçou sem responder. Deixou que ela chorasse. Edith desabou em lágrimas.

Apesar de nunca se aproximar de estranhos dessa forma, Edith estava abalada demais para afastá-lo. Por isso, não se mexeu para soltá-lo. Aquilo era forte, seguro. Era isso que ela precisava para não se perder. Ela acreditava no poder daqueles céus.

— Não, não pense assim, nem sua mãe, nem você estarão sozinhas — O anjo segurou seu rosto. Edith respirou fundo. A aura que ele emitia era calma, e ela foi respirando melhor apesar de tudo.

— Como você sabe que é ela? — Edith perguntou, se distanciando do corpo do louro — Como pode dizer que vai ficar bem se ela... se foi? — As duas últimas palavras saíram em um soluço.

—  Você viu o que eu sou — disse ele.

— Como assim? — Ela estava ficando nervosa e confusa com tudo aquilo — O que é você? O que realmente aconteceu?

Edith queria mesmo que tudo não tivesse passado de um sonho, aquilo parecia que só tendia a piorar.

— Olha, você dormiu umas boas vinte horas, podemos conversar melhor depois. Está com fome? — perguntou ele, em voz baixa.

Asas & Dentes | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora