— Anjos? — Edith perguntou. Não conseguiu formar uma frase inteira com o nervosismo que se apoderou de seu corpo.
— Sim, imagino a confusão, a sua pergunta seria se anjos existem? — indagou Lilayh, ela achava engraçado a menina ter dúvidas sobre a existência de anjos sendo o que era.
Edith assentiu com a cabeça. Lilayh pensava por onde começaria a explicar, afinal os anjos não são algo tão simples da mente humana compreender.
— Nós, anjos, existimos, e estamos espalhados pelo mundo, principalmente nos locais onde o mal se propaga com maior facilidade. Fazemos o que Ele nos pede e nos guia. Estamos em todo o lugar, junto com todas as pessoas nas mais diversas situações, seguindo o que Ele ordena.
— Então, você é um anjo? — Edith não deixou de perguntar, mesmo vendo a beleza etérea da mulher.
— Sou, sou uma serafim, mas isso já se trataria de hierarquia celestial — respondeu ela, com delicadeza.
— Eu sei um pouco sobre isso.
— Tenho certeza que sabe — ela falou, instigando levemente a curiosidade da menina.
Edith ficou olhando para ela, tentando imaginar como seriam suas asas. Se elas seriam grandes ou pequenas, de qual cor e formato. Ela estava adentrando em um mundo novo e desconhecido, como se houvesse saído de um livro, e deixar a criatividade e imaginação ao seu lado a ajudava a superar. Pensou por alguns instantes no que poderia perguntar.
— O que ele era? — perguntou Edith — O monstro que me atacou.
— Um demônio. Das mais altas classes — respondeu Lilayh.
— Um demônio? — Edith perguntou, meio incrédula. Então balançou a cabeça com um sorrisinho, estava na frente de anjos, por que não falar de demônios, então?
— Chama-se Abbadon, entretanto, você lutou contra o que chamamos de avatar.
— Ele me disse seu nome... espera, avatar? Como assim? — Outra dúvida surgiu em Edith.
— Avatares são corpos humanos que foram preparados para serem possuídos, corpos que se entregam para a escuridão, seres pactuados com próprio mal em pessoa. É impossível para um demônio se materializar sem força suficiente na Terra, por isso, usam de pessoas más.
— Então eu realmente matei uma pessoa? — O peito de Edith se apertou.
— Não era mais uma pessoa, sua alma havia sido destruída, além de que, se o humano decide compactuar, não há mais volta — respondeu Lilayh. — Depois que a alma é destruída, não existe mais céu ou inferno, não existe limbo, apenas o nada.
— E por que esse Abbadon me atacou? O que atacou minha mãe?
Edith parou, tentando absorver o que lhe foi falado. Ela nunca imaginou que fazia tais coisas. Ela nem acreditava muito em pactos com os seres infernais, mas depois do que acabou de ouvir, e do que viu, ela acreditava.
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Asas & Dentes | CONCLUÍDO
FantasyE quando você simplesmente não sabe em quem confiar? Quando todos ao seu redor escondem segredos obscuros? Edith acreditava que todos tinham seus segredos, mas alguns eram muito além do comum. Sabe-se que o destino sempre prega peças e em seu caso m...