Amália
Eu dormi chorando, e tranquei a porta do quarto.
Não queria ver ninguém, jamais.
Eu estava novamente no castelo, novamente sob a montanha.
— Não acredito que deixou ela sair por cima.
Eu me virei, encarando a fêmea, dona da voz forte e elegante, da grã-rainha.
— Mãe. -sussurrei.
Ela sorriu, abrindo seus braços, sentada no grande trono.
— Oi, minha pequena matadora. -sorriu.
Eu corri em sua direção, me jogando na mesma, chorando.
— Shh, estou aqui agora. -ela disse, acariciando meus cabelos.
— Mãe, está doendo, está tudo difícil. -murmurei chorando.
— Eu sei. —suspirou— e você tem escolhas, mas preferiu escolher as erradas.
Eu a encarei.
— Como deixou a vadia daquela ex humana te pôr por baixo? —questionou séria— deixou ela te rebaixar e deixar mais lisa do que o próprio chão. -rosnou.
— Eu...
— Eu nada, Amália. Eu não te criei para ser fraca. —ela disse firme— eu não dei a luz a um ser fraco, eu não treinei uma fraca, eu dei a luz ao ser mais forte dos mundos.
Eu a encarei.
— Você é uma máquina de guerra. —ela disse— você é feita de puro poder, você não pode jamais baixar a cabeça, a ninguém, nem mesmo ao trouxa do seu pai que só sabe latir para a puta da esposa dele! -disparou.
Eu funguei e ela ergueu meu queixo.
— Nem mesmo a mim deve baixar a cabeça. —ela disse firme— nem mesmo a mim, e se algum dia baixar eu terei certeza de que você foi derrotada.
— Mas mãe...
— Sem mas, dá próxima vez que aquela vadia me denegrir, te humilhar e você ficar calada, eu juro que retorno a vida a destruo aquela porra de mundo para ver onde mais aquela ex humana de quinta vai esbanjar o título de grã-senhora, nem no inferno ela o fará, porque ele é o meu domínio. -falou furiosa.
— Sim, mãe. -falei baixando o olhar.
— Olhe para mim. -um comando firme.
Eu obedeci.
— Você é filha de dois seres poderosos, haja como tal, não deixe ninguém te tirar do topo, você treinou para ser uma lâmina a qual você e apenas você poderá empunhar, então lute. -falou.
Ela está certa.
Eu assenti.
Ela tocou o meu rosto.
— Está na hora de acordar, pequena.
Ela beijou a minha testa, e tudo não passou de luz.
Eu abri meus olhos, piscando.
— Mãe?? -ofeguei, me erguendo na cama.
Nada, estava apenas eu naquele quarto, a luz prata da lua atravessando as janelas assim como o vento.
Eu suspirei.
Eu senti uma mão em meus cabelos e disparei o olhar para o grão-senhor que ali estava.
— Como se sente? -perguntou.
Eu tirei sua mão de perto de mim.
— Bem. -respondi.
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Corte De Almas Perdidas
FantasyAmália, uma jovem feérica fruto de um sacrifício por um povo tem sua vida virada de cabeça para baixo ao descobrir a morte de sua mãe. a jovem feérica desolada e sem ter para onde ir, busca algo que ela jamais pensou em fazer. O seu pai, já ouvia mu...