Cruzar Londres com uma sacola cheia de livros pesados era quase como pedir a própria morte. Os carros andavam como loucos por aquelas ruas cheias de turistas animados. Mas Scorpius não era um turista, ele era um namorado atrasado para o aniversário de seu amor.
Havia programado algo fofo e romântico para o seu ômega, mas não poderia fazer o que desejava caso chegasse muito tarde em casa. No caso, um jantar romântico com direito à luz de velas na cobertura do prédio.
Por que ele havia ido comprar livros mesmo?
Ah é, ele precisava para a surpresa.
Albus já deveria estar perdendo a paciência, talvez até estivesse cochilando no sofá. Scorpius se perguntava se ele estava abraçando as cobertas com a costumeira expressão irritada ou se estava com o seu raro rosto sereno. Muito provavelmente estava irritado. Albus dificilmente não ficava irritado.
Scorpius chega na portaria de seu prédio às exatas sete e meia, ofegante, irritado e com a sacola de livros prestes a rasgar.
--Tudo bem, senhor Malfoy?
Os olhos do porteiro beta se prendem na figura do alfa bagunçado. Scorpius apenas balança a cabeça e o responde com um "sim, obrigado" baixo. Se demorasse mais um pouco, Albus o mataria.
O elevador estava quieto, mas também demorado demais. Estava a caminho de se arrepender por ter comprado aqueles malditos livros. Seu ômega e o amor por livros! Mas ele também era um alfa cheio de amor por livros. Se não fosse ele, Albus não teria adentrado no brilhante mundo literário... Deveria ter os comprado dias atrás.
Scorpius e sua mania de procrastinar.
A porta do elevador se abre, e ele não tarda a andar rapidamente em direção à porta de seu apartamento. A chave demora para encontrar a fechadura, e ele quase comemora quando consegue a abrir.
E tudo estava absurdamente quieto, tão quieto que o alfa sente seu coração acelerar pela preocupação. Onde estava seu ômega? A sala estava vazia, a cozinha também. Tudo se encontrava escuro.
Ele liga a luz, larga a sacola quase rasgada no chão e começa a andar em direção ao corredor. Seus passos eram apressados a calculados, visando encontrar o seu grande amor em algum lugar naquele apartamento enorme.
Às vezes ele se sentia irritado por ter deixado seu pai comprar um apartamento para eles. Deveria saber que Draco não escolheria um apartamento modesto. Apenas a sala daquele lugar era do tamanho de uma quadra de tênis.
Scorpius chega em frente à porta do quarto que compartilhavam, e automaticamente ele solta um suspiro de alívio. A luz do banheiro estava ligada, o que significava que Albus deveria estar relaxando na banheira por estar irritado com sua demora.
Scorpius respira fundo, adentrando o recinto lentamente. A cama estava bagunçada, com as cobertas jogadas pelo chão e o lençol solto. Scorpius franze as sobrancelhas, assustado, ao olhar ao redor do quarto e vê que o mesmo estava mais bagunçado do que o natural.
Roupas estavam jogadas pelo chão, o roupeiro aberto e todo bagunçado, o travesseiro soltava espuma em frente à porta do banheiro, e a gaveta de supressores havia sido escancarada. Até a enorme cortina que tampada a janela que ocupava toda a parede oeste do quarto estava rasgada.
Albus havia passado pelo cio a três semanas, e agora estava de novo. Os cios de Albus estavam mais bagunçados do que sua menstruação, uma hora demoravam um mês e meio, na outra hora chegavam em questão de uma semana ou duas.
Scorpius não sabia como acompanhar, mas Albus era alérgico aos remédios que o médico o aconselhou a testar. Albus testou por semanas um remédio em especifico, e estava até funcionando no começo, mas isso só causou um ataque de pânico no meio da madrugada pela parte de Scorpius. Albus teve que ser levado às pressas ao hospital.
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Filhotes-Scorbus
FanfictionAlbus queria filhotes... Não, ele quer filhotes. Scorpius poderia cantar ao mundo que não estava preparado para tanta responsabilidade, mas quem está totalmente preparado no momento que seu filhote nasce? É um caminho desconhecido e, se fosse para p...