Capítulo 18 - Cristopher

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_Como você teve a coragem de vir aqui para me agredir, sua... - Não termino de falar e ela me dá outro tapa

Eu sinto o meu rosto queimar de cada lado, aquilo realmente doía pra caralho.

_É a última vez que você me chama assim, seu estúpido!

Ela não estremece, muito menos se retrai. Ela estava realmente com muita coragem e raiva. Eu podia ouvir seu alto suspiro devido a nossa proximidade.

_Está bravinha porque eu expulsei a sua família das minhas terras?

Provoco e ela vêm para cima, me dando socos no peito, mas era em vão. Os seus socos eram bem fracos, diferentemente dos tapas.

_Eu odeio você. Você é um desgraçado, seu idiota, insensível...

Seguro os seus punhos e a imobilizo, no momento em que Ricardo se aproxima.

_Eu não vou bater nela. - Afirmo para ele o olhando

_De você eu espero tudo. - Ela estava ofegante

_Eu posso processá-la por agressão. E você voltará para a cadeia.

_Faça o que você quiser, seu desgraçado. Pode me processar, mas nunca mais ouse se meter com a minha família, porquê você não sabe do que eu sou capaz por eles.

_Você é quem não sabe do que eu sou capaz, mas acho que você tem um pouco de noção. Portanto, não entre no meu caminho sua vadia escandalosa.

_Você me dá nojo...

Os nossos olhares estavam fixos um ao outro. E eu sentia algo diferente ao olhá-la, estando muito perto.

_Eu é quem tenho nojo de você. Da sua cor, dessa sua roupa brega e da sua prepotência. Você acha mesmo que pode vir aqui e dizer o que quiser? - Manuseio a cabeça - Eu sou Cristopher Magalhães e não será uma desclassificada como você que me dirá o que bem entende.

Ela se cala e os seguranças chegaram na sala de reuniões nesta hora.

_Não toque nela, nós estamos indo embora.

_Eu soube que vocês estão morando juntos, caro amigo. Para quem disse que não tinha nenhum interesse você foi bastante rápido em mudar de idéia.

_O que eu faço ou deixo de fazer não lhe diz respeito.

_Ela deve ser muito foda para você tê-la assumido e a levado para morar com você.

_Você não faz idéia do que está falando.

_Eu sei o que estou falando. Eu sei que por causa dessa vadia infeliz você deixou-me. Você se transformou em outra pessoa e tudo isso por uma mulherzinha vulgar como ela. - Ele segura no meu colarinho

_Você a respeite ou eu terei que quebrar essa sua cara novamente. - Os seguranças o tiram de cima de mim

_Eu falei alguma mentira? Desde que ela apareceu você nunca mais foi o mesmo. - A encaro - Quando ele se cansar de usá-la, ele irá te despachar.

Ela veio para cima de mim e me acerta em cheio com uma joelhada nas minhas partes sensíveis.

_Porra! - Xingo sentindo muita dor

O segurança vêm segurá-la, enquanto o outro segurava o Ricardo.

_Me solta! Eu estou saindo. - Se vira para ir embora mas dá o seu ultimato - Isso ainda não acabou. Vamos embora, Ricardo.

Levanto o olhar e a secretária me olha, espantada, então me recordo dos empresários, e eles assistiram esse espetáculo vexatório. Sinto-me vermelho de vergonha, mas trato de me recompor.

_O que está olhando? - Grito com a secretária - Volte ao seu posto.

Me viro para a mesa e todos os homens estavam fingindo uma normalidade surreal. Suspiro e me sento para dar continuidade na reunião.

_Como estava dizendo senhores... - Fui interrompido por um dos empresários

_Me desculpe interrompê-lo, mas o que o senhor fez para essa moça chegar a esse estado?

_Senhor...

_Pedro Silveira. - Se apresenta formalmente - Pelo que eu saiba, você tem fama de discreto e muito profissional. Por acaso ela era uma namoradinha sua?

Que cara curioso!
O que ele tem a ver com isso tudo?

_Não. É apenas uma garota insignificante que trabalhou comigo. - Ele se cala instantaneamente

A reunião continua e felizmente eu consigo fechar o novo contrato, apesar da anarquia presenciada por eles. No final da reunião, todos se despedem e por último estava o Pedro. Mas ele estaciona em minha frente e me encara.

_Eu fico feliz que tenhamos fechado esse contrato.

_Eu agradeço a confiança depositada em mim.

_Posso fazer-lhe uma pergunta pessoal? - Assinto a contragosto - Como se chama aquela moça?

A curiosidade repentina dessa cara estava me deixando incomodado.

_O nome dela é Aline. - Na mesma hora sua expressão muda radicalmente

_Eu sabia. - Disse baixinho

_Você a conhece? - Nega e sai me agradecendo

Entro na minha sala e ordeno que qualquer compromisso seja cancelado.
Eu precisava de um pouco de paz.
Volto para a minha casa e entro diretamente no banheiro. Tiro a camisa social e me olho no espelho.
O meu rosto estava marcado, o meu peito tinha arranhões e vermelhidão. E a joelhada ainda estava doendo.

_Merda! - Xingo com raiva

Entro no chuveiro e tento relaxar, mas estava difícil, ela não saía da minha cabeça um segundo sequer.
Eu nunca havia presenciado uma mulher enfurecida.
E foi uma sensação indescritível.
Ela estava vermelha, deixando as sardas mais visíveis, uma raiva surreal, o seu peito subia e descia devido a respiração ofegante.
E aquilo era tão...sexy?
Fecho os olhos e me recordo de quando ela entrou na sala e de quando me deu o maldito tapa. Lembro-me de quando a tive mais perto, imobilizada. A maciez de sua pele e as batidas frenéticas de seu agitado coração.
E então, abro os olhos, sacudindo a cabeça.

Eu estava excitado!

_Isso é impossível. Eu não sinto atração por aquela menina...

Coloco a água no frio intenso, e me sinto incomodado com a relutância.
A única coisa que eu sinto por ela é ódio.
Ou não?!

_Eu preciso transar. Isso só pode ser falta de uma boa foda.


O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora