Capítulo 50 - Cristopher

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Eu tinha acabado de sair do fórum, após a audiência do Pedro. Era cedo e eu me dei o luxo de ir para casa.
E talvez, só talvez, encontrar uma certa menina na minha casa. Ainda me falta coragem para me desculpar e ser completamente prudente com ela, mas eu tenho tempo. Eu quero ser sincero em minhas desculpas e eu preciso me esforçar. Não é fácil e ela também merece um pedido convincente e real.
Nós conversávamos por horas e às vezes até na volta de nossas terapias. Ela ainda se mantinha fechada a alguns assuntos, mas não posso julgá-la, eu também ainda não conseguia me abrir.

Chego em casa e não a vejo em cômodo nenhum. Olho as horas no relógio e ainda não estava no horário dela ir.
Será que aconteceu alguma coisa?
Começo a ficar em alerta, pensando no pior.
Ela é tão responsável. Para ter saído com certeza foi algo muito sério. Pego o celular e ligo para ela diversas vezes, mas estava fora de área.
Bufo frustrado e ligo para Ricardo que também não atende.
Isso está estranho!
Tento afastar esse mau presságio e dirijo até a casa do meu amigo. Bato na porta inúmeras vezes e ninguém atende. Desço de volta à portaria, encontrando o porteiro do prédio.

_Com licença, o morador Ricardo Alencar não se encontra em casa. Sabe onde ele está neste momento?

_Com certeza deve estar trabalhando, ele só chega às sete horas.

_O senhor sabe onde ele trabalha?

_Eu não faço idéia, senhor.

Ligo novamente para ele, mas só dava caixa postal. Entro no aplicativo de mensagens e o seu último visto foi há duas horas atrás. Estava quase perdendo as esperanças, quando ouço o meu celular vibrar.
Vejo no visor o número dele e atendo, eufórico.

_Ricardo?

_O que aconteceu? Por que essas inúmeras ligações?

_Eu preciso falar com você e é urgente. Me passa o endereço do seu trabalho.

Leio rapidamente a localização e chego ao local em menos de vinte minutos.

_O que aconteceu para você ter vindo aqui me procurar? - Questiona - O chefe está ranzinza, então seja rápido.

_A Aline sumiu. - Sua expressão muda drasticamente - Eu cheguei em casa e ela não estava. Ela nunca faz isso, é sempre muito responsável. Eu liguei diversas vezes e só dá fora de área. Na sua casa ela não está e eu temo que possa ter acontecido algo com ela.

Ricardo pega o celular e liga para ela, mas só cai na caixa postal.

_Fora de área. Merda! - Passa a mão na testa nervoso - O que você fez dessa vez?

_Como assim? Eu não fiz nada.

_Cristopher, é sério. Ela pode estar perdida, ela não conhece a cidade e com o celular descarregado só piora a situação.

_Você acha que eu não sei? Por isso estou desesperado.

_Ela não tem motivos para desaparecer, a não ser que esteja com raiva de algo que você fez. - Ele me acusa

_Vai se foder, Ricardo! - Me exalto - Eu já disse que eu não fiz nada. Será que dá para parar de me culpar por algo que eu não fiz?

_Me desculpe. Eu estou nervoso e acabo falando coisas sem sentido.

_Senhor Alencar, não o pago para ficar de conversinha.

_Foi mal, senhor Silveira. É que é um assunto de extrema importância.

Então era ele o chefe do Ricardo?
Como eu não notei isso antes?
É o mesmo endereço descrito na audiência.

_Pedro?

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora