Capítulo 63 - Aline

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Acabo sentindo sono, enquanto assistíamos o filme, e quando acordo pude vê-lo ao meu lado dormindo tranquilamente. Me recordo da noite anterior, ele havia estado comigo em todo o momento, e com isso eu havia conseguido me sentir melhor. Eu vi uma família sentada na lanchonete, pareciam felizes tomando sorvete.
Era um homem, uma mulher e duas meninas.
No mesmo instante em que os servia, me recordei da minha irmã, da minha mãe que tão cedo morreu e do meu pai que nunca conheci. Eu nunca soube quem ele era, o seu nome e se está vivo.

Ele nunca quis saber de nós, nos abandonou para fugir da responsabilidade e cabia à mim e minha irmã não se importar com isso. Mas às vezes era difícil, como ontem. Eu via as meninas na escola com seus pais e me sentia triste por nunca poder ter um momento como esse. E Anne provavelmente também sentia isso, principalmente agora em sua fase de crescimento.
Ter visto a cena de ontem só me trouxe mais recordações do quão triste eu ficava quando criança. Tentei ao máximo não transparecer, mas ao final do dia, eu desabei. Chorei as lágrimas guardadas e prontamente senti-me acolhida por Cristopher. Ele havia sido muito importante neste momento. Eu temi passar por isso em sua frente, achei que ele não entenderia, mas pelo contrário. O seu apoio foi essencial e suas palavras me trouxeram um conforto inimaginável.

Eu realmente me sentia bem ao seu lado e pude comprovar que o que eu sentia era além de paixão.
Toco o seu rosto delicadamente, ele se remexe e instantaneamente abre os olhos.

_Eu vou querer acordar todos os dias assim...

_Bom dia, meu amor.

_Bom dia, minha linda. - Ele se levanta - Como você está?

_Eu estou bem.

_Tem certeza? Eu fiquei muito preocupado.

_Não se preocupe, eu me sinto muito melhor.

_Está com fome? Eu irei preparar um café para nós.

_Você vai preparar?

_Sim. Eu tenho aprendido o básico para sobreviver.

_Por quê? Você não ia contratar uma empregada?

_Eu contratei. Mas eu tenho achado interessante fazer algumas destas tarefas.

_Eu nunca a vi aqui.

_É a Maria, a minha antiga empregada.

_E ela aceitou voltar?

_Com muito esforço, sim. - Ele olha as horas - Eu vou fazer uma ligação. Eu não demoro.

Ele deposita um beijo na minha testa e sai da minha presença. Subo as escadas até o quarto, indo no banheiro, escovar os dentes. Encontro o Cristopher enquanto descia as escadas, e sou totalmente arrebatada com o seu olhar fulminante e desejoso.
Desço as escadas e sento na mesa, sendo acompanhada por ele.

_Prontinho. - Ele serve o café - O café está bom?

Apenas assinto com a cabeça e começamos a comer, em silêncio. Mas uma dúvida surge em meus pensamentos.

_Posso fazer uma pergunta? - Assente - Como consegue ter tanto auto controle?

_Quem disse que eu consigo?

_Você sempre se sobressai nas situações.

_Eu não sou escravo dos meus desejos. Mas se quer saber, é muito difícil me controlar com você.

_Por quê?

_Talvez pelos sentimentos a mais. Não é só algo sexual com você. - Diz - Por que a curiosidade repentina?

_Você parece tão experiente que eu pensei que pudesse me esclarecer algumas dúvidas.

_Você tem alguma dúvida?

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora