Capítulo 66 - Cristopher

820 99 8
                                    

_O que está fazendo aqui? - Questiono com ciúmes

_Eu sou estagiário. Faço arquitetura, se lembra? - Diz sem me olhar - Como você está, aline?

_Eu estou bem e você?

_Estou muito melhor agora.

_Será que você poderia parar com isso?

_Com o quê, Cristopher?

_De fingir que eu não estou aqui.

A minha amada começa a perceber a tensão no ambiente e segura a minha mão delicadamente.

_É melhor eu ir embora e deixá-los ir à reunião.

_Você não vai participar?

_Não há motivos para a minha presença.

_Será que não?!- Diz - Eu preciso ir. Você vêm, Cristopher?

_Eu vou me despedir da minha namorada! - Enfatizo

No momento em que ele vai embora, eu solto o ar preso, que sequer sabia da existência.
De alguma forma a presença dele me deixa tenso, o ciúmes realmente me dominava. Ela me olha com curiosidade e eu tento disfarçar.

_Nos vemos à noite?

_Eu esperarei ansiosa.

_Se cuide, meu amor. - Ela entra no elevador - Até mais tarde.

No momento em que as portas se fecharam, eu sinto o meu coração acelerar. Observo o seu presente e abro um sorriso. A sua visita foi realmente uma surpresa maravilhosa. Isso é um bom começo devido a sua insegurança. Ela foi bastante confiante em vir aqui me ver, logo neste lugar ao qual ela sofreu tanto.

A verdade é que eu amei tê-la aqui e amei o seu presente, e não pelo valor e sim pela intenção.
Eu nunca recebi nenhuma mulher que me relacionei em meu ambiente de trabalho. Eu nunca de misturar, e eu me senti muito feliz ao tê-la visto aqui.
Envergonhada e ao mesmo tempo determinada.
Ela não me deixa dúvidas do quanto também gosta de mim e talvez seja a hora de dar um passo a mais.
E por mais que eu tenha certeza dos sentimentos dela, o Benjamim me deixava inseguro.

De repente me veio uma idéia absurda, ou não tão absurda, e eu peço para interceptar a saída dela no andar de baixo.
Eu me recordo de quando ela disse que queria ser sismologa e que havia estudado sobre o assunto.
Talvez ela não saiba, mas em si tem parte com a reunião e ela me poderia ser útil.
Mas e se ela recusar?
E a sala está repleta de homens.
Só de pensar naqueles marmanjos a olhando a minha raiva aumentava. Mas agora é tarde demais, não tem mais volta. Desço no elevador e a encontro no andar de baixo, sem entender nada.

_Aconteceu alguma coisa?

_Eu preciso de você.

Ela apenas concorda, sem compreender e segura a minha mão. As pessoas olhavam e cochichavam, mas eu não dei a mínima importância. Nós entramos no elevador e subimos para o último andar.

_Eu ainda não entendi. Você quer que eu participe da reunião?

_Sim. - Ela desvia o olhar - Eu preciso de um incentivo e você me dá forças.

Uma parte em si era verdade, mas ela não precisaria saber que eu estou me sentindo inseguro.
Abro a porta da sala e nós entramos, mas sem as mãos dadas. Na mesa haviam arquitetos, engenheiros e estagiários. E quando ele nos vê, abre um sorriso e arqueia a sobrancelha. E eu tive uma imensa vontade de tirar aquele sorriso de seu rosto. Ele sabia que me despertava ciúmes e parecia aproveitar disso para abusar da sorte.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora