ENLOUQUECER [+18]ㅤ
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Eu sei muitas coisas sobre Manjiro Sano. Sei que ele ama dorayaki, que gosta de pagar de infantil na maior parte do tempo, que faria de tudo por seus amigos e que gosta de me comer de costas. Sei que ele não se importa comi...
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— Ajudar a consertar o quê? — pergunta Hanma, sorrindo.
O clima ficou meio apreensivo e eu não sei realmente o porquê. Draken sabe muito bem que Mikey não assume ninguém, inclusive, eu. Kazutora não dá a mínima para esse tipo de coisa — até acha proveitoso uma boa briga —, e Hanma só quer arranjar confusão. E Mikey, bem, Mikey não pode ficar irritado por perder uma coisa que sequer o pertence.
Pergunto-me se ele ficaria irritado caso oferecesse essa coisa para Kisaki.
— Vocês riram quando eu disse que ele é quieto. — Minha voz está escorregadia por causa da bebida, o que a torna naturalmente mais sensual e isso é um bônus. — Eu posso ajudar ele a se soltar, se ele quiser.
De novo aquela expressão no rosto de Draken. Um olharzinho de julgamento característico dele, por um tempo, isso até me fez acreditar que ele simplesmente não gostasse de mim. Afinal de contas, eu costumava tomar um tempo de Mikey que deveria ser exclusivamente destinado à resolução dos problemas da Toman. Eu tinha virado um problema para Manjiro, um que ele não conseguia se livrar. Um problema que ele não tinha tempo para resolver.
E agora eu estou aqui, agarrada a Kisaki em frente ao Mikey. Acho que eu sei que tipo de pensamento está passando pela cabeça de Draken.
"Inoue, sua vadia."
Mas eu não sou uma vadia, Draken.
— Você quer, Kisaki? — pergunto ao garoto bronzeado que ainda está em transe, provavelmente esperando o comandante dizer algo para encerrar aquela cena.
Mas eu conheço Mikey o suficiente para saber que ele não dirá uma palavra sequer contra isso.
Manjiro Sano é orgulhoso e brincalhão, e essa combinação não dá certo. Ele gosta de ver as coisas saindo do controle, mas ele mesmo quase nunca sai do controle. Acho que o motivo de eu reparar em todas essas coisas é por que no fundo queria que ele fizesse algo contra isso. Que brigasse comigo e dissesse algo para Kisaki, que se importasse, nem que fosse só um pouco.
— Você só precisa dizer que sim. — Meu rosto está a centímetros de distância do dele, minhas mãos formigam em seu estômago e nossos olhares ficam presos um no outro.
Se eu não me conhecesse, diria que há uma química rolando entre nós. Apesar da iluminação estar mais escura, ainda consigo ver o olharzinho depravado de Kazutora para cima de nós dois.
— Eu não-
— Acho que isso não é uma boa ideia, em, Inoue... — Ele é interrompido.
Acabei de perceber que Draken tem que agir como a razão de Mikey até em situações como essa.
— Não é uma boa ideia... — Kisaki parafraseia Ryuguji, tentando manter a neutralidade, mas seus lábios meio trêmulos não mentem.
É estranho ver instabilidade em alguém como Kisaki Tetta. Ele é o tipo de cara que anda sempre com a cabeça erguida, com uma postura fechada e que raramente diz algo quando está numa roda de conversa. Foi estranhamente satisfatório vê-lo tentando manter seus olhos focados em meu rosto —, tentando evitar que eles caíssem para o meu corpo. Talvez estivesse com medo da reação de Mikey, talvez soubesse que ele era apenas uma diversão para mim.
