Un Miracle de 40 Semaines

Onze

— Adrien —  o de cabelos grisalhos risca sua garganta, nada amigável em seu tom de voz e tão pouco na expressão dura visível em seu rosto — eu não tenho todo o tempo do mundo. Vamos, fale de uma vez.

Suficientemente para o loiro engolir a saliva que estava concentrada em sua boca. Adrien não sabia se havia sido uma boa ideia no fim das contas. Era como uma hipótese, na teoria é relativamente fácil. Agora quando vai botar em prática a história muda completamente.

A vontade que ele tinha era de fechar os olhos, contar até dez mentalmente e chorar antes de sair correndo dali e abandonar seu pai. Mas ele não faria isso. Ele já havia enfrentado muitos akumatizados antes, amoks e um Tom furioso juntamente com uma Sabine nada orgulhosa. Era isso. Ele levanta seus olhos e agora reparava em Gabriel que diferentemente de antes, mexia em seu tablet, parecendo desinteressado. Isso é suficiente para que ele se sentisse frustrado. Ele odiava tudo aquilo.

— Pai.

Ele eleva seu tom de voz. Na guerra valia tudo. Gabriel ergue sua cabeça e isso faz com que suas sobrancelhas  se franzem. Ele pressiona sua arcada, Gabriel tinha enorme repúdio de quando seu obediente filho o desrespeitasse de alguma forma. Isso fazia seu lado tirano urgir em conflito. Ele não queria se sentir uma pessoa péssima, mas era inevitável não se irritar daquela maneira com Adrien falando com ele daquele jeito. Como se ele fosse qualquer um para ser tratado daquela maneira.

— Mostre respeito por mim. Você quer ser castigado e ficar sem ver seus amigos?! — ele anda lentamente até o corpo do menor, que engole em seco outra vez — Ótimo! — ele rosna assim que encosta seu ombro na lateral de Adrien, vendo-o se encolher — Fale logo o que você tem a me dizer!

Ele queria tanto arrancar logo as palavras do de olhos verdes, sua ansiedade era tremenda e sabia que em minutos ele deveria ir a um evento arquitetado por André. Não tinha tempo algum.

— Eu...

Adrien começa a sussurrar. Para a sorte de Gabriel aquilo já era suficiente para ele poder escutar. O grisalho apenas permanece em postura reta enquanto fitava o rosto entristecido de seu filho, tentando sequer imaginar que problemas ele poderia estar passando e pensando em alguma provável desculpa para ele resolver qualquer pendência que fosse em outra hora, como ele sempre fazia.

— Preciso de ajuda... — ele tinha seu rosto abaixado com tanto medo de encará-lo outra vez — da sua ajuda...

Se ele erguesse seus olhos tinha total certeza que não terminaria. Gabriel mais uma vez ameaça ter de ir embora mas Adrien segura no pulso do mais velho e de uma só vez diz.

— Eu vou ser pai!

Gabriel sente suas pernas amolecerem.

— Você vai ser pai.

Profere. Ele então se vira para Adrien sem expressão alguma. O garoto não sabia se aquilo era bom ou ruim, mas de qualquer jeito estava desesperado. Seu pai era amedrontador e ele não sabia oque aconteceria a partir dali. Mas agora já foi e por isso ele agradeceu aos céus. Agora não tinha chance de voltar atrás e poderia apenas imaginar qual seria seu próximo passo.

Gabriel começa a aumentar seu tom de voz gradativamente a cada frase que começava e terminava.

— VOCÊ VAI SER PAI! — agora ele gritava contra o rosto do Agreste — PAI, ADRIEN! COMO VOCÊ VAI SER PAI? VOCÊ TEM APENAS 16 ANOS!

— Pai, eu sinto muito mas aconteceu.

Isso faz com que Gabriel dê uma risada amarga, sentindo um enorme soco em sua goela. Ele ajeita a armação de seus óculos antes de começar a dar risadas mais soltas porém nem um pouco animadas. Muito pelo contrário. Adrien sabia exatamente que seu pai estava tão nervoso naquele momento que rir era a melhor escapatória para ele não cometer nenhuma loucura. Adrien nem tenta se aproximar já que seu pai é mais rápido e o agarra nos ombros com força, apertando-o.