Capítulo único

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' Amar.
S.m. adorar, possuir afeição.
a. mar. '

Fora realmente muito difícil convencer os pais de Gansey a deixá-lo passar o Natal fora.

Principalmente com Helen dizendo que "Quero passar com meus amigos" era uma desculpa para "Quero transar".

Blue não imaginava que a casa pudesse estar mais cheia do que era normalmente, mas estava. Amigos de Orla que Blue nunca tinha ouvido falar antes, um suposto namorado também de Orla, tias ou amigas ou pessoas que Blue não entendia qual era a ligação com as mulheres da casa, o Homem Cinzento e, claro, seus garotos corvos.

Noah estava parado ao lado da geladeira, fantasmagórico como o morto que era. Blue havia suplicado que ele se sentasse na mesa com os outros, apenas por ficar, mas ele pareceu mortificado com a ideia.

Ronan e Adam estavam lado a lado, e provavelmente achavam que Blue não tinha percebido que as mãos deles se seguravam por baixo da mesa. Adam parecendo tão frágil e Ronan tão Ronan quanto sempre, fazendo-os parecer uma junção estranhamente funcional.

Blue, é claro, não podia falar nada, já que ela segurava a mão de Gansey por cima da mesa.

Ele estava usando uma camiseta polo verde e uma bermuda bege, e, embora Blue nunca fosse admitir em voz alta, ela aprendera a gostar delas (mas ainda ia firme e forte contra aqueles mocassins idiotas).

Calla estava obrigando o sr. Cinzento a recitar poesia em inglês arcaico, e Maura parecia extremamente irritada com isso.

- Calla, pelo amor de Deus, não o monopolize! - pedia, enquando o sr. Cinzendo sorria timidamente (Maura era a única que o fazia ficar tímido).

- Então... Aquilo é uma árvore de Natal? - Gansey questionou, e Blue entendeu que a pergunta que ele queria fazer mesmo era "Aquilo deveria ser uma árvore de Natal?"

Ele se referia à àrvore com os galhos secos e pequenas bolas, cada uma com pinturas que as próprias moradoras da casa fizeram, penduradas neles. Sim, deveria ser uma árvore de Natal.

- Foi numa árvore bem assim que eu achei Motosserra no sonho - Ronan comenta, e Adam fala alguma coisa em seu ouvido que soa como "não seja tão você".

Blue ignorou Adam e Ronan e respondeu à Gansey:

- Desculpe, Dick, se nós não vamos até a floresta só pra cortar uma árvore e...

- Se vocês vão começar a discutir, me avisem antes, quero comer no meu quarto - Orla interrompe.

Blue sabia que ela realmente faria isso, e que levaria todos os seus convidados para cima, então parou, mas deu uma pisada no pé de Gansey por debaixo da mesa, apenas por fazer.

As moradoras da rua Fox, 300, nunca se importaram em seguir as tradições de esperar a meia-noite para começarem a janta de Natal, e por isso, quando deu dez horas, todos já estavam à mesa.

Blue suspeitava de que Adam nunca houvesse tido um Natal de verdade, e ele realmente quis recusar quando ela o convidou, mas a garota tinha certeza de que Gansey conversara com ele (e com Ronan, eventualmente, já que ele provavelmente não iria se Adam não fosse).

Por mais que todos da casa estivessem no primeiro andar, na mesa, Blue podia apostar que era possível ouvir as conversas dos outros andares: pessoas do canto esquerdo da mesa conversavam com pessoas no canto direito, uma esperava que a outra se levantasse para pegar algo na cozinha para falar o que queria, mas tudo bem, porque era sempre assim na rua Fox, 300.

Agora, Gansey e Ronan pareciam estar discutindo algo sobre o segundo querer, novamente, invadir a Barns.

- Sabe, Ronan, não é porque você se formou que pode sair fazendo o que bem entender - dizia Gansey.

- Eu só quero ver a merda do meu quarto antigo - Ronan respondera.

- Ah, porque assim de repente você é muito emotivo, né? - retrucou Gansey.

- Vocês podiam fazer isso em outro lugar - bufou Adam.

Blue parou de ouvir apartir daí, já que podia presenciar conversas como essa a qualquer momento.

Eram exatas onze e cinquenta e oito quando o jantar terminou, e eram exatas meia-noite quando Blue observava o sr. Cinzento dar uma caixa de uma loja de jóias para Maura, e eram exatas meia-noite e um quando Blue viu Ronan dar um único lírio para Adam, provavelmente de sonho, julgando pela mistura linda de vermelho, laranja e branco nas pétalas.

E eram exatas meia-noite e cinco quando Gansey se aproximou de Blue, que tinha ido para o lado de fora da casa depois de um de seus priminhos (ela não sabia bem de quem era filho) jogar glitter para todo lado.

Gansey se sentou ao lado dela na grama úmida, abraçando os próprios joelhos. Uma cigarra canta de algum lugar, e, apesar de Blue não saber disso, eram exatas meia-noite e seis quando Gansey diz, como se fosse um fato inegável, como dizer que o céu é azul (apesar disso não ser tecnicamente verdade):

- Ei. Eu te amo.

E ainda eram exatas meia-noite e seis quando Blue constatou que sim, ela também o amava.



+ɴᴏᴛᴀs

Simples, mas foi uma ideia que eu tive há algum tempo e consegui passar para uma história agora.

Eu provavelmente não vou postar nada amanhã (25/12/21), por isso publiquei agora. Especial de Natal ainda conta em véspera de Natal? Espero que sim.

Fazia um bom tempo que eu queria trabalhar com a Saga dos Corvos, já que é um dos meus universos favoritos, e eu definitivamente amo a dinâmica do Gansey e da Blue.

Feliz Natal! ❤︎

Com carinho,
Ash.


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- 𝐚 𝐥𝐨𝐯𝐞 𝐟𝐨𝐫 𝐜𝐡𝐫𝐢𝐬𝐭𝐦𝐚𝐬 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭 | christmas specialOnde histórias criam vida. Descubra agora