Capítulo 32; Má atitude.

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Persia White olhou para mim fixamente.

Com os seus olhos cafés cheios de desagrado. 

Não me lembrava de como ela era alta, sinto-me demasiado pequena ante ela.

O seu cabelo que usualmente estava encaracolado, como a juba de um leão feroz, hoje estava liso.

Estranhamente posso dizer que está muito bonita.

— Olá. — Cumprimento, um segundo depois, arrependo-me.

Soei muito estúpida, e ela olhou para mim de uma forma pior.

— O que é que tu estás aqui a fazer? — Repete, de maneira mordaz.

O ódio que me tem pode perceber-se a um kilómetro de distância, e no entanto, nem o Daniel, nem a Rachael a menos de dez metros ajudaram a suavizar a desconfortável e horrível situação.

Fiquei calada, não sei o que dizer ante a expressão de raiva e ódio que se apodera do seu rosto. 

— Parece que afinal és a prostituta interesseira que eu sempre soube que eras. — Diz, de maneira tranquila, como se falasse da madeira da qual está feita a linda porta de entrada do Daniel. — Porque estás prenha, certo? Já tens o maldito idiota onde tu querias. — Ela continua, o silêncio atrás de mim resulta-me muito desagradável.

Por sorte, depois de uns segundos de humilhação, o Daniel finalmente acudiu a mim.

Senti-me ridícula ao pensar que preciso da intervenção de alguém para me libertar dela.

Ridícula e sem utilidade.

— Alto ao fogo! — Intervêm o Daniel, com a sua encantadora forma de ser. — Porque tanta agressividade? Quando tu e eu éramos amigos, eras amável. — O Daniel finge estar surpreendido. 

— Sou amável com os meus amigos, Dan. —Responde a Persia. — E é por isso que estou aqui, marquei com a Rachael de vir ver o pequeno Theodore, até lhe trouxe um presente. — A Persia agitou o saco de compras que carregava.

Tens de comprar um presente para o Theodore e trazê-lo na próxima vez que vieres.
Acrescento isso às notas mentais.

— Okay, vai em frente. Mas, controla a agressividade contra a minha amiga pequeninha aqui. — O Daniel apontou para mim com os olhos. — Não quero lutas de rua dentro da minha casa. — Continuou a rir-se. 

A sua intervenção aliviou a tensão entre as duas.

O Daniel é muito bom em eliminar o desconforto.

A Persia passa por mim, em direção à Rachael e ao bebé.

A Charlotte interrompe o seu pequeno trabalho de arrumar os lápis nas caixinhas ao vê-la e corre na direção dela com um grande sorriso.

Sinto alguma coisa a apertar-me o peito, sinto-me traída.

Rachael lança-me um olhar de desculpa, eu silenciosamente nego e forço-me a sorrir para lhe mostrar que a aparição inesperada da ex-namorada do meu namorado não me incomoda, embora que por dentro tenho uma vontade imensa de colocar fogo à Pérsia e ver como ela queima lentamente até a morte.

— Olha, olha! — Charlotte aproxima-se da mesa, onde deixei o estranho desenho que ela fez. — É um bebê! — Anuncia a pequena fofura Gillies.

— Um bebê? — A Pérsia repete, examinando a obra de arte com um grande sorriso.

As minhas mãos tremem com o nervosismo, preocupo-me com o que pode escapar da boca da pequena Charlotte.

Os seus olhos chocolate brilhantes encontram os meus, a criança dá-me um sorriso enorme.

For You- Joseph Morgan (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora