Quem será ele?

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O som dos rapazes, gritando ao assistirem seus jogos de futebol, misturava-se com a música que tocava em meus fones. Aqui sempre era um lugar cabuloso, entretanto, divertido.

Eu estava distraído, com a concentração perdida nas pessoas que entravam e saiam do bar, meu copo na mesa ㅡ meio cheio, meio vazio ㅡ gritava pela minha atenção, mas eu já o havia perdido enquanto divagava em meus pensamentos abstratos. Por segundos de completa emoção dos caras do futebol, eu já não sabia se tinha sido um gol ou se haviam me chamado, não sei do que falaram. "Alguém me chamou?", cogitei em perguntar para o barman, mas desisti. Resolvi voltar a atenção até a entrada onde as pessoas continuavam entrando e saindo.

Então ele chegou, e chegou tão bonito. Esbelto, com uma pose robusta, tomou toda minha atenção e me fez esquecer meu ponto de partida.

Oh, quem seria ele que chegou? Nunca tinha o visto por aqui antes, com uma postura tão atraente e chamativa. Então ele chegou e pediu a cerveja, sentou na 16. Pediu Whisky para dois. Eu queria muito saber quem ele era. Quem é ele que pediu a cerveja? Um rapaz jovem, realmente muito bonito. Com uma presença tão forte e marcante. Tudo que eu sei sobre ele é que ele chegou às seis, sentou na mesa dezesseis e pediu Whisky para dois. Para dois?

Eu o encarava e ao mesmo tempo tentava disfarçar fingindo estar alienado e extremamente envolvido na música que tocava em meus fones, mas era algo de tamanha dificuldade, não olhá-lo era impossível. E então ele olhou pra mim, ergueu seu copo e fez um sinal de depois.

No momento eu fiquei inteiramente vermelho, ele notou que eu o observava ㅡ não como se fosse impossível não notar ㅡ e por incrível que pareça, eu nunca havia sentido um calor tão necessário como esse de agora. Ele também notou a vermelhidão em minhas bochechas e soltou um riso que calou a minha alma, fazendo com que apenas aquela cena ecoasse pela minha mente e meu corpo reagisse com o sentimento. Então eu me arrepiei, ele ainda me olhava com um sorriso que me fazia morrer horrores. Ele bebericava no copo, o que deixava sua boca extremamente atraente, mais do que já era normalmente.

Para quando era o sinal de depois? Ele fez outro sinal, eu notei.

Então eu levantei e me aproximei, tropeçando no meu medo, com toda a atenção na minha chegada e sempre esquecendo a minha partida desajeitada.

Minha mente questionava em loop: Quem é ele que chegou? Quem é ele que pediu a cerveja? Por que me chamou?

E eu iria descobrir.

O barman então me chamou, alertando que eu havia esquecido o celular na bancada. E o rapaz, da mesa dezesseis, riu. Eu escutei sua risada, era gostosa de ouvir. Ele levantou da mesa dezesseis e seguiu até a saída. Agradeci o barman e guardei tudo comigo, engoli todo o medo e insegurança e fui atrás do cara. Ele me esperava na esquina com uma pose descolada, estava encostado no muro, e carregava um sorriso para mim. Me chamou, eu fui. Parei em sua frente e então o olhei nos olhos. Eram olhos lindos, me lembravam jabuticabas. Ele sorriu timidamente e chegou mais perto do meu corpo.

ㅡ Tem um pouco de molho no no seu rosto, andou comendo o que? ㅡ disse, e então passou seu polegar pelo meu rosto limpando o tal molho de um jeito que mais delicado seria impossível ㅡ Qual seu nome?

ㅡ Jeonggukㅡ Respondi simplista.

ㅡ É um belo nome, ㅡ colocou sua mão esquerda em minha cintura e eu deixei ele aproximar-se mais ainda de mim ㅡ um belo nome, uma bela pessoa. Talvez não seja coincidência.

ㅡ Eu poderia dizer o mesmo, se ao menos soubesse seu nome.

E então ele riu, e naquele exato momento eu sabia que ambos nós queríamos a mesma coisa. Quando notei eu já estava entregue aos seus toques, seu beijo começou com um toque leve e que massageava meus lábios de um jeito delicioso, enquanto isso ele dedilhava minha cintura com suas mãos que eram grandes. Eu toquei seu peitoral e desci minhas mãos até sua cintura, ele era gostoso demais. Uma de suas mãos subiu até meu maxilar, fazendo com que o beijo calmo parasse e que eu abrisse meus olhos e visse os dele.

ㅡ Estamos em uma esquina, não temos um lugar melhor para continuar isso?

ㅡ O barman me conhece, ele pode me deixar usar o quarto do sobrinho dele, fica na parte de trás ㅡ passei a mão sobre seu ombro e envolvi seu pescoço ㅡ Já usei umas vezes.

ㅡ Ótimo ㅡ Sorriu pervertidamente.

Seguimos de volta ao bar, ele andava com seus braços em volta da minha cintura, eu estava muito animado com tudo isso.

Joe, como sempre, liberou o quartinho para mim. Há alguns anos eu já frequentava o estabelecimento, Joe virou meu amigo com o tempo. Ele já tinha liberado o cômodo umas cinco vezes. O rapaz adentrou o quartinho, eu estava indo logo atrás, mas Joe me segurou pelo braço antes que eu o fizesse.

ㅡ O rapaz é dos bons, Jeon ㅡ cochichou ㅡ Tem duas garrafas de vinho embaixo da cama, Bogum deixou lá da última vez. Aproveita.

Sorri para Joe e ele voltou para a parte da frente do bar indo dar sermão em algum cara que ficava no balcão, pude ouvir sua voz alta e estridente antes de fechar a porta do quarto.

Virei, ficando de costas para a porta e olhei o garoto que se encontrava sentado na cama. Aproximei-me dele e me coloquei, ainda de pé, no meio de suas pernas e envolvi meus braços em seu pescoço, sua mão foi em direção a minha bunda, e então ele a apertou. Comecei um beijo necessitado, sua boca era macia e muito linda. Enquanto eu o beijava, suas mãos eram como um paraíso de toques, ele tinha todo o controle da situação. Uma de suas mãos apalpava minha bunda e a outra tocava em uma parte sensível da minha cintura.

Ele me puxou mais para si, parei o beijo por segundos, arfando, mas então ele atacou meus lábios novamente. Ousei sentar em seu colo já sentindo o volume no meio de suas pernas. Ele tomou conta da minha cintura e fez minha bunda massagear seu pau.

Segurei em seu rosto, controlei o beijo e continuei fazendo o movimento, eu estava pegando fogo. Eu queria tirar tudo. E parecia que ele queria também.

Suas mãos saíram de minha cintura e adentraram minha camisa, seus dedos tocaram todo meu peitoral e eu me arrepiei por inteiro.

Mordi seu lábio inferior e ele abriu sua boca para que eu fizesse a festa, sua língua quente tocava na minha e eu ainda iria descobrir qual a razão para aquela parte dele mexer tanto comigo. Estava tudo uma maravilha, os toques, o fervor, uma indecência hipnotizante. Nós dois queríamos mais e mais. Ah, estava tudo tão quente... Eu estava me preparando para me despir e pegar o vinho embaixo da cama quando ele segurou minhas mãos, me impedindo de movimentá-las.

ㅡ Eu quero muito você, mas ainda não podemos.

ㅡ O que...? ㅡ Perguntei sem chão.

ㅡ Vamos ficar só nos beijos.

ㅡ Se era assim deveríamos ter ficado só na esquina ㅡ coloquei a mão em seu membro que marcava a calça ㅡ eu ainda preciso dar um jeito nisso.

ㅡ Eu me viro com isso depois, eu realmente só preciso beijar você. Rápido.

Desgostante, eu permiti que ele voltasse a me beijar. Eu não podia negar que aquela boca me levava ao paraíso, mas eu queria tanto mais... Ele afundou seu rosto no meu pescoço, senti a ponta do seu nariz passar pela minha pele, como um leve carinho seguido de vários beijos lentos e molhados, iram me deixar marcas que eu não faria questão de esconder mais tarde. Ainda assim eu queria mais.

Ficamos longos minutos apenas aos beijos, eu sentado em seu colo sentia aquilo duro, eu também estava e eu queria tanto... Ele então, após um dos beijos mais longos que demos naquela noite, finalizou com um selar em minha testa e se levantou. Eu fiquei sentado na cama, esperando ele se recompor e dizer algo, eu estava sorrindo, inebriado. Me virei por um segundo para pegar o vinho, eu estava com sede, sem ar, cansado e era muito bom. Quando fui olhá-lo de novo, não esperava ver ninguém. Eu ri. Eu ri tanto, que a ficha não tinha caído. Enchi um copo de vinho e bebi, sabendo que aquilo não iria trazer o toque de lábios novamente.

ㅡ Bom, ele foi sem me dizer o nome. E eu fiquei só ㅡ Disse, bebericando do vinho.


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Espero que tenham gostado, essa história é baseada na Música "Mesa 16" da banda Plutão já foi planeta, então deem uma ouvida nela durante ou depois de ler. Deixem sua opinião nos comentários e se puder dar uma panfletagem de leve a titia cams fica muito feliz, viu?

História também postada no spirit: https://www.spiritfanfiction.com/historia/mesa-16-23356944

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