As Aventuras Ocultistas de Nephios e Erfulic

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Parte 1

Nephios está ajoelhado no centro da sala do trono enquanto Erfulic, seu dragão espiritual, dá voltas ao entorno do hexagrama de invocação que manifestou.


_Você solicita meus serviços... - disse em tom grave se direcionando ao rei, de olhos fechados e cabeça baixa. Sempre fazia isso quando estava pensando muito.



O rei permanece em silêncio.

O mensageiro surge das sombras e o entrega um pergaminho. Abrindo os olhos lentamente, Nephios lê de forma soturna o pedido do Rei Morto.


Erfulic fica impaciente e ruge contra o rei.


_Devíamos matá-lo e comer seus ossos. - vociferou em tom cortante. - E depois, tomar este reino!

_Muito bem - disse Nephios após terminar de ler - então você espera que eu elimine o Dragão Negro dentro de uma caverna? Além de morto você está louco, norueguês filho da puta? Estou cansado de vocês humanos e seus níveis de imbecilidade abismais - saiu Nephios tocando uma melodia metálica um tanto quanto familiar.


_Isso é Metallica! - gritou o Rei Morto, que sempre foi muito fã da cultura humana, principalmente heavy metal. Ele curtia um rock and roll.

A flauta então se rompe com um susto desafinado, e Nephios abaixa o instrumento. Seu rosto retorna à seriedade.


_Não, seu desperdício de cadáver. - entonou Nephios, forte e resiliente. Parecia estar bradando a vitória de uma guerra.


_Isso é Megadeth - e saiu, flautetizndo Symphony of Destruction. Quando chega no refrão, o hexagrama desaparece.


_Ei, Nephios. Seu hexagrama, é... a casa do seu dragão, quer dizer. Ela sumiu.


_Eu decidi deixar Erfulic um pouco mais "livre" hoje, se é que me entende - Nephios Othal tinha um sorriso esgrimante no rosto.


_N-não, ei, Nephy... eu não entendi. I-isso n-não tem graça e -


_Oh, perdão, venerável duque. - Disse, reverenciando para cima, levantando a cabeça com um ar cínico. Perigosamente cínico.


_Mas teve graça quando você estuprou a minha irmã e agrediu minha esposa, não é, Bune? - os olhos de Nephios ficaram completamente negros. Ele sorria um sorriso inumano.


_C-cuidado amigo, não diga meu nome em vão, você sabe que -


_Olha Bunny, para que meu irmão não viesse e torturasse sua pobre alma pela eternidade como por exemplo, sei lá, você conhece o Dave. - Nephios gargalhou nefastamente, olhando fundo nos olhos do Duque do Inferno. - Ela iria arrancar teus colhões e ordenar que você mesmo os comesse exatas setenta e duas vezes por dia. E você sabe o porquê.


O clima estava pesado. Bune era um daemon poderosíssimo com cerca de cento e oitenta mil soldados a seu comando. Mas Nephios só tinha um.


_Erfulic! Grite, gire, torça, estoure, arrebente, quebre, exploda, mate nossa presa! Engula suas entranhas e ingira-o completamente, exploda sua cabeça, coma suas tripas como linguiça, façamos bife frito de seus miolos! E ainda ganharemos o poder da necromancia salomônica!


-É para já, mestre. - Gritou Erfulic demoniacamente.


Erfulic fez um arco no céu e desceu atravessando o abdômem de Bune, rompendo com toda sua imortalidade. As faíscas remanescentes de Bune começaram a se mover, então Erfulic, dono dos céus e da Terra, as juntou em um ser só e destruiu-o completamente, com apenas um soco dracônico.

_Estarei indo, até logo, analfabeto musical.
- vociferou Nephios.


Parte 2

-Você está bem, Erfy? - perguntou Nephios a seu fiel dragão de estimação.


_Estou - respondeu arfando - eu só estou com medo de Baephometh.


_O Bafento é só um bode folgado e preguiçoso, Erf. Eu já te disse isso. - Nephios cantarolava uma música antiga, dos tempos nórdicos. Seu sobrenome era Othal, a última runa do alfabeto de seu povo - significava algo como, "herança".


_Eu quero comer as suas entranhas e vestir sua cabeça como máscara sabática, Nephy! Eu quero ser Baephometh!


_Erf, você devia calar a sua matraca antes que eu lhe lasque uma bofetada em sua testa hexagonal. Eu já te disse cara, maneira na sua agressividade. Eu sei que é algum gene masculino estúpido de dominação e violência intrínseco da sua raça draconiana mas, caralho, haja como dragão, não como moleque!


Erfulic derramou alguns rios de lágrimas antes de amadurecer no contexto da conversa enquanto seu dono, que Erfulic pensava ser seu pai, andava cantarolando de um lado para o outro, com aquele sorriso ladino formado por finos lábios negros.


_Tá vendo aquele castelo ali, Erfyyy!? - Nephios ecoou no ar. Ele estende a mão em direção à fortaleza, a move para a esquerda, e o castelo rui barulhentamente ao chão.


_Está vendo, ERFY? - Nephios pausa e para de caminhar. Uma nuvem tampa o Sol e o ambiente escurece.


_Eu lhe DISSE o que estava acontecendo aqui. Cerca de... hmpf. Duzentas e cinquenta pessoas acabaram de morrer. - o Mago do Caos limpava os dentes com um palito de madeira, olhando para suas unhas em ar de descaso, prazer e liberdade a nível de um Deus. - Sabe, Erfuli-Cryon, eu criei você para ser meu amigo. Não um submisso, fracote, lambedor de botas.


Erfy escutou atentamente.


_Vire homem, Erfulic!


Erfulic atracou suas enormes mandíbulas no torso de Nephios, abocanhando-o de uma só vez, partindo-o, amassando-o, e mastigando-o com gosto. Quando terminou de engolir, se sentiu repleto.


_Obrigado pai, por me ensinar a ser homem! - suspirou Erfulic, aliviado. - Carne e sangue são tudo o que um dragão precisa! - E partiu vôo, para sua terra natal, a terra dos Dragões de Sangue.


_O Devorador de Cadáveres será o próximo! Prepare-se, Dragão Negro!


Nephios ria baixinho, escondido no estômago de seu amigo.


Parte 3 (coming soon)

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⏰ Última atualização: Dec 13, 2021 ⏰

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