Capítulo 39: Quando vamos?

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Nós caminhamos até chegar ao fim da floresta, em um descampado. Uma pequena casa de pedra de dois andares estava erguida bem no meio do gramado, com um grande jardim ao redor. As flores coloriam a casa, além de uma pequena fonte no centro, circulada por um caminho de pedra que levava até os degraus de entrada.

Uma mulher surgiu na porta quando chegamos ao caminho de pedra. Os cabelos do mesmo tom negro que o de Sky não me passaram despercebidos, assim como os olhos acinzentados. Ela sorriu assim que olhou para Sky, com os olhos se iluminando como se ela estivesse muito feliz por vê-lo.

Ela deixou o batente da porta, caminhando na nossa direção. Sem dizer nada, ela envolveu as bochechas de Sky com as mãos, analisando-o com cuidado. Acariciando suas bochechas de forma carinhosa e protetora. Fiquei um pouco sem graça, porque não conseguia imaginar Sky tendo uma relação boa com a mãe, por mais que não tivesse parado pra pensar nisso de fato.

—Você parece um pouco magro, querido. Anda se alimentando direito? —Falou, com o sorriso se tornando maior, e eu quase tive certeza que Sky deve ter revirado os olhos ao ouvi-la dizer aquilo.

—Olá, mãe. —Foi a única coisa que Sky disse, antes de os dois se abraçarem apertado, como se ambos tivessem sentido falta um do outro. Um suspiro escapou pelos meus lábios, porque foi praticamente impossível não lembrar do meu tio. A saudade era quase esmagadora dentro do meu peito.

—Não achei que veria você tão cedo, mas levando em conta o rapaz deitado no meu sofá com uma perna enfaixada... —Ela encarou Sky com uma expressão de falsa censura. —Presumo que não esteja aqui por saudades da sua pobre e solitária mãe.

—As coisas estão um pouco complicadas. —Sky deu de ombros e a mulher balançou a cabeça negativamente, com uma expressão desconfiada. —Mas eu pretendia vir visitá-la em breve.

—Fazendo acordos e matando muita gente por aí? —Indagou, arrancando uma risada de Sky, enquanto eu erguia as sobrancelhas, porque aquela era a última coisa que eu esperava ouvir da mãe dele.

—Não posso mudar hábitos de uma vida toda, mãe. —Sky murmurou, e a mulher balançou a cabeça em negação, enquanto revirava os olhos. Então seus olhos deixaram Sky e vagaram por cima do ombro dele até me encararem com surpresa.

—Ah, e quem é essa bela moça?

A surpresa logo foi substituída por curiosidade quando ela se afastou de Sky e veio pra perto de mim. Na mesma hora me senti subitamente nervosa, porque sabia que ela era uma elemental. Minha primeira experiência com um não tinha sido muito boa.

—Zaia. —Eu estendi a mão pra ela, mas assim que ela a segurou, me puxou para um abraço apertado, assim como havia dado em Sky. Fiquei rígida por um instante, surpresa demais para reagir na hora, antes de a abraçar de volta. Sky apenas balançou a cabeça, sorrindo com o canto dos lábios.

—A famosa Zaia. —Ela se afastou e olhou para meu rosto, tombando a cabeça de lado. —Aurora Smith, mãe do delinquente do Sky.

—É um prazer conhecê-la. —Falei, soltando uma risada com a forma que ela se referiu ao próprio filho. Pelo jeito ela conhecia muito bem a forma que ele agia com as pessoas.

—O prazer é meu, querida. —Ela colocou a mão no meu ombro e me puxou para entrar na casa. Sky apenas seguiu nos duas em silêncio. —Estou feliz em Sky ter trazido vocês aqui. Da última vez ele apareceu aqui com aqueles rapazes de cabelos azuis. Quase me levaram a loucura com a confusão que fizeram aqui em casa.

As Crônicas de Scott: A Profecia / Vol. 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora