Capítulo 5

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'' Diga-me, você pensa em nós?

Devo pedir mais ou devo parar?

E se o nosso amanhã significar que estamos aqui juntos?

E se nós estamos correndo riscos apenas para perder tudo? ''

- Johnny Orlando - What If -
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~ P.O.V Emma Smith ~

Faz uns 5 minutos que acabou a aula, eu estava esperando meu pai parada em frente a escola.

Logo sinto algo, ou melhor, alguém parar ao meu lado, apenas fingi que não vi, talvez a pessoa vá embora.

[...]

Não, ele ou ela não saiu, ficou ali ao meu lado o que me fez olhar em sua direção com o cenho cruzado.

- Bieber? - Ele estava ali, parado ao meu lado com suas mãos enfiadas nos bolsos de sua calça.

- Calma, não estou te perseguindo - Ergueu as mãos em rendição me fazendo sorrir de lado - Minha irmã deu a louca e disse que queria almoçar fora comigo depois da aula, ela disse que tinha uma coisa bem importante para me contar e vou admitir que isso me assusta um pouco - Rimos e logo o silêncio reinou.

- Acho que não vou poder cumprir com o que me mandou fazer - Falou baixo depois de um tempo, o encarei confusa. Ele fitava meus olhos - Vai ser impossível fingir que você não existe.

Ficamos um encarando o rosto do outro por um bom tempo, apenas sorri de lado e fitei para o chão com vergonha.

- Não conta pra ninguém - Falei baixo e pude ver de canto ele me olhar confuso - Sobre o que viu no banheiro, por favor.

- Vai ser nosso segredo - Tirou uma de suas mãos do bolso e ergueu seu mindinho em minha direção, sorri mostrando os dentes e ergui meu mindinho logo prendendo meu dedinho no seu - Prometi de dedinho em, nunca se deve quebrar uma promessa de dedinho - Ri e logo ouvimos uma buzina insistente.

Olhei para a rua novamente vendo o carro de meu pai, engoli em seco recuando minha mão que antes estava em contato com a de Justin.

Apenas me afastei atravessando a rua com pressa e de cabeça baixa sem nem olhar para Justin, meu coração estava acelerado.

Entrei no carro e botei o cinto, meu pai estava olhando para frente com uma expressão séria. Ele não ligou o carro, penas ficou parado, o que me deixou tensa. Olhei para minhas mãos em meu colo brincando com meus dedos.

Em um ato rápido ele retirou os óculos escuros e passou uma de suas mãos em sua barba rala, logo descansando um braço em cima do volante.

- Quem é o garoto Emma? - Perguntou sério olhando para o movimento da calçada, minhas mãos estavam suando.

- Ninguém - Respondi baixo vendo de canto Justin atravessar a rua com um semblante confuso e entrar em um carro um pouco mais afastado.

- Eu perguntei quem é o garoto Emma - Elevou sua voz agora me encarando.

- É só um colega - O encarei tentando passar um semblante sério, pois eu estava muito tensa. Ele olhou para a frente ligando o carro e saiu em alta velocidade.

- A partir de hoje vou te levar e buscar na escola - Botou seus óculos escuros.

Apenas me calei.

[...]

- Emma querida - Ouvi Clear, a empregada, dar dois toques em minha porta e logo depois abri-la - Seu pai está te chamando para jantar.

Clear é como uma mãe pra mim, uma mãe que nunca tive. Ela tem 40 anos e trabalha aqui em casa a mais de 10 anos, ela sempre cuidou de mim desde pequena como se eu fosse sua filha, uma filha que ela nunca pôde ter, Clear não pode ter filhos por conta de uma doença, isso a deixa muito triste.

- Ele está em casa? - Deixei meu mp3 em cima da cama e levantei caminhando em sua direção com um semblante confuso. Meu pai quase nunca fica em casa, muito menos a noite.

- Por incrível que pareça sim - Cheguei ao seu lado e selei sua bochecha logo saindo do quarto, ela fechou a porta seguindo ao meu lado pelo corredor - Ele também disse que tinha algo para falar com você - Parei e a olhei tensa - Fique calma, não deve ser nada de mais - Selou minha testa carinhosamente me fazendo sorrir - Agora vá, fiz uma massa deliciosa.

Descemos as escadas indo até a sala de jantar, ao entrar no cômodo vi meu pai já sentado á mesa. Sentei em um lugar bem a sua frente e me servi em silêncio.

Começamos a comer, ninguém falava nada, ele comia enquanto olhava algo no celular.

Dei um gole em meu suco enquanto o encarava, será que ele viu que eu estava ali? Ele nem olhou para mim desde que eu cheguei ao cômodo.

- Amanhã vamos jantar fora - O fitei confusa - Vá bonita e elegante, quero que esteja muito bem apresentável, quero te apresentar á alguém muito importante - Me encarou enquanto levava uma taça em direção de seus lábios.

- E quem seria esse alguém? - Perguntei ao botar a última colherada em minha boca, logo Clear recolheu meu prato e me ofereceu um bombom, fazia muito tempo que eu não comia um doce - Oh, muito obrigada.

- Já disse que não quero você comendo doces e muito menos chocolates - Disse sério chamando nossa atenção - Quer ficar gorda, feia e com várias espinhas no rosto? - Olhei para o bombom em minha mão e o larguei na mesa abaixando a cabeça - E você - Apontou para Clear - Se eu te ver dando algum tipo de doce para ela você estará demitida - Clear me olhou triste e logo encarou meu pai novamente.

- Sim senhor, não irá se repetir - Logo ela se retirou do cômodo de cabeça baixa.

- Respondendo sua pergunta - Levantou e caminhou até a saia da sala - Vai conhece-lo amanhã - E com isso ele se retirou, então a pessoa é um homem? Alguns segundos depois ouvi a porta da saída ser aberta e logo ser fechada. Ele saiu.

Subi para meu quarto, escovei os dentes e me atirei na cama pegando os fones do meu mp3 e dando play, logo começou a tocar Blackblear - idcf.

Eu não tenho celular, papai não permite, ele diz que não vai me ajudar em nada na vida. Apenas tenho meu pequeno mp3 preto, ele me dá 30 minutos em algum dia da semana para que eu possa fuçar no computador no escritório dele e mexer no Youtube para salvar as músicas que eu gosto.

Fitei meu relógio em cima da escrivaninha, eram 8 da noite, ainda. Passo a maioria do meu tempo no quarto, escutando música e dançando. Pelo menos tem um ponto bom nisso, meu quarto fica 100% arrumado 24 horas por dia, é a única coisa que eu faço, arrumar o quarto e escutar música.

Queria poder sair como uma adolescente normal, como todos os outros, ir ao shopping, ao cinema, em um parque de diversão ou até mesmo em um circo, nunca habitei nenhum desses lugares e acho que nunca vou conhecer. Mas papai não deixa eu ir a lugar algum a não ser para a escola, fora isso nem em cafeteria posso ir. Não entendo o por que de tanto me isolar do mundo. Foi a primeira vez em tempos que pessoas procuram fazer amizade comigo na escola. Gostei muito de conhecer aquele pessoal, eles são legais.

Se passou mais umas 3 músicas fazendo meus olhos pesaram, logo adormeci deixando a sacada aberta outra vez.

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As Long As You Love Me - Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora