16 "Pen-drives"

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Passo a maior parte do tempo procurando algo para fazer, e a outra metade é só curiosidade para explorar aqueles pen-drives

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Passo a maior parte do tempo procurando algo para fazer, e a outra metade é só curiosidade para explorar aqueles pen-drives. Mas isso seria impossível com Oliver aqui.

— O que quer jantar hoje? — Oliver pergunta enquanto mexe distraído no seu celular.

— Ah... Pizza?

Ele sorri.

— Não pode jantar pizza todos os dias.

— Por que não? Pizza é tão bom...

— Por que não é saudável.

— Então você escolhe.

— Tudo bem. — Dá de ombros. — Chegarei um pouco tarde hoje, se não quiser me esperar, pode preparar algo para você.

— Não se preocupe, irei te esperar.

•••

Já era noite quando lembro do pen-drive, e procurava um jeito de como eu pudesse vê-lo.

Me lembro de quando James colocou um vídeo na televisão para assistir com os amigos deles, e vou até a mesma, conferindo onde poderia haver uma entrada. Até olhar atrás e encontrar, conecto, e pelo controle consigo acessar o conteúdo daquele pen-drive.

No vídeo mostra uma sala escura, cheia de objetos desconhecidos por mim, e de repente, corta para uma mulher amarrada.


Há um homem na sua frente com um fio grosso em mãos, que desfere uma chicotada em sua pele me assustando ao ver. Na sua pele era possível ver pequenos cortes que se abriam com os golpes dado pelo homem, que começavam a sangrar.


O homem que estava a bater-lhe agora se abaixa, ficando na altura de seus cortes, mas ainda assim, o seu rosto está coberto por uma máscara.

Podia sentir meu coração acelerado ao ver aquelas cenas grotescas. Por que Oliver tem guardado esse vídeo? Será que é algum caso do seu trabalho?

Eram tantas perguntas, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu não queria olhar para aquilo nem mais um minuto. A cada minuto que se passava, os gritos da mulher eram mais altos, e os cortes em sua pele eram maiores e mais abertos.

Me levanto para tirar o pen-drive, e é nesse momento que ouço a porta ser aberta e Oliver entrar por ela.

Fiquei tão nervosa que ao tirar o pequeno objeto, acabo derrubando a televisão gigante no chão. Coloco a mão sobre a boca sem reação, e Oliver me olha com uma cara nada boa.


— Stella. — Ele respirava fundo tentando manter a calma.

— Oliver... Desculpa, eu...

Não sabia o que dizer, eu estava mexendo em suas coisas, e ainda quebrei a sua Televisão. Me sentia uma tola.

— O que estava fazendo? — Sua pergunta foi direta, como se ele já soubesse, ele estava me observando, e eu estar tão nervosa só me entregava.

— Eu... Estava assistindo. — Não consigo olhá-lo por muito tempo, mentir para alguém que só tem me ajudado não era nem um pouco reconfortante.

— Tudo bem. — É o que ele responde, após alguns segundos em silêncio, só me observando.

— Está chateado?

— É só uma televisão, posso comprar outra.

— Desculpa. — Peço, sincera. Eu realmente não queria lhe trazer nenhum problema.

A verdade era que eu tinha medo. Medo de deixar qualquer pessoa com raiva. Eu cresci vendo o ódio de alguns dos pesquisadores sobre mim, palavras que machucavam, seus jeitos grosseiros de me tocarem, isso me deixou marcada para sempre, jamais esquecerei a forma como me olhavam.

— Não se preocupe, você não estava fazendo nada fora do comum, certo!? — Ele diz, dando ênfase na última frase.

— Claro...

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