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Ficamos abraçados na cama até nosso estômago roncar alto. O almoço já estava servido e eu sorrio para as feéricas que colocaram a mesa para nós. Eris não se senta na ponta da mesa como de costume, e sim ao meu lado. Grewn nos olha por alguns instantes e troca olhares com Tryn, que estava corada. 

—Notícias de Hemety? — pergunto para o general e ele nega com a cabeça. 

—Parece que ela simplesmente desapareceu — ele fala sério e eu suspiro. 

—Não vou tolerar mais ela, está indo longe demais — falo entredentes e Tryn assenti, compartilhando da mesma raiva que eu. 

Foco no cordeiro assado em meu prato enquanto Tryn e Grewn riam de algo sem parar. Sinto uma mão quente em minha coxa, apertando. Olho para Eris e o mesmo sorria para mim. Algo me diz que agora é a hora certa para aquela massagem. Tomo um susto quando Eris atravessa comigo para seu quarto e me joga contra uma parede. 

—Hmm, então chega de carinho — pergunto e ele afirma com a cabeça, olhando para cada centímetro do meu corpo. Como eu pude resistir a ele por tanto tempo? O jeito como ele me olha me deixa em chamas. E quando me toca…

Eris se aproxima de mim e me beija intensamente. Pulo no colo dele, colocando minhas pernas ao redor de sua cintura. Eris me leva até sua enorme cama sem deixar de me beijar. Seu corpo ficava cada vez mais quente e eu percebi que gosto de ver ele assim, quase literalmente pegando fogo. Desço minhas mãos para sua calça e ele sorri contra minha boca. 

—Você não pode fazer muito esforço  — falo e inverti nossas posições, começo a rebolar em seu colo. O sorriso de Eris…pela Mãe. Ele coloca as mãos em minha cintura, apertando com as mãos quentes. E sei que ele usou magia para isso. Não me machucou, mas adrenalina correu em minhas veias com o calor e a leve ardência. 

Tiro a blusa dele e observo com um suspiro o abdômen suado e bronzeado de Eris. Os pelos ruivos estavam arrepiados e eu automaticamente fico arrepiada também. Cerro o cenho por um momento mas ignoro esse pensamento. Ao tirar minha blusa, encosto no colar que Eris me deu. É estranho dizer isso mas me sinto incompleta sem esse colar, então resolvi não tirar ele. Seguro ele mais forte e Eris me olha com os olhos brilhando. 

Um estalo de chicote me faz estremecer. Ouço vários. Olho para Eris, bem no fundo dos olhos dele, e vi ele sendo açoitado. Era de noite, suas costas sangravam e ele grunhia de dor. Alguns tapetes do cômodo estavam em chamas e ouço alguém brigar com ele, estalando o chicote em suas costas novamente. Me encolho ao sentir o golpe em mim. Suspiro quando outro flash invade minha mente. Um flash dessa noite, enquanto eu dormia ao lado de Eris. Ele ficou me olhando durante horas e...agora posso ver um fio de chamas incandescentes enroscado em meu dedo e no dedo dele. Nos unindo. Ar foge de meus pulmões quando vejo Eris sendo machucado outra vez. Alguém fazia um corte desde sua nuca até sua lombar, um corte profundo. Os flashes se misturam e minha respiração fica cada vez mais acelerada. Vi Eris sendo machucado várias vezes, mas também vi ele sorrindo para mim.

—Hyrin? — Eris segura meu rosto com as duas mãos e percebo meu coração disparado. Meu rosto molhado de lágrimas e minhas mãos trêmulas. Olho para Eris e meu mundo desaba. O abraço apertado, soluçando em seu pescoço. —Shh, está tudo bem — ele tenta me acalmar mas tudo o que eu conseguia pensar é no quanto Eris já sofreu. No quanto aguentou calado e sozinho. E o quanto eu o amo agora. No quanto preciso dele para sobreviver. Pelo Caldeirão, Eris é meu parceiro. Meu parceiro. Minha metade. 

—Meu parceiro — sussurro no ouvido dele e Eris se engasga com o ar. 

—O que disse? — me afasto para vê-lo melhor e é como se eu estivesse me vendo ali. 

Cortes de Chamas e MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora