Novembro/17/2017. — Ele me beijou, como se me amasse. Como se fosse paixão o que vagava em seu coração.
O som constante do despertador ecoou na mente de Alissa, que abriu os olhos já com raiva do burburinho de funcionárias em seu quarto. Ela pôs um dos travesseiros sobre o rosto, abafou seus murmurios de reclamações, suspirou no fim, se sentando sobre a cama. Olhando em volta aquele tanto criadagem em seu ambiente. Logo viu-se de mau humor pela maneira que fora acordada.
– O que estão fazendo?! Saiam! _ Dizia com a voz rouca e seca pela ressaca da noite passada. Tentou inutilmente se acostumar com a luz solar que adentrava seu quarto pelas janelas. Limpou a garganta enquanto jogava a cabeça para trás, desejando apenas passar o dia na cama, uma de suas criadas se apressou em oferecer um copo d'água, o que lhe refrescou brevemente o estômago.
– Nos perdoe, mas... São ordens da sua mãe. _ Uma voz baixa tomou seus ouvidos. A jovem "patroa" de 17 anos respondeu-lhe apenas com um gesto desprezível para que todas sumissem de sua vista.
– Por que está me bajulando, mãe? _ Sussurrou para si mesma, já imaginando o que a mãe pooderia estar tramando. Acabou por ignorar todos e qualquer pensamento sobre este assunto. E acabou que não desejava saber.
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Era suave o aroma dos sais de banho de Alissa, uma mistura gostosa do perfume de rosas e amoras. Exalava graciosidade, o que era necessário para alguém como ela, que precisava sempre estar preparada para qualquer ocasião. Qualquer problema, e qualquer pessoa. Era exaustivo e estressante, Por aquele motivo, ela respirava lenta e tranquilamente enquanto movia seu corpo desnudo debaixo d'água, sentindo as bolhas de sabão se formarem sobre sua pele.
Ela bebericava um gole de suco de laranja, enquanto seu olhar era direcionado à enorme janela de vidro em frente à banheira. Onde ela conseguia apreciar a paisagem magnífica da cidade. As nuvens transitando entre os enormes prédios e os raros passarinhos que arriscam passear por alí. Este era um dos motivos para Alissa amar viver naquela cobertura, era tranquilo e silencioso na maior parte do dia.
Saiu de seus devaneios ao ouvir o telefone vibrar sobre a pia, na qual ela ouvia sua playlist com músicas do bts, resmungou brevemente antes de atender a ligação, que marcava o contato de "Namorado" na tela.
A conversa em si fora rápida e seca, onde Alissa limitou-se em responder apenas com palavras simples como: "Hm, ok, que horas? Mesmo lugar? Até mais". Sem perceber, ignorou a sensação de vazio que tal conversa a causou. Aquela frieza e distância a magoou, no entanto, estava tão acostumada com tais sensações que achou normal não sentir nada demais em relação à Heitor. Seu namorado.
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Alissa afundava-se no estofado da poltrona, onde ela revirava o Instagram de uma garota, observando e analisando as fotos sem ânimo algum, apenas passava as fotos e soltava um arzinho pelo nariz sempre que achava graça de alguma coisa. Ela esperava o horário passar, para que assim fosse encontrar o namorado no mesmo restaurante que iam durante aqueles seis meses de relacionamento parado.
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A Química Que Nos Separa
Romance"Quantas vezes tenho que lembrar aquela promessa que fizemos?"