- Scarborough Fair -

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"Are you going to Scarborough Fair?
Parsley, sage, rosemary, and thyme
Remember me to one who lives there
She once was a true love of mine"

Não se sabe como a "Era dos Piratas" começou, seria historicamente correto afirmar que foram gregos os pioneiros na pirataria, roubando o que pertencia de mercadores Assírios e Fenícios. Fora do relato histórico, o conto que seguiremos hoje está mais á frente no tempo, quando os piratas realmente tomaram posse da vida marítima, e se tornaram o pesadelo da marinha.
Essa história começa em uma humilde casa, em um pequeno vilarejo onde a fome e miséria eram percebidas pelo clima úmido e céu nublado, parecia que aquele lugar não via o sol a dias...
De certa forma, era impossível se concentrar nos raios solares, ou na beleza da natureza, com o monstro da fome sendo o indispensável inimigo daqueles vilões que por lá viviam. Nessa humilde casa, as paredes pareciam não resistir a próxima temporada de chuva, o material que a envolvia da construção estava apodrecendo, assim como boa parte dos alimentos ali guardados, seu teto não ajudava a proteger um pensamento positivo.

Apesar da moradia não possuir nada luxuoso, ou talvez o conforto necessário, essa casa guardava muito amor de uma pequena família. Uma mãe se abrigava ali com seus trigêmeos pequenos, os três possuíam apenas 7 anos de idade e já conviviam com uma realidade diferente da maioria das crianças de suas idades, crianças que haviam nascido em berço de ouro e eram criadas pelos mais nobres governantes da época. A mãe os criava com tudo que podia, eram boas crianças e estavam sempre preocupados com a mesma, desde que uma doença começou a se alastrar no corpo da progenitora.

A bela mulher loira de olhos verde floresta havia perdido a cor, seus lábios eram brancos, havia emagrecido mais do que o normal, seu rosto era fundo e os seus ossos podiam ser vistos com mais clareza pela pele enfraquecida e gordura perdida. A mulher havia adoecido a cerca de um mês, parecia que havia envelhecido 20 anos em apenas 30 dias, sua doença era desconhecida e o desconhecido lhe assustava...

Não queria deixar seus meninos para aquele mundo tão cruel onde já recebiam tão pouco, ela sabia que não viveria tanto, não existia uma cura existente para sua doença segundo o curandeiro do vilarejo, como iria partir em paz sabendo como deixou seus filhos? E se morressem de fome logo após sua ausência? Esses pensamentos a atormentaram, e a fortaleceram.

- Mamãe, a senhora Aharis fez chá com mel para a senhora. - O pequeno ruivo levava o bule um pouco amassado de ferro, por sorte ainda estava quente. - Ela disse que a colheita rendeu hoje.

A mulher sorriu fraco ainda deitada em sua cama de madeira, existia apenas um único quarto para ela e seus filhos. Ela sabia que logo os três pequeno iriam entrar, por isso não queria que a vissem tão fraca.

- Isso é...muito bom querido. - Pensava que seria bom deixar seus filhos com a velha senhora viúva, era uma boa vizinha, e sempre fora tão atenciosa com seus filhos.

Brick, o trigêmeo mais velho, sentiu que o tom de sua mãe não foi dos melhores.

"Ela não tá melhorando..."

- Nós a ajudamos um pouco, mas logo fomos até os animais. - Contava do outro cômodo, enquanto recebia a ajuda dos outros dois para colocar o chá na caneca de ferro.

- Boomer queria levar um bezerro, mas não temos espaço em casa para ele. - Falou Butch, o pequeno trigêmeo do meio de belos olhos iguais aos da mãe, mas os cabelos eram de tonalidade preta
Lembravam os fios de uma pantera.

O mais novo bufou inflando as bochechas.

- Mas o Robert era pequenininho... - Ele apertou as mãozinhas para medir o bezerro imaginário em seu colo, Boomer era o caçula dos trigêmeos. - Acho que daria espaço para ele dormir com a gente.

"The Secret of the 7 Seas" (The Rowdyruff Boys - Pirate AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora